Recordam-se da supertempestade que eclodiu no hemisfério norte de Saturno em Dezembro de 2010? Com cerca de 300 mil quilômetros de comprimento no seu pico de atividade foi o mais espetacular fenômeno meteorológico saturniano alguma vez observado pela Cassini. Durante cerca de 200 dias, a sonda da NASA obteve magníficas imagens de formações de nuvens esbranquiçadas contorcendo-se ao sabor de violentos ventos, e detectou fortes emissões de rádio provenientes de relâmpagos em atividade no interior da tempestade. Esta semana, a equipe de imagem da missão divulgou uma nova imagem da tempestade onde se vislumbra pela primeira vez em luz visível um desses relâmpagos. Esta foi a primeira vez que a Cassini fotografou um relâmpago no hemisfério diurno de Saturno. A intensidade do clarão registado na imagem é muito semelhante à observada nos clarões dos relâmpagos terrestres mais intensos. Os cientistas da missão estimam que a energia visível libertada pelo fenômeno deverá ter atingido os 3 bilhões de watts em apenas 1 segundo! O clarão possuía cerca de 200 quilômetros de diâmetro no momento em que emergiu do interior das nuvens, e deverá ter tido origem numa camada de nuvens mais interior, numa região onde as gotículas de água da atmosfera saturniana solidificam. Na Terra, os relâmpagos são formados numa camada atmosférica com características semelhantes, o que sugere que este fenômeno tem muitas analogias com os seus congêneres terrestres.
Créditos: AstroPT
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