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sábado, 13 de outubro de 2012

Huygens pousou numa superfície arenosa ressequida


Apesar de terem passado mais de 7 anos sobre a chegada da sonda Huygens à superfície de Titã, os cientistas continuam a extrair dos dados recolhidos pela missão valiosas informações acerca do ambiente titaniano. Recentemente, uma equipe internacional de investigadores reconstruiu o movimento da sonda após o primeiro impacto no solo, ao comparar as leituras de três instrumentos com os resultados obtidos em simulações computorizadas e num teste com um modelo da Huygens desenhado para replicar a alunagem. A análise revelou que a Huygens abriu uma depressão com 12 cm de profundidade no primeiro contato com a superfície, e que depois ressaltou para uma área plana, deslizando com uma inclinação de 10º na direção do movimento, ao longo de 30 a 40 cm. De acordo com os investigadores, a sonda parou de deslizar devido à fricção com a superfície, balançando cinco vezes antes de se imobilizar por completo cerca de 10 segundos após o primeiro contato. “Um pico nos dados da aceleração sugere que, quando a sonda balançou pela primeira vez, encontrou provavelmente um pequeno seixo saliente 2 cm acima da superfície” afirmou Stefan Schröder do Max Planck Institute for Solar System Research, primeiro autor do artigo onde foram publicados estes novos resultados. O movimento oscilatório da sonda “deverá ter pressionado o seixo contra o solo, o que sugere que a superfície teria a consistência de areia fina e úmida.” A depressão criada pelo impacto inicial da Huygens mostra que o solo era macio e deformável no local da alunagem. No entanto, a superfície deveria ser também dura o suficiente para permitir o movimento oscilatório detectado após a imobilização, um movimento impossível de reproduzir caso o solo fosse lamacento. A Huygens detectou ainda evidências da formação de uma nuvem de partículas de poeira em seu redor logo após o primeiro contato com o solo, o que sugere que a superfície se encontrava seca na altura da alunagem. As propriedades ópticas destas partículas são semelhantes às dos aerossóis de compostos orgânicos observados em suspensão na atmosfera titaniana. Este resultado contrasta com outros anteriormente publicados, que revelam a detecção de vapores de metano libertados do solo por contato com as superfícies quentes da sonda (recordem-se que em Titã chove metano e etano). Na presença destes resultados aparentemente discordantes, Schröder e colegas concluem que, apesar da superfície estar coberta por uma camada de poeira seca, o solo subsuperficial encontrava-se úmido quando a Huygens alunou, o que sugere um episódio recente de seca na região.

Créditos: AstroPT

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