quinta-feira, 30 de julho de 2020

Próximo rover da NASA a pousar em Marte, Perseverance utilizará energia nuclear

Hoje, 30 de julho é a data do lançamento do rover Perseverance, da NASA a Marte. Geralmente as naves espaciais utilizam a energia solar, mas o rover Perseverance utilizará energia nuclear, assim como, por exemplo, as duas Voyagers.
A maior vantagem do sistema da bateria nuclear é não depender de energia solar, além da durabilidade. No caso das voyagers, elas estão longe de mais. A Voyager 2, por exemplo, atravessou a órbita de Plutão em 1989 e em 2019 saiu do sistema solar. Desde seu lançamento, em 1977, sobrevive com essa bateria.
Mas porque utilizar uma bateria nuclear em Marte, um planeta próximo onda há bastante luz solar? Bom, a Perseverance não é a primeira. O famoso rover Curiosity também possui um sistema semelhante.
Não é um reator nuclear, uma bomba ou qualquer coisa perigosa – até porque um robozinho não precisa de tanta energia assim. Caso algo de errado ocorra, o plutônio está bastante protegido.
Então por que Perseverance utilizará energia nuclear?
Em um dia bom, em Marte sim, você pode gerar energia o suficiente com placas solares. Entretanto, Marte possui um porém: as gigantes tempestades de areias, que podem durar meses
“Todo ano há tempestades de poeira moderadamente grandes que surgem em Marte e cobrem áreas do tamanho de continentes e duram semanas de cada vez”, diz Michael Smith, cientista planetário do Goddard Space Flight Center da NASA.
Se você já assistiu Perdido em Marte deve se lembrar dos momentos de tempestades de areia. É claro, que o filme foi dramatizado, mas é uma boa fonte para se ter uma breve idéia das dimensões.
Há um ciclo de pouco mais de cinco anos terrestres, onde uma tempestade de areia ocorre no planeta inteiro ao mesmo tempo, conforme conta Smith em uma reportagem da imprensa da NASA:
“Uma vez a cada três anos marcianos (cerca de 5 anos e meio na Terra), em média, tempestades normais se transformam em tempestades de poeira que circundam o planeta, e geralmente as chamamos de ‘tempestades globais de poeira’ para distingui-las”, diz.
Um dos maiores exemplos dos transtornos que essas tempestades podem causar é o Opportunity. Em 2018 a tempestade foi grande de mais, e impediu sua comunicação com a Terra, e a captação de energia, já que ele utilizava energia solar, suas baterias descarregaram e a NASA nunca mais conseguiu contato.
Com sua bateria nuclear, alimentado com plutônio, o rover Perseverance utilizará um sistema com energia nuclear garantida para pelo menos 14 anos de missão, conforme o Space.com.
É um sistema simples, nada como um reator de uma usina nuclear na Terra – isso seria até perigoso. O Gerador Termoelétrico por Radioisótopos Multi-Missão (MMRTG) é projetado para oferecer uma potência de 110 watts.
Atente-se a algo: são 110 watts, não volts. O watt é o sistema que mede potência, ou seja, a corrente (em amperes), multiplicada pela tensão (em volts). Um chuveiro elétrico, por exemplo, utiliza uma média de 5500 watts – cinquenta vezes mais do que a Perseverance.
É realmente uma quantidade muito pequena de material radioativo, o suficiente apenas para movimentar um ventilador. Mesmo assim, a NASA calcula todas as possibilidades de erros, e mesmo que um acidente ocorresse, ninguém morreria.

Créditos: SoCientífica

Nenhum comentário:

Postar um comentário