Recentemente pesquisadores da NASA descobriram o que levou ao escurecimento de Betelgeuse, uma estrela enorme que fica 725 anos-luz da Terra. Mas, agora ela está escurecendo novamente, assim como aconteceu pouco tempo atrás. Novamente a condição causa espanto dos astrônomos, já que esse escurecimento não combina com a variação de brilho da estrela.
Está localizada na constelação de Órion, considerada uma das estrelas mais brilhantes e jovem do céu, com 10 milhões de anos de idade. Acredita-se que possui entre 10 e 25 vezes a massa do Sol e que passou boa parte de sua existência como uma estrela massiva quente e branco-azulada.
Já faz algum tempo que Betelgeuse ficou sem hidrogênio e agora está fundindo hélio em carbono e oxigênio. Assim que o hélio acabar, ela passará a fundir substâncias cada vez mais pesadas, levando ao acúmulo de ferro no seu núcleo, levando ao surgimento de uma supernova. Dessa forma, ela deverá escurecer, mas esse tempo ainda não chegou.
O escurecimento anterior foi registrado entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020. Assim, chamado de Grande Desmaio, causando uma redução de 25% no brilho da estrela.
Ela é considerada uma estrela variável semirregular, onde a sua luz flutua em ciclos regulares, onde o mais longo deles é de 5,9 anos e o menor de 425 dias. Descobriu-se que o escurecimento foi próximo do ciclo, mas que não faz parte do evento.
De fato, esse fenômeno já foi explicado: Betelgeuse ejetou uma enorme quantidade de material, que lhe deixou escura por algum tempo, algo bem incomum nas estrelas tão antigas quanto ela.
O novo escurecimento ainda precisa ser investigado, embora não seja tão forte quanto o primeiro, ele não combina com os ciclos de variabilidade da estrela.
Entre agosto e setembro de 2020 deve acontecer o próximo pico de brilho dessa estrela gigante. Entretanto, a sua posição atual está num mesmo nível do que o Sol, o que dificulta a sua observação. Ainda assim, o Observatório de Relações Solar e Terrestre da NASA (STEREO) pode ficar de olho no astro, durante o seu tempo de escuridão.
“Surpreendentemente, em vez de continuar a aumentar ou nivelar o brilho, Betelgeuse diminuiu em ~ 0,5 mag de meados de maio a meados de julho”, escreveu uma equipe de cientistas chefiada por Andrea Dupree, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics. De fato, a expectativa era de que o brilho aumentasse, até chegar ao seu pico.
Conforme o ciclo de 425 dias, a expectativa era de que Betelgeuse escurecesse em abril de 2021. Por fim, a estrela é uma das mais surpreendentes e imprevisíveis, com variações complexas em sua luz, que até hoje não conseguimos compreender. Além disso, é uma chance de entender o que pode acontecer até o seu fim de vida.
Créditos: SoCientífica
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