segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Grande Nuvem de Magalhães


A Grande Nuvem de Magalhães, juntamente com sua vizinha Pequena Nuvem de Magalhães, é uma galáxia satélite da Via Láctea, ou seja, as duas nuvens de Magalhães giram ao redor da nossa galáxia. Elas estão muito próximas do Pólo Celeste Sul, por onde passa o eixo de rotação aparente do céu. Dessa forma as nuvens descrevem arcos pequenos durante o passar de um dia e, vistas dos estados do sul do Brasil, assim como do sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, elas nunca se põem. As duas Nuvens de Magalhães e mais a galáxia de Andrômeda constituem-se nas 3 únicas galáxias visíveis a olho nu. A Grande Nuvem de Magalhães (comumente abreviada como LMC, do inglês Large Magellanic Cloud) é uma galáxia anã. O seu diâmetro é vinte vezes menor do que o da Via Láctea e o seu número de estrelas dez vezes menor. Embora parte de sua morfologia seja irregular, a Grande Nuvem de Magalhães tem traços de uma estrutura espiralada. Alguns especulam que a Grande Nuvem de Magalhães já foi uma galáxia espiral barrada que rompeu da Via Láctea para tornar-se uma galáxia irregular. A Grande Nuvem de Magalhães é o quarto maior membro do Grupo Local, seguido da Andromeda, a Via Láctea, e a galáxia do Triângulo. As Nuvens de Magalhães são duas galáxias anãs irregulares satélites da nossa Galáxia. Os mais antigos registros visuais datam de 964 a.C. pelo astrônomo persa Al Sufi. Na Europa, a expedição de Fernão de Magalhães que primeiro observou as nuvens, levando à nomenclatura de Nuvens de Magalhães. As duas galáxias, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães fazem parte do chamado Grupo Local, que contém um total de 37 objetos conhecidos, distribuídos numa extensão de aproximadamente 4 milhões de anos-luz e cujo centro está localizado entre a Via Láctea e a grande galáxia espiral de Andrômeda (M31 ou NGC 224). A Grande Nuvem de Magalhães está localizada a aproximadamente 160.000 anos-luz. Evidências sugerem que a Grande Nuvem de Magalhães foi muito distorcida por interações de marés com a Via Láctea, como viaja próxima; filamentos de hidrogênio neutro conectam-na à Via Láctea. Porém, sua atração gravitacional afetou nossa galáxia também, causando distorções em partes periféricas do disco galáctico. Além de sua estrutura diferenciada e pequena massa, a galáxia difere de nossa galáxia em dois aspectos principais. Primeiro, ela é abundante em gás - uma fração relativamente maior de sua massa é composta por hidrogênio e hélio, comparando-na com a Via Láctea. Ela também é mais pobre em metais do que a Via Láctea: as estrelas mais jovens na Grande Nuvem de Magalhães têm metalicidades de 0.25 vezes a do Sol. A Grande Nuvem de Magalhães abrigou uma supernova (SN 1987A), uma das mais brilhantes e próximas já observadas.

4 comentários:

  1. é verdade que a Grande Nuvem de Magalhães está situada no "pé" do Cruzeiro do Sul????
    Parabens pelas informações tão interessantes com as quais vc nos presenteia sempre. Obrigado.

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  2. A Grande Nuvem de Magalhães é visível no céu noturno do hemisfério sul, abrindo seu contorno entre as constelações de Dorado e Mensa.

    Obrigado pelo elogio!
    Abraços!

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  3. Lawrence eu tenho uma duvida sobre a visão do espaço de fora da atmosfera da Terra. Percebo que as fotos tiradas na Estação Espacial Internacional, mostra uma escuridão sem nenhuma estrela. Nadica de nada. Por que?

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    1. Ao contrário das câmeras ou sensores eletrônicos, dentro do espectro visível nossos olhos são muito superiores quando se trata de registrar pequenas diferenças de brilho e contraste. Quando olhamos para o céu noturno limpo e enluarado, vemos perfeitamente bem a Lua e as estrelas contra o fundo negro. Mas se tentarmos fotografar este céu com uma câmera comum a Lua aparecerá bem branca mas as estrelas não aparecerão, a não ser que tenham brilho muito intenso. Experimente fotografar a lâmpada de um poste contra um fundo estrelado. Com certeza a lâmpada aparecerá muito brilhante, mas as estrelas... nem serão visíveis. O motivo é que o processador da câmera tentará ajustar o tempo de exposição e a abertura da lente de modo a não saturar o CCD (o elemento sensível da câmera), registrando a maior gama de contrastes possível. Isso faz com que as estrelas fiquem "sub-expostas" e não apareçam na cena. Ao contrário, caso a câmera seja regulada para registrar a luz das estrelas, a lâmpada do poste (ou a Lua) ficaria sobre-exposta e apareceria como um borrão na foto. Com as imagens de satélites acontece a mesma coisa: ou se ajusta os sensores para registrar uma coisa ou outra, caso contrário os detalhes do elemento mais brilhante serão perdidos. No caso da foto da ISS, para que as estrelas aparecessem seria preciso aumentar o ganho (sensibilidade) do CCD tornado a imagem da Terra um borrão branco e sem detalhes!

      Abraços e obrigado pela pergunta, Marçal!

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