quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dois buracos negros no centro de NGC 6240

Imagem combinada com infravermelho - Chandra


Imagem de luz visível - Hubble


NGC 6240 é uma colisão de duas galáxias ricas em gás. Observações no infravermelho com o Telescópio Keck II (Caltech/Nasa) utilizando óptica adaptativa revelaram detalhes desconhecidos desta fusão de galáxias a 300 milhões de anos-luz de nós. NGC 6240 já foi observada em diferentes comprimentos de onda e com diferentes telescópios, mas até agora foi difícil fazer a correspondência entre as diferentes observações, pois há poucos pontos de referência comuns nos diferentes regimes de comprimentos de onda. O Hubble observou esta colisão de galáxias no regime do visível, mostrando as regiões mais externas das galáxias distorcidas, com caudas de estrelas, gás e poeira, resultado da fusão em curso. No centro, detectavam-se dois núcleos distintos, mas devido à grande quantidade de poeira presente, o obscurecimento não permitia ver detalhes. A presença de dois buracos negros muito elevada em NGC 6240 foi demonstrada, pela primeira vez, pelas observações realizadas com o Observatório de Raios-X Chandra (NASA), em 2002. As observações também detectaram duas fontes pontuais de rádio na região central. Uma equipe de astrônomos, liderada por C. Max da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, utilizou o Telescópio Keck II com óptica adaptativa para obter imagens de NGC 6240 no infravermelho. Estas imagens estabeleceram a ligação entre as diferentes observações. Por um lado, a utilização da óptica adaptativa permitiu obter uma resolução espacial elevada, o que é necessário para identificar os pontos de referência vistos nos diferentes comprimentos de onda. Por outro lado, a radiação infravermelha é menos afetada pela poeira que a luz visível. As imagens no infravermelho conseguiram revelar os núcleos dos buracos negros e a sua subestrutura complexa, sendo possível determinar a localização dos buracos negros com uma grande precisão. Cada um dos buracos negros está no centro de um disco de estrelas em rotação. À sua volta, detectaram-se inúmeras fontes pontuais, muito fracas. Estas fontes fracas são enxames de estrelas jovens produzidas num surto de formação de estrelas originado pela interação entre as galáxias. As fusões de galáxias têm um papel fundamental na evolução das galáxias. Também têm um interesse especial para os astrônomos porque permitem o estudo de propriedades gerais das galáxias. Por exemplo, os astrônomos descobriram que a massa do buraco negro no centro de uma galáxia tem uma forte correlação com as propriedades de larga escala da galáxia. Visto a influência gravitacional do buraco negro estar limitada a uma região relativamente pequena à sua volta, como pode o buraco negro influenciar o resto da galáxia? Esta correlação pode ficar explicada se tanto a galáxia como o buraco negro crescerem ao longo do tempo através de fusões, ou seja, evoluírem juntos, através da mesma sequência de fusões com outras galáxias. Esta impressionante imagem (1ª imagem) da galáxia NGC 6240 contém informações de raios-X obtidas pelo telescópio orbital Chandra (exibido em vermelho, laranja e amarelo) que foram combinados com uma imagem nas faixas de freqüência da luz visível elaborada em 2008. Em 2002 a descoberta deste par de buracos negros em processo de colisão foi anunciada baseada em dados do Chandra a respeito da galáxia NGC 6240. O par de buracos negros supermassivos distante entre si meramente 3.000 anos-luz e os seus efeitos podem ser vistos aqui nas fontes pontuais brilhantes no meio da imagem.


Fonte: Portal do Astrónomo, Hubble, Chandra

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