terça-feira, 10 de novembro de 2009

Fotografada estrela mais distante no Universo, GRB-090423

Imagem em Raio-X

A luz de uma estrela que explodiu há 13 bilhões de anos chegou à Terra, estabelecendo um novo recorde do objeto astronômico individual mais distante já observado. Na semana passada, havia sido batido o recorde do aglomerado de galáxias mais distante conhecido até hoje, localizado a 10,2 bilhões de anos-luz da Terra. As características da explosão, do tipo conhecido como erupção de raios gama, mostram que as estrelas massivas já se formavam a apenas 630 milhões de anos depois do Big Bang. Erupções de raios gama são as mais violentas - e luminosas - explosões no Universo. Os cientistas estimam que estejam associadas com a formação de buracos negros a partir de estrelas supermassivas, entre outros eventos cósmicos extremamente violentos. A detecção da erupção, denominada GRB 090423, foi feita por duas equipes independentes de astrônomos. Eles mediram o chamado deslocamento para o vermelho - *redshift - do objeto em aproximadamente 8.2. O valor implica que a explosão ocorreu quando o Universo tinha menos de 5% da sua idade atual. Até então, o mais antigo registro correspondia a um deslocamento para o vermelho de 6.96, de um evento 150 milhões de anos mais recente do que a GRB 090423. Além da simples quebra de um recorde, a idade do objeto agora descoberto abre uma janela em uma era cosmológica que não estava acessível à observação. Até então, pensava-se que a "idade das trevas" cósmica teria terminado cerca de 800 milhões a 900 milhões de anos depois do Big Bang, quando a luz de estrelas e galáxias ionizou novamente o gás então neutro que permeava o Universo. Segundo os autores dos estudos, à medida que mais erupções de raios gama dos primórdios do Universo são descobertas, deverá ser possível conhecer o progresso dessa reionização, que levou ao meio intergaláctico atual.


*Redshift:
Os astrônomos calculam a velocidade à qual uma galáxia está se deslocando, medindo o “Redshift ou o Desvio para o Vermelho” da galáxia. O redshift é um alongamento aparente de ondas eletromagnéticas emitido por um objeto que se move longe do observador. Um redshift pode ser medido quando a luz produzida por uma galáxia expande-se para fora de uma faixa de cores chamada de espectro. O espectro de uma galáxia contém linhas luminosas e escuras que são determinadas pela temperatura, densidade e composição química da galáxia. Estas linhas são movidas para o “fim vermelho do espectro” se a galáxia estiver se mudando. Quanto maior a taxa de redshift, mais rápido é o movimento de fuga.

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