quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Asteróide é encontrado em zona morta gravitacional


Um grupo de astrônomos descobriu um objeto celeste em uma região da órbita de Netuno considerada uma "zona morta gravitacional" - os chamados pontos de Lagrange - na qual até hoje nenhum corpo astronômico havia sido observado. O objeto, denominado 2008 LC18, é um asteróide troiano, um tipo de asteróide que divide a órbita de um planeta, posicionando-se à frente ou atrás desse planeta em uma localização estável. O nome deriva da Guerra de Tróia, que teria ocorrido entre gregos e troianos por volta de 1.300 a.C. Como os asteróides troianos compartilham a órbita de seus planetas, eles são sensíveis à formação e migração destes. Por conta disso, a descoberta poderá ajudar a compreender melhor questões fundamentais sobre a formação e movimentos dos planetas. Júpiter é o planeta do Sistema Solar com o maior número de asteróides troianos conhecidos: mais de 4 mil. Há quatro troianos conhecidos em Marte e outros seis em Netuno, mas nenhum na região em que agora foi encontrado o sétimo. Até então, não se descobriu esses tipos de asteróides nos demais planetas do Sistema Solar, apesar de os cientistas estimarem tal existência. Scott Sheppard, da Instituição Carnegie, e Chad Trujillo, do Observatório Gemini, utilizaram uma nova técnica observacional, que aproveita a formação de grandes nuvens escuras de poeira no espaço para poder bloquear a luz de fundo no plano galáctico. Essa "janela observacional" foi empregada com o auxílio do telescópio japonês Subaru, com espelho de 8,2 metros de diâmetro, instalado no Havaí. A órbita do 2008 LC18 foi determinada com os telescópios Magalhães, de espelhos com 6,5 metros, instalados no Chile. "Estimamos que o novo troiano em Netuno tenha um diâmetro de cerca de 100 quilômetros e que há cerca de 150 outros asteróides do tipo na região em que observamos o 2008 LC18", disse Sheppard. Isso implicaria que há mais asteróides troianos em Netuno do que o número desses objetos no principal cinturão entre Marte e Júpiter. "Há menos troianos conhecidos em Netuno simplesmente por que eles são mais difíceis de serem descobertos, uma vez que estão tão longe da Terra", disse.


Créditos: Inovação Tecnológica

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