quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Astrônomos encontram estranho ponto quente em exoplaneta
O planeta gigante gasoso denominado Upisilon Andromedae b, possui uma órbita bem próxima de sua estrela, com uma face sendo eternamente cozida pelo calor da estrela. Ele pertence a uma classe de exoplanetas, denominados Júpiteres Quentes, assim chamados devido a sua temperatura e tamanho e a sua constituição gasosa. Pode-se pensar de maneira lógica que a parte mais quente do planeta seria aquela diretamente sobre o calor da estrela, mas observações anteriores têm mostrado que as manchas quentes do planeta aparecem um pouco distante desse ponto. Os astrônomos pensam que violentos ventos podem estar empurrando o material quente e gasoso ao redor do planeta. Mas uma nova descoberta pode colocar essa teoria em questão. Usando o Spitzer, os astrônomos descobriram que a mancha quente do planeta Upisilon Andromedae b está deslocada em 80 graus do ponto que se imaginava. Basicamente, essa mancha quente se localiza sobre o lado do planeta ao contrário daquele diretamente voltado para o calor da estrela. “Nós realmente não esperávamos encontrar um ponto quente tão longe da face voltada para a estrela”, disse Ian Crossfield, principal autor do artigo que relata a descoberta que é publicada no Astrophysical Journal. “É claro que nós entendemos menos sobre a energia atmosférica dos Júpiteres Quentes do pensávamos antes”. Os resultados são parte do crescimento do campo de pesquisa sobre a ciência atmosférica de exoplanetas, iniciada de forma pioneira em 2005 pelo Spitzer, quando ele se tornou o primeiro telescópio a observar de forma direta fótons provenientes de exoplanetas ou de planetas orbitando uma estrela que não fosse o Sol. Desde então, o Spitzer, juntamente como o Telescópio Espacial Hubble da NASA, têm estudado as atmosferas de alguns dos Júpiteres Quentes, encontrando água, metano, dióxido de carbono e monóxido de carbono. No novo estudo, os astrônomos relataram as observações do Upisilon Andromedae b, feitas durante cinco dias em Fevereiro de 2009. Esse planeta circula a sua estrela a cada 4.6 dias, como foi medido utilizando-se da técnica de velocidade radial, com telescópios baseados em terra. Ele não cruza ou faz um trânsito em frente a estrela como muitos outros Júpiteres Quentes estudados pelo Spitzer. O Spitzer mediu a luz total combinada da estrela e do planeta, à medida que o planeta a orbitava. O telescópio não pode ver o planeta diretamente, mas ele pode detectar as variações na luz infravermelha total que é emitida pelo sistema que aumenta à medida que o lado quente do planeta entra no campo de visão da Terra. A parte mais quente do planeta consequentemente gera a maior parte da luz infravermelha. Os astrônomos então discutem algumas possibilidades, incluindo o fato de que ventos supersônicos disparam ondas de choque que esquentam o material e as interações magnéticas entre o planeta e a estrela. Mas isso é somente especulação. À medida que os astrônomos examinam mais Júpiteres Quentes, os astrônomos terão a capacidade de testar novas teorias. “Esse é um resultado muito inesperado”, disse Michael Werner, cientista do projeto Spitzer da NASA sediado no Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena na Califórnia, que não participou do estudo. “O spitzer está nos mostrando que nós temos um longo caminho para entender completamente esses mundos alienígenas”. As observações do Spitzer foram feitas antes do observatório esgotar o seu líquido que o mantinha frio em Maio de 2009, iniciando oficialmente a chamada missão quente.
Créditos: Cienctec
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