sábado, 23 de outubro de 2010

Encontrada reserva cósmica de metais raros


Um observatório espacial de Raios X descobriu a maior concentração conhecida de elementos raros pesados no Universo. Os elementos leves da tabela periódica, hidrogênio e hélio, são os elementos mais abundantes no cosmos – eles são o combustível das estrelas. Porém, mais familiar para nós terrestres são os elementos pesados que compõe o resto da tabela, embora esses elementos pesados são raros no Universo como um todo. Recentemente, astrônomos usaram o observatório espacial de Raios X Suzaku, operado pela NASA e pela Agência Espacial Japonêsa (JAXA), para descobrir a maior concentração de metais raros no Universo já vista. O Suzaku detectou os elementos crômio e manganês enquanto observava a região central do aglomerado de galáxias Perseu, que está localizado à 225 milhões de anos-luz da Terra. Os átomos metálicos são parte do gás quente, ou médio intergaláctico, que fica entre 190 galáxias dentro do aglomerado. “Esta é a primeira detecção de crômio e manganês em um aglomerado,” disse Takayuki Tamura, um astrofísico da agência espacial Japonesa. “Anteriormente, esses metais foram detectados apenas em estrelas na Via Láctea ou de outras galáxias. Esta é a primeira detecção em espaço intergaláctico.” A porção do Aglomerado no campo de visão do Suzaku tem cerca de 1,4 milhões de anos-luz de comprimento, ou cerca de um quinto do comprimento total do Aglomerado. Ela contém uma imensa quantidade de metal: A quantidade de crômio é 30 milhões de vezes a massa do Sol, ou 10 trilhões de vezes a massa da Terra. A quantidade de manganês é de cerca de 8 milhões de vezes a massa do Sol. Supernovas, a explosão de estrelas, criam estes elementos pesados. As supernovas também criam vastos fluxos chamados de superventos. Estes ventos transportam os elementos pesados para o meio intergaláctico. Os dados da pesquisa do Suzaku mostram que levou cerca de três bilhões de supernovas para produzir as quantidades medidas de crômio e manganês. E ao longo de períodos de bilhões de anos, os superventos carregaram os metais para fora das galáxias e os depositaram no espaço intergaláctico. Cientistas esperam usar esta nova descoberta para aprender mais sobre a formação estelar e conseguir um melhor entendimento de como, quando e onde os elementos pesados são formados. “Medindo a abundância de metais, nós podemos entender a história química de estrelas em galáxias, tal como o número e tipo das estrelas que se formaram e explodiram no passado,” disse Tamura.

Créditos: Astronomia

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