quinta-feira, 25 de novembro de 2010

65 Cybele


Novas descobertas revelam que a presença de água congelada em asteróides pode ser mais comum do que antes se pensava. Agora foi a vez de falar do asteróide 65 Cybele, onde foram encontrados compostos orgânicos e água congelada. As duas equipes que anunciaram seus resultados já haviam mostrado evidências da presença de água e moléculas orgânicas em asteróides pela primeira vez em abril de 2010. Os equipamentos utilizados nesta pesquisa foram o Telescópio em Mauna Kea, no Havaí e o Telescópio Espacial de infravermelho Spitzer. Os telescópios detectaram as assinaturas que comprovam a presença destas substancias na superfície do 65 Cybele. “A descoberta sugere que esta região do nosso Sistema Solar contém mais água congelada do que era estimado,” afirmou o professor Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central. “E suporta a teoria de que os asteróides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta a água e os blocos da vida para aí se formar e evoluir.” O asteróide 65 Cybele é um pouco maior que o asteróide 24 Themis, alvo do primeiro artigo da equipe. Cybele tem um diâmetro de 290 km. Themis tem um diâmetro de 200 km. Ambos estão na mesma região do Cinturão de Asteróides que reside entre Marte e Júpiter. A camada de gelo do asteróide 65 Cybele tem provavelmente menos de um micrômetro de espessura. A camada de gelo é também muito instável, por isso deve cobrir este asteróide há apenas alguns milhares de anos. A equipe não sabe de onde veio, mas uma possibilidade é ter originado da subsuperfície da rocha. Se o gelo realmente migrou a partir do interior de 65 Cybele, a água poderá ser de origem primordial, afirmou Campins, restos da formação do Sistema Solar. Mas isto é apenas pura especulação. Até então, os cientistas estimavam que os asteróides fossem muito secos, mas agora parece que quando os asteróides e os planetas formavam-se no início do Sistema Solar, o gelo encontrava-se até o Cinturão de Asteróides, o que significa que água e material orgânico podem ser mais comuns perto da zona habitável de cada estrela. A Terra tem uma história violenta, tendo sido bombardeada por rochas espaciais praticamente toda a sua vida. Em particular, pensa-se que uma grande rocha colidiu com a Terra há 4,5 bilhões de anos, expelindo o material que eventualmente se tornou na nossa Lua. Naquela época, a colisão deve ter superaquecido a Terra e a água que que lá havia deve ter sido vaporizada. Então, como é que se formaram os oceanos? Os cometas contêm grandes quantidades de água gelada, mas não são considerados como os candidatos ideais para encher os oceanos primordiais da Terra. A água cometária tende a ser de natureza diferente, ou seja, seus átomos têm uma configuração diferente que a maioria da água que encontramos aqui na Terra. Estes novos resultados reforçam a teoria dos asteróides como portadores de água para a Terra. Nos primeiros tempos do Sistema Solar, os asteróides provavelmente colidiram com a Terra a uma freqüência muito maior que a atual. Se os asteróides tivessem mais gelo, a Terra poderia ter ficado “encharcada”, ou seja, seria um planeta oceânico.

Créditos: Eternos Aprendizes

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