segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Uma cratera de impacto que está se apagando em Marte


Uma nova mancha negra apareceu em uma imagem analisada pelo CTX de Julho de 2008 que não tinha sido vista anteriormente quando a mesma região foi imageada pelo instrumento THEMIS VIS da sonda Mars Odyssey em Novembro de 2004. Imagem em alta resolução obtida pelo instrumento HiRISE em Novembro de 2008 confirmou que essa mancha escura surgiu a partir de material ejetado de um aglomerado de crateras. Três grandes crateras com diâmetro variando entre 3 e 5 metros e no mínimo 5 crateras menores fazem parte do aglomerado registrado pelas imagens. Uma cratera menor fora do aglomerado, com aproximadamente 2 metros de diâmetro, não aparece na imagem está localizada 300 metros distante na direção noroeste . Essas crateras foram provavelmente produzidas por um único objeto que ao entrar na atmosfera de Marte foi quebrado em vários pedaços que acabaram se chocando com a superfície produzindo esse aglomerado. O objeto, provavelmente se aproximou de noroeste, julgando-se a partir da forma do padrão do material ejetado e pela localização da pequena cratera fora do aglomerado. O impacto espalhou por toda a região um material escuro que foi retirado da subsuperfície da região durante os impactos. A feição formada recentemente fornece um local ideal para se monitorar os efeitos dos ventos que alteram a moderna superfície marciana. O local foi fotografado novamente, agora pelo instrumento HiRISE em Setembro de 2010 (painel direito da imagem acima), após a passagem de um ano marciano completo quando a iluminação do local era similar a outra vez que o instrumento HiRISE fotografou o local. Por sorte, o ângulo de incidência (o ângulo de posição do Sol) da última imagem tinha uma diferença de somente 0.2 graus da imagem anterior. Contudo o ângulo de fase, ou seja, o ângulo formado entre o Sol, a sonda e o alvo, era menor com uma diferença de 14 graus, pelo fato da sonda ter feito a aproximação do local pela direção oposta. A nova imagem mostra que o padrão do material ejetado aparentemente se apagou em comparação com a imagem anterior. O contraste de outras feições na cena, como montanhas e rochas na parte inferior da imagem, é similar em ambas as imagens, já o material ejetado do aglomerado de crateras é notavelmente mais brilhante na imagem feita pelo HiRISE em 2010. Uma possibilidade é que o material escuro ejetado reflete a luz do Sol de forma diferente de como ela é refletida pelo terreno brilhante ao redor, tornando-se mais escura mais rapidamente à medida que o ângulo de fase aumenta. Outra possibilidade é que o padrão do material ejetado foi coberto por uma fina camada de poeira brilhante que foi transportada pela atmosfera durante o intervalo de 20 meses entre as duas imagens. Monitoramentos futuros do local pelo HiRISE ajudarão a escolher entre as duas hipóteses. Esse alvo em Marte ilustra bem como os vários instrumentos a bordo da sonda MRO trabalham de forma conjunta. A cobertura espacial do HiRISE é muito limitada para buscar por novas crateras de impacto ao redor do planeta Marte. Mas a sua ótima resolução espacial pode ser usada sim para estudar em detalhes alvos previamente selecionados pelo CTX. A utilização das capacidade complementares dos instrumentos a bordo da MRO fornecem um completo entendimento muito melhor do que se as suas imagens fossem analisadas de forma separada.

Créditos: Cienctec

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