sábado, 18 de dezembro de 2010

Equipe liderada por astrônomo do Qatar encontra seu primeiro exoplaneta

Em um interessante exemplo de colaboração internacional uma equipe de astrônomos do Qatar com cientistas no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) e outras instituições descobriram um novo exoplaneta. Esse exoplaneta, denominado de “Júpiter Quente”, agora denominado de Qatar-1b, adiciona mais um número na lista sempre crescente de exoplanetas descobertos orbitando estrelas distantes. Essa descoberta demonstra o poder da ciência que cruza facilmente as barreiras políticas e aumenta a ligação entre as nações. "A descoberta do Qatar-1b é uma grande realização – um descoberta que está demonstrando o comprometimento do Qatar em se tornar um líder em inovação científica e pesquisa", disse o Dr. Khalid Al Subai, líder da pesquisa do Qatar e diretor de pesquisa do Qatar Foundation for Education, Science and Community Development. "Essa descoberta marca o início de uma nova era de pesquisa astrofísica colaborativa entre o Qatar, o Reino Unido e os Estados Unidos”, adicionou ele. A pesquisa por exoplanetas do Qatar caça por estrelas que apresentam uma pequena variação toda vez que um planeta que a orbita cria um mini eclipse, cruzando a frente da estrela quando vista da Terra. Os pesquisadores que buscam por esse tipo de trânsito precisam vasculhar milhares de estrelas para encontrar uma pequena fração delas que tenham planetas detectáveis. As complexas observações e as complicadas análises criam a perfeita oportunidade para o trabalho de equipe. "A descoberta do Qatar-1b é um exemplo maravilhoso de como a ciência e as modernas técnicas de comunicação podem apagar as fronteiras internacionais e o fuso horário. Ninguém é dono das estrelas. Todos nós podemos ficar inspirados pela descoberta de mundos distantes”, disse o membro da equipe CfA David Latham. Para encontrar o novo mundo, as câmeras de ângulo amplo do Qatar (localizadas no Novo México) fizeram imagens do céu durante todas as noites claras desde o começo de 2010. As fotos então foram transmitidas para o Reino Unido para serem analisadas em colaboração por astrônomos nas universidades de St. Andrews e Leicester além do Qatar. Essas complexas análise reduziram a população ser estudada para apenas centenas de candidatos. A equipe do Harvard-Smithsonian, com o Dr. Al Subai, seguiu as candidatas mais promissoras, fazendo então observações espectroscópicas com o telescópio de 60 polegadas de diâmetro no Observatório Whipple do Smithsonian no Arizona. Essas observações podem separar sistemas estelares binários com eclipses, que podem abrigar trânsitos planetários. Eles também mediram a diminuição do brilho das estrelas com mais precisão usando o telescópio de 48 polegadas de Whipple. Os dados resultantes dessas análises confirmaram a existência de um planeta que agora é chamado de Qatar-1b, orbitando uma estrela laranja do Tipo K localizada a 550 anos-luz de distância da Terra. O Qatar-1b é um gigante gasoso 20% maior que Júpiter em diâmetro e 10% maior em massa. Ele pertence à família de “Júpiteres Quentes” pois orbita a estrela a uma distância de 3,2 milhões de quilômetros – somente seis diâmetros estelares. O planeta tem uma temperatura aproximada de 1.000 graus Celsius. O Qatar-1b circula a estrela uma vez a cada 1.4 dias, significando que o seu ano dura apenas 34 horas. Estima-se que o planeta está gravitacionalmente trancado à estrela, isso significa que um dos lados do planeta está sempre voltado para a estrela. Como resultado o planeta gira ao redor do seu eixo uma vez a cada 34 horas – três vezes mais lento que Júpiter que tem um período de rotação de 10 horas.

Créditos: Space Fellowship

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