quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Estrelas vampiras conseguem tornar-se mais jovens? Como?

As últimas observações das “rejuvenescidas azuis”, estrelas atípicas que aparentam ser bem mais jovens que a demais do aglomerado estelar aos quais pertencem, têm proporcionado dois modelos diferentes sobre sua origem. Segundo dois artigos publicados na revista Nature estas estrelas massivas podem se formar a partir da colisão de duas estrelas pré-existentes ou mediante uma transferência de massa de uma estrela para outra em um sistema binário de contato. As estrelas rejuvenescidas azuis, têm corpos mais quentes e massivos do que seria esperado para sua idade aparente, são encontradas em aglomerados estelares onde os astrônomos estimam que todas as suas estrelas se formaram ao mesmo tempo. Sabemos que as estrelas massivas esgotam seu combustível nuclear mais rápido que as demais de baixa massa e saem da seqüência principal rapidamente. Assim, os cientistas consideram surpreendente que as estrelas rejuvenescidas consigam durar bem mais tempo e não tenham se transformado em gigantes vermelhas ou em remanescentes inertes, mais conhecidos como as anãs brancas. Uma possível explicação é que as rejuvenescidas azuis se originam a partir de estrelas normais que tem sofrido um recente aumento de massa, seja através de uma colisão e fusão com outra estrela ou mediante uma transferência de massa entre companheiras binárias. Agora, segundo dois estudos publicados na Nature, parece que ambos os mecanismos de transformação estão funcionando. O investigador Francesco Ferraro, da Universidade de Bolonha (Itália), e seus companheiros informam da existência de duas populações distintas de rejuvenescidas azuis no aglomerado globular M30, uma mais avermelhada que a outra. Os cientistas mostram evidências de que as estrelas mais avermelhadas se formaram mediante transferência de massa entre as binárias, enquanto que as estrelas mais azuladas se formaram mediante colisões estelares. Por outro lado, Robert Mathieu e Aaron Geller, da Universidade de Wisconsin (EE UU), estudaram as rejuvenescidas azuis em outro aglomerado de nossa galáxia, o aglomerado aberto NGC 188. Estes investigadores comprovaram que 76% das rejuvenescidas azuis do aglomerado se encontravam em sistemas binários, em uma freqüência três vezes maior que a encontrada entre as estrelas normais. A raiz desta observação e algumas características incomuns das órbitas binárias, os autores concluíram que a maioria das rejuvenescidas azuis do NGC 188 se formaram a partir de sistemas estelares múltiplos e que tanto a transferência de massa como as colisões estelares estavam presentes.


Créditos: Eternos Aprendizes

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