O Very Large Telescope Interferometer do ESO (VLTI) fez suas primeiras observações que combinam imagens super nítidas com medidas de movimento. Os novos dados pioneiros do instrumento VLTI/AMBER não só mostram detalhes extremamente finos dos discos de gás e poeira ao redor da estrela brilhante supergigante HD 62623, mas também, pelo uso da espectroscopia, revelam os movimentos de material no disco pela primeira vez. A origem desse disco tem sido um mistério, como a da brilhante estrela, que está perto do fim de sua vida e espera-se que ela sopre o material ao seu redor e não seja envolta por ele como o que acontece com estrelas jovens. Uma equipe de astrônomos liderada por Florentin Millour (Observatoire de Côte d’Azur, em Nice) descobriu agora que o material está orbitando a estrela – como os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol. De maneira surpreendente eles não encontraram evidências que o material esteja sendo soprado para longe da estrela. A explicação mais provável para existência desse disco inesperado é que a estrela tenha uma estrela companheira bem menor, com massa similar a do nosso Sol. A presença de uma estrela companheira é também pensada em ser a explicação para a cavidade entre o disco de gás e a estrela central que pode ser observada nos dados. O instrumento AMBER VLTI combina a luz coletada por múltiplos telescópios no Observatório do Paranal do ESO para formar um telescópio virtual com um tamanho efetivo de 130 metros. Essas observações mostram detalhes cinquenta vezes mais finos do que podem ser vistos nas imagens do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA no mesmo comprimento de onda. Essa é a primeira vez que o poder do AMBER para resolver detalhes extremamente finos tem sido combinado com a sua habilidade para também obter espectro de diferentes parte de um objeto. Essa informação espectral adicional permite aos astrônomos estudarem os movimentos do gás brilhante no espaço.
Créditos: ESO
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