quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Missão WISE descobre a classe de estrelas mais frias

Cientistas usando dados do Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, ou WISE, descobriram a classe de corpos semelhantes a estrelas mais frios do universo, com temperaturas tão frias quanto as do corpo humano. Os astrônomos caçaram esses objetos escuros, chamados de anãs Y, por mais de uma década sem sucesso. Quando observados com telescópio que captam a luz visível, eles são praticamente impossíveis de serem detectados. A visão infravermelha do WISE permitiu que o telescópio finalmente registrasse o brilho apagado de seis anãs Y localizadas a uma distância relativamente pequena do nosso Sol, algo em torno de 40 anos-luz. “O WISE vasculhou todo o céu em busca desses e outros objetos, e foi capaz de registrar a sua luz quase invisível com sua visão infravermelha altamente sensível”, disse Jon Morse, diretor da Divisão de Astrofísica no NASA Headquarters em Washington. “Elas são 5.000 vezes mais brilhantes nos comprimentos de onda mais longos observados pelo WISE do espaço do que se fossem observados do chão”. As anãs Y são os membros mais frios da família das anãs marrom. Anãs marrom são às vezes chamadas de estrelas que falharam. Elas têm tão pouca massa para fundir átomos em seus núcleos e assim não queimam o combustível que mantêm as estrelas brilhando como o nosso Sol por bilhões de anos. Ao invés disso, esses objetos se esfriam e se apagam com o tempo, até que somente uma pequena parcela de luz é emitida nos comprimentos de onda do infravermelho. Os astrônomos estudam as anãs brancas para entenderem melhor como as estrelas se formam, e para entenderem as atmosferas dos planetas localizados além do nosso Sistema Solar. As atmosferas das anãs marrom são similares à atmosfera de planetas como Júpiter, mas elas são mais fáceis de serem observadas pois elas estão sozinhas no espaço longe do brilho intenso de uma estrela mãe. Os dados do WISE revelaram 100 novas anãs marrom. Mais descobertas são esperadas à medida que os cientistas continuarem a examinar a enorme quantidade de dados obtidos pelo WISE. O telescópio realizou a mais avançada pesquisa do céu no comprimento de onda do infravermelho de que se tem notícia na história, de Janeiro de 2010 até Fevereiro de 2011 vasculhando todo céu uma vez e meia. Das 100 novas anãs marrom identificadas, seis podem ser classificadas como anãs Y. Uma delas, a chamada WISE 1828+2650 é considerada como a anã marrom mais fria já descoberta com uma temperatura atmosférica estimada em 25˚C. “As anãs marrom que foram descobertas antes e que tinham o recorde de estrela mais fria do universo tinham a temperatura de um forno”, disse Davy Kirkpatrick, um membro da equipe de ciência do WISE que trabalha no Centro de Processamento e Análise Infravermelha no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, na Califórnia. “Com a descoberta das anãs Y, nós estamos saindo da cozinha e entrando nas partes mais frias da casa”. As anãs Y estão na vizinhança do Sol, a distância entre 9 e 40 anos-luz. A anã Y que está a aproximadamente 9 anos-luz de distância, a WISE 1541-2250, pode-se tornar o sétimo sistema estelar mais próximo mandando o Ros 154 para a oitava posição. Por comparação, a estrela Proxima Centauri a estrela mais próxima do Sol está a uma distância de 4 anos-luz. “Encontrar anãs marrom próximas do Sol é como descobrir que existe uma casa escondida no seu quarteirão e você não sabia que a casa estava ali”, disse Cushing. “O que é mais intrigante é saber que temos vizinhos no espaço que ainda precisam ser descobertos. Com o WISE, nós podemos encontrar anãs marrom a distâncias até menores do que a nossa estrela mais próxima”. Uma vez que a equipe do WISE identificou as estrelas candidatas a anãs marrom, eles voltaram o Telescópio Espacial Spitzer da NASA para esses alvos. Para confirmar por definitivo as estrelas, a equipe do WISE usou alguns dos mais poderosos telescópios existentes na Terra para assim separar a luz vinda do objeto e buscar por assinaturas moleculares de elementos como a água, o metano e possivelmente amônia. Para as novas anãs Y mais frias a equipe usou o Telescópio Espacial Hubble. As anãs Y foram identificadas com base numa mudança em suas feições espectrais comparadas com outras anãs marrom, indicando que elas tem uma temperatura atmosférica menor.

Créditos: WISE

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