sábado, 27 de agosto de 2011

Swift flagra buraco negro devorando estrela em galáxia distante

Dois estudos que serão publicados na revista "Nature" fornecem novas informações sobre um acidente cósmico que desde março emite poderosos feixes de raios-x em direção da Terra. A nova fonte de radiação foi detectada pela primeira vez pelo satélite da Nasa Swift, lançado em 2004 na constelação de Draco (Dragão).
- Incrivelmente, esta fonte ainda está produzindo raios-x e continuará brilhante o suficiente para o Swift continuar a observá-la no ano que vem. Ela tem um comportamento diferente de tudo que já vimos antes - diz David Burrows, professor de astronomia da Penn State University e cientista responsável pelos instrumentos de raios-x do telescópio, autor de um dos estudos.
Logo, os astrônomos notaram que a fonte de raios-x, batizada Swift J1644+57, era resultado de um evento extraordinário: o despertar de um buraco negro no centro de uma galáxia distante, enquanto ele dilacerava e devorava uma estrela que se aproximou demais dele. A galáxia está tão longe que sua luz, e os raios-x do evento, levaram 3,9 bilhões de anos para chegar à Terra. Já o segundo estudo, liderado por Ashley Zauderer, estudante de pós-doutorado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, examinou as emissões sem precedentes com a ajuda de vários radiotelescópios em terra. A maior parte das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, abriga buracos negros gigantes, com milhões e até bilhões de vezes a massa do Sol, em seus centros. De acordo com os novos estudos, o buraco negro da galáxia que abriga a Swift J1644+57 teria o dobro da massa de 4 milhões de sóis do localizado no núcleo da Via Láctea. A medida que a estrela caiu em direção do buraco negro, ela foi destruída pela intensa gravidade, com sua matéria criando um disco em torno do horizonte de evento. Girando rapidamente à volta do buraco negro, este material foi aquecido a milhões de graus, formando dois "funis" em direções opostas por meio dos quais algumas partículas conseguem escapar, aceleradas a mais de 90% da velocidade da luz. Por sorte, no caso da Swift J1644+57, estes jatos estão apontados diretamente para a Terra.

Créditos: Globo Ciência

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