quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VISTA encontra 96 enxames estelares escondidos por trás de poeira

Com dados obtidos pelo telescópio de rastreio no infravermelho VISTA, instalado no Observatório do Paranal do ESO, uma equipe internacional de astrônomos descobriu 96 novos enxames estelares abertos escondidos pela poeira da Via Láctea. Estes objetos pequenos e ténues permaneceram invisíveis em rastreios anteriores, mas não conseguiram escapar aos detectores infravermelhos muito sensíveis do maior telescópio de rastreio do mundo, que consegue espreitar através da poeira. Esta é a primeira vez que tantos enxames pequenos e pouco brilhantes foram encontrados de uma só vez. A maioria das estrelas com mais de metade da massa do nosso Sol formam-se em grupos chamados enxames abertos. Estes enxames são os tijolos que formam as galáxias e são vitais para a formação e evolução de galáxias tais como a nossa. No entanto, os enxames estelares formam-se em regiões com muita poeira, que difundem e absorvem a maior parte da radiação visível emitida pelas estrelas jovens, tornando-os invisíveis à maioria dos rastreios do céu, mas não ao telescópio infravermelho de 4.1 metros VISTA. “Descobrimos que a maioria dos enxames são muito pequenos, contendo apenas cerca de 10 a 20 estrelas. Comparados com enxames abertos típicos, estes são objetos muito ténues e compactos – a poeira que se encontra em frente destes enxames faz com que pareçam 10.000 a 100 milhões de vezes menos brilhantes no visível. Não admira, portanto, que estivessem escondidos”, explica Radostin Kurtev, outro membro da equipe. Apenas 2.500 enxames abertos foram encontrados na Via Láctea desde a antiguidade, mas os astrônomos estimam que devam existir pelo menos 30.000 escondidos por trás de poeira e gás. Enquanto que os enxames abertos brilhantes e grandes são facilmente detectados, esta é a primeira vez que tantos enxames pequenos e pouco brilhantes são encontrados de uma só vez. Inclusivamente, estes novos 96 enxames abertos podem ser apenas a ponta do iceberg. “Começamos agora a utilizar software automático mais sofisticado para procurar enxames mais velhos e menos concentrados. Estou confiante que muitos mais serão descobertos num futuro próximo”, acrescenta Borissova.

Créditos: ESO

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