sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os astrônomos da ESA acharam o elo-perdido dos buracos negros

Acharam o "elo-perdido" entre as famílias de buracos negros: não tão grandes quanto os que ficam no núcleo das galáxias (como a M87), nem pequenos como os que resultam diretamente do colapso de estrelas massivas (como Cygnus X-1). O novo "embaixador" dessa nova classe de buracos negros é o HLX-1 (Hyper-Luminous X-ray source 1), o objeto brilhante acima e à esquerda do bojo galáctico, na ilustração acima. Trata-se de uma fonte ultra-luminosa de raios-X e seu brilho é 260 milhões de vezes maior que o do Sol. Esse buraco negro tem a massa de cerca de 500 vezes a massa do Sol e situa-se na periferia da galáxia espiral ESO 243-49, que dista 290 milhões de anos-luz da Terra. Até essa descoberta os buracos negros têm sido distribuídos em duas classes bem distintas: Buraco Negro supermassivo: apresentam massa de vários milhões (como do centro da nossa galáxia, a Via – Láctea) até bilhões (como o do núcleo da galáxia ativa M87) de vezes a massa do Sol e situam-se nos centro das galáxias. Buraco Negro estelar: sua massa situa-se entre 3 a 20 massas solares (exemplo: o micro quasar Cygnus X-1). Essa nova descoberta da primeira evidência sólida desta classe de buracos negros de porte médio foi realizada usando o telescópio espacial XMM-Newton de raios-X suportado pela Agência Espacial Européia (ESA). Na ocasião da pesquisa Farrel e seu time estavam trabalhando no Centro de Estudos Espaciais de Rayonnements, na França. Um buraco negro estelar é usualmente um objeto remanescente de uma estrela massiva que colapsou e possui um campo gravitacional tão poderoso que a luz não consegue escapar do seu interior, ou seja, ele nada reflete. “Enquanto é comumente aceito que os buracos negros de massa estelar são criados durante a morte de estrelas massivas, não é sabido como os buracos negros supermassivos efetivamente se formam”, Farrel afirma. Há algum tempo os astrônomos acreditavam que deveria existir uma terceira categoria intermediária de buracos negros, como massa entre 100 e 100.000 vezes a massa do Sol, os quais até agora ainda não haviam sido detectados de forma consistente. A teoria existente atual estima que os buracos negros supermassivos sejam formados a partir da fusão de diversos buracos negros de massa intermediária, disse Farrell. Assim, “para ratificar tal teoria, entretanto, primeiramente nós temos que provar a existência dos buracos negros intermediários. Esta é a melhor observação, até agora, de um buraco negro intermediário, tão procurado pelos astrônomos”. Através dos dados coletados a partir das observações realizadas pelo XMM-Newton em 23 de novembro de 2004 e 28 de novembro de 2008, o time mostrou que a fonte HLX-1 mostrava uma variação na sua assinatura de raios-X. Isto indicou que tal objeto deveria ser um corpo único e não um agrupamento de diversas fontes de raios-X menores. A enorme quantidade de radiação observada só poderia ser explicada pela presença de um buraco negro massivo da ordem de 500 vezes a massa solar. Os autores asseguram que nenhuma outra explicação física para o fenômeno pode responder por esses dados levantados na pesquisa.

Créditos: Eternos Aprendizes

Nenhum comentário:

Postar um comentário