terça-feira, 6 de setembro de 2011

Rover Opportunity começa estudo de cratera marciana

O trabalho inicial do rover Opportunity da NASA no seu novo local de estudo em Marte mostra composições superficiais diferentes de tudo o que o robô já tinha estudado durante os seus primeiros sete anos e meio de exploração. O Opportunity chegou há três semanas atrás à orla de uma cratera com 22 km de diâmetro com o nome de Endeavour. A primeira rocha que examinou é achatada e tem o tamanho de um banquinho para os pés. Foi aparentemente expelida por um impacto que escavou uma cratera com o tamanho de um campo de tênis no limite da grande cratera Endeavour. A rocha foi informalmente apelidada de "Tisdale 2". "Esta rocha é diferente de qualquer outra rocha que já vimos em Marte," afirma Steve Squyres, investigador principal do Opportunity na Universidade Cornell em Ithaca, Nova Iorque, EUA. "Tem uma composição semelhante a rochas vulcânicas, mas tem muito mais zinco e bromo do que normalmente vemos. Esta é a confirmação de que a escolha de viajar até à Endeavour é o equivalente a uma segunda aterragem no Planeta Vermelho para o Endeavour." A diversidade de fragmentos como o Tisdale 2 pode indicar um prelúdio para outros minerais que o Opportunity poderá encontrar na Endeavour. Nas últimas duas semanas, os investigadores têm usado um instrumento no braço robótico do rover para identificar elementos em vários locais da Tisdale 2. Os cientistas também examinaram a rocha usando a câmera microscópica do rover e os múltiplos filtros da sua câmara panorâmica. As observações pelas sondas em órbita de Marte sugerem que as exposições rochosas na orla da Endeavour datam do passado longínquo da história marciana e incluem minerais argilosos que se formaram em condições molhadas pouco ácidas, possivelmente mais favoráveis à vida. Tudo o que resta das fronteiras da cratera são rebordos descontinuados. O cume nesta seção da orla onde o Opportunity chegou tem o nome de "Cape York." O intervalo entre Cape York e o próximo fragmento da orla da cratera, para Sul, é denominado "Botany Bay." "Nos últimos metros para Cape York, vimos afloramentos irregulares em Botany Bay diferentes de tudo o que o Opportunity já tinha visto até agora, e um banco em torno da fronteira de Cape York parece-se com rocha sedimentar que foi cortada e preenchida com veias de material possivelmente trazido por água," afirma Ray Arvidson, vice-investigador pricipal do rover, da Universidade de Washington em St. Louis, EUA. "Tomamos a decisão de examinar estas antigas rochas de Cape York primeiro." A equipe científica escolheu a Endeavour como o alvo a longo-termo do Opportunity após o rover ter saído da cratera Victória, fez três anos a semana passada. A missão passou dois anos estudando a cratera Victória, que tem apenas 1/25 do tamanho da Endeavour. As camadas de leitos rochosos expostos na cratera Victória e em outros locais que o Opportunity visitou partilham uma composição rica em sulfatos, relacionados com uma época passada em que a água ácida estava presente. O Opportunity percorreu 21 km desde a Victória para alcançar a Endeavour. Desde que aterrou em Marte, já viajou 33,5 quilômetros. "Temos um rover de boa saúde, tendo em conta que já trabalhou 30 vezes mais do que estava planeado," afirma John Callas, gestor do projecto Opportunity no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA. "No entanto, a qualquer momento, podemos perder um componente crítico num dos sistemas essenciais do rover, e a missão pode acabar. Ou, podemos ainda usar as capacidades do rover durante anos. Existem literalmente quilômetros de excitante geologia para explorar na cratera Endeavour." O Opportunity e o seu rover gêmeo, Spirit, completaram as suas missões principais com a duração de 3 meses em Abril de 2004 e continuaram a trabalhar durante anos em missões prolongadas. Ambos fizeram importantes descobertas acerca dos ambientes molhados no passado de Marte, que podem ter sido favoráveis para a vida microbiana. O Spirit terminou comunicações com a Terra em Março de 2010. "Este é como se fosse um novo local de aterragem para o nosso rover veterano," afirma Dave Lavery, executivo do programa de Exploração de Marte da NASA. "É um bônus impressionante que deriva da capacidade de percorrer Marte com hardware bem construído e que dura." A NASA irá lançar o seu rover de próxima geração, Curiosity, entre 25 de Novembro de 18 de Dezembro de 2011. Vai aterrar em Marte em Agosto de 2012.

Créditos: Astronomia On-line

Nenhum comentário:

Postar um comentário