segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Surpresas em Lutécia

A sonda Rosetta encontra-se ainda muito longe do seu objetivo primário, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Porém, a sua viagem deu já uma imensa contribuição à ciência planetária: uma visão sem precedentes de um dos mais antigos objetos do Sistema Solar, o asteróide 21 Lutécia. A Rosetta sobrevôou Lutécia em 10 de Julho de 2010, a uma velocidade de 54 mil km/s e a uma distância mínima de 3.170 km. As imagens obtidas durante o encontro revelaram uma superfície moldada por múltiplas colisões, aparentemente não muito diferente da superfície de outros objetos anteriormente visitados no Cinturão de Asteróides. No entanto, estudos publicados recentemente sugerem que este objeto com 130 km de comprimento é um planetesimal primitivo, um dos poucos sobreviventes do período de formação planetária. De acordo com os investigadores, os indícios encontram-se na variedade de estruturas identificadas na superfície de Lutécia pela câmera OSIRIS da sonda Rosetta. Para além das inúmeras crateras, são visíveis nas imagens grandes fraturas e extensas derrocadas, o que sugere uma estrutura interna porosa. Curiosamente, esta visão da estrutura interna de Lutécia não corresponde à sua densidade, 3,4 ± 0,3 g.cm-3, uma das mais elevadas alguma vez medidas num asteróide, pelo que Lutécia deverá possuir no seu interior um núcleo metálico parcialmente indiferenciado.

Créditos: AstroPT

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