sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

“Estrelarremotos” revelam segredos internos dos astros

Terremotos estelares – que podem ir até o coração dos gigantes vermelhos – agora revelam que os núcleos das estrelas giram muito mais rápido do que as superfícies. Essa descoberta pode ajuda a entender como o interior das estrelas evolui com o tempo. Gigantes vermelhas representam o destino de estrelas como o nosso Sol, quando começam a ficar sem seu combustível: o hidrogênio. Quando isso começa a acontecer, o núcleo contrai e o exterior expande e resfria. Daqui a aproximadamente 5 bilhões de anos, esse processo vai forçar nosso Sol a aumentar mais de 100 vezes seu tamanho atual, transformando-o em um gigante vermelho. O encolhimento do núcleo deveria fazer com que ele girasse mais rápido. Mas, até agora, os cientistas tiveram pouca evidência desse evento. Ao analisar terremotos estelares, pesquisadores descobriram que o centro dessas estrelas gira pelo menos dez vezes mais rápido do que a parte externa. Estrelas experimentam tremores violentos que geram ondas de som. Essas ondulações chegam até o interior e causam pequenas variações rítmicas em seu brilho. Ao estudar essas mudanças, cientistas podem compreender melhor o núcleo estelar – um campo científico emergente, chamado de astrosismologia. Usando a nave Kepler, da NASA, e telescópios terrestres, pesquisadores observaram três gigantes vermelhas por mais de 500 dias. Variações na luminosidade, causadas por vibrações, mostraram a velocidade dos núcleos. Para quantificar essa velocidade, eles procuraram por impressões digitais dos elementos dos astros, que aparecem como linhas negras no espectro de sua luz, espalhados entre os vários comprimentos de ondas. Conforme uma estrela gira, uma face se mostra pra nós e outra não. A luz do lado que está para nós aparece azul, e a que está indo para longe como vermelha. Isso forma as linhas negras, que revelam a velocidade do movimento. A superfície das gigantes vermelhas leva cerca de um ano para completar a rotação. Em comparação, os núcleos giram muito mais rápido, completando a rotação em um mês. O trabalho interior de uma estrela influencia sua evolução, e a rotação influencia como o interior se comporta. “Entender como uma estrela gira ajuda a compreender como nosso Sol vai envelhecer”, comenta o pesquisador Paul Beck. Beck espera analisar mais gigantes vemelhas, de diferentes idades, e verificar se a rotação dos núcleos e superfícies muda com o tempo.

Créditos: Live Science

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