quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VLT encontra a estrela em rotação mais rápida

O Very Large Telescope do ESO descobriu a mais rápida estrela em rotação encontrada até agora. Esta estrela jovem brilhante de elevada massa situa-se na nossa galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 160.000 anos-luz de distância. Os astrônomos pensam que esta estrela poderá ter tido um passado violento, tendo sido ejetada de um sistema de estrelas duplas pela sua companheira em fase de explosão. Uma equipe internacional de astrônomos tem utilizado o Very Large Telescope do ESO, instalado no Observatório do Paranal no Chile, para fazer um rastreio das estrelas mais pesadas e brilhantes da Nebulosa da Tarântula, situada na Grande Nuvem de Magalhães. Dentre as muitas estrelas brilhantes desta maternidade estelar, a equipe descobriu uma, chamada VFTS 102, que está rodando a mais de 2 milhões de quilômetros por hora – mais de 300 vezes mais depressa do que o Sol e muito próximo do ponto onde seria desfeita em pedaços devido às forças centrífugas. A VFTS 102 é a estrela em rotação mais rápida que se conhece até hoje. Os astrônomos descobriram também que a estrela, que tem cerca de 25 vezes a massa do Sol e é cerca de 100 mil vezes mais brilhante, se desloca no espaço a uma velocidade muito diferente da das suas companheiras. A diferença em velocidade poderia apontar para o fato da VFTS 102 ser uma estrela fugitiva – uma estrela que foi ejetada de um sistema de estrelas duplas depois da sua companheira ter explodido sob a forma de supernova. Esta hipótese é corroborada por mais duas pistas adicionais: um pulsar e um resto de supernova a ele associado, encontrados na vizinhança da estrela. A equipe desenvolveu um possível cenário evolutivo para esta estrela tão invulgar. O objeto poderia ter começado a sua vida como uma componente de um sistema estelar binário. Se as duas estrelas estivessem próximas uma da outra, o gás da companheira poderia ter fluído continuamente na sua direção, fazendo com que a estrela começasse a rodar mais e mais depressa, o que explicaria um dos fatos invulgares – o porquê da sua rotação extremamente elevada. Após um curto espaço de tempo na vida da estrela, de cerca de 10 milhões de anos, a companheira de elevada massa teria explodido como uma supernova – o que explicaria a nuvem de gás característica conhecida como resto de supernova que se encontra nas proximidades. A explosão teria também dado origem à ejeção da estrela, o que poderia explicar a terceira anomalia – a diferença entre a sua velocidade e a das outras estrelas da região. Ao colapsar a companheira de grande massa teria se transformado no pulsar que observamos hoje, completando assim a solução do puzzle.

Créditos: AstroPT

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