sábado, 28 de abril de 2012

Astrônomos identificam três exoplanetas

Não são homenzinhos verdes, mas pode ser um passo nessa direção: astrônomos usando dados da missão Kepler da NASA, identificaram três planetas tipo-Terra em órbita de outras estrelas, e todos podem ser habitáveis. A equipe de astrônomos usou o espectrógrafo TripleSpec (Near-Infrared Triple Spectrograph) acoplado ao telescópio do Observatório Palomar, no estado americano da Califórnia, para medir as temperaturas e metalicidades de pequenas estrelas anãs do tipo M, observadas pela primeira vez pela missão Kepler, o que levou a observações de planetas em órbita destas estrelas. O Kepler foi lançado em 2009 para procurar planetas fora do nosso Sistema Solar, os chamados planetas extra-solares ou exoplanetas. Os achados foram publicados online na edição de 23 de Abril da revista Astrophysical Journal Letters (Vol. 750, n.º 2). A descoberta poderá levar a melhores estudos destes planetas e pavimentar o caminho na direção da descoberta de planetas tal como a Terra. Os três planetas orbitam as "zonas habitáveis" das suas estrelas-mãe - a distância orbital onde a água pode existir em estado líquido à superfície, e o local ideal para determinar se a vida pode aí existir. As estrelas - KOI (Kepler Object of Interest) 463.01, KOI 812.03 e KOI 854.01 - estão localizadas em áreas do céu entre as constelações de Cisne e Lira, e as distâncias que variam entre algumas centenas a alguns milhares de anos-luz. "Existe um argumento bastante sólido de que a vasta maioria dos planetas no Universo, e possivelmente os planetas tipo-Terra em zonas habitáveis, são planetas que orbitam anãs M," afirma Jamie Lloyd, professor de astronomia e engenharia mecânica e aeroespacial, co-autor do artigo. A missão Kepler estuda continuamente 150.000 estrelas em busca de sinais de trânsito - uma diminuição no brilho de uma estrela devido à passagem de um planeta. A equipe de Cornell reduziu a lista para 80 estrelas com estes sinais, focando-se em estrelas anãs de categoria M. Estas são estrelas menores e menos brilhantes que o nosso Sol, mas a maioria das estrelas no Universo são anãs M, afirmam os investigadores. "Estas estrelas são muito tênues em comprimentos de onda visíveis, negligenciadas durante anos" porque são notoriamente difíceis de caracterizar, afirma a co-autora do estudo, Bárbara Rojas-Ayala, investigadora do Museu Americano de História Natural. Enquanto trabalhava em Cornell, Rojas-Ayala desenvolveu uma técnica chamada TripleSpec para medir as metalicidades e temperaturas das estrelas anãs M. A equipe de Cornell usou esta técnica para identificar os mesmos parâmetros para 80 estrelas anãs M. Usando dados do TripleSpec combinados com modelos teóricos de como estes tipos de estrelas provavelmente evoluem com o passar do tempo, obtiveram os tamanhos destas 80 estrelas. O TripleSpec forneceu aos astrônomos medições muito mais precisas das características das estrelas do que as originalmente obtidas com a missão Kepler. E em torno destas estrelas, identificaram três candidatos a planeta tipo-Terra com base no seu tamanho relativo, massa e temperatura em comparação com a Terra, a probabilidade de terem uma superfície rochosa e a sua presença na zona habitável de cada estrela. "70% das estrelas no Universo são deste gênero de anãs, diferentes do nosso Sol," afirma Philip Muirhead, investigador do Instituto de Tecnologia da Califórnia. "Por isso se estes planetas são comuns em torno de estrelas pequenas, e as estrelas pequenas são comuns no Universo, então a maioria da vida no Universo pode de fato existir em torno destes tipos de estrelas, e não em sistemas tipo-Terra e estrelas tipo-Sol." Os astrônomos chamam estes planetas de "candidatos" até que estudos posteriores os confirmem como planetas; os investigadores de Cornell esperam que o seu trabalho inspire outros cientistas a apontar os seus telescópios na direção destes novos candidatos a planeta. Por exemplo, acrescenta Muirhead, os astrônomos podem estudar as atmosferas destes planetas com telescópios espaciais como o Hubble ou o Telescópio Espacial James Webb, e pesquisar por bio-assinaturas, como linhas de absorção de oxigênio. "Se víssemos assinaturas de oxigênio nas atmosferas destes planetas, isso seria um grande salto na direção da identificação de vida extraterrestre no Universo," conclui Muirhead.

Créditos: Astronomia On-line

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