segunda-feira, 23 de abril de 2012

Estrada esburacada

Quarenta anos atrás no dia 21 de abril, o módulo lunar Orion tocou o solo das terras altas de Descartes na Lua. John Young e Charlie Duke passaram quase que três dias completos na superfície lunar, viajando 27 km com seu jipe lunar, e coletaram 96 kg de rochas que destruíram a interpretação existente para a área. O local Descartes foi selecionado para que rochas mais velhas do que as anteriormente recolhidas nos mares lunares fossem amostradas, além de rochas na clara e suave formação Cayley e nas Montanhas Descartes, ambas que eram interpretadas como sendo material vulcânico de diferentes mares basálticos. Porém nenhum material vulcânico foi coletado, as rochas eram detritos de fragmentos de impacto e material derretido por impacto, acreditados como sendo material ejetado das bacias Imbrium e talvez da Nectaris. As montanhas Descartes representam uma feição morfologicamente única na Lua, assim é difícil argumentar que uma típica terra alta da Lua tenha sido amostrada. E não existiam exposições que certificassem as rochas antigas de modo que o objetivo de encontrar rochas diferentes das que haviam sido anteriormente amostradas foi frustrado. De fato, o significado geológico das amostras recolhidas pela Apollo 16. foi mínimo para completar o entendimento que já se havia conseguido com as outras amostras. Isso não tira o valor da experiência de John e Charlle que fizeram um belo trabalho como geólogos de campo, e identificaram quase que imediatamente que as interpretações vulcânicas para a região estavam erradas. Isso não é nenhuma crítica aos cientistas lunares que mesmo agora com toda a tecnologia disponível possuem dados insuficientes para responder questões fundamentais sobre a Lua. É impressionante ver o quanto aprendemos com as missões Apollo e o quanto ainda podemos aprender.

Créditos: LPOD

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