Lembre-se da magnitude e da beleza da Lua Cheia nascendo. Agora imagine que, em vez da Lua, surja no céu um planeta azul, só que três vezes maior. Esse é cenário que ocorre no inusitado sistema planetário Kepler-36, que acaba de ser descoberto pelos astrônomos. A estrela é parecida com o Sol, só que bem mais velha. O Kepler-36b é um planeta rochoso, com 1,5 vez o tamanho da Terra e pesando 4,5 vezes mais. Ele orbita a estrela a cada 14 dias, a uma distância de 17,7 milhões de km. O segundo planeta, o Kepler-36c, é um gigante gasoso, parecido com Netuno. Ele é 3,7 vezes maior do que a Terra e pesa 8 vezes mais. Ele orbita a estrela a cada 16 dias, a uma distância de 19,3 milhões de km. Ou seja, são os dois planetas mais próximos já descobertos até hoje. Os dois têm uma conjunção a cada 97 dias, quando ficam separados por menos do que 5 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Como o Kepler-36c é muito maior do que a Lua, do ponto de vista do rochoso Kepler-36b ele aparece em uma visão espetacular. Coincidentemente, do ponto de vista inverso - olhando o planeta rochoso a partir do gigante gasoso - o vizinho aparece do tamanho da Lua Cheia. Não é um mundo para se viver. Em primeiro lugar porque são dois planetas com temperaturas extremas. Além disso, a aproximação gera gigantescas marés gravitacionais, que comprimem e esticam os dois planetas. Ainda não há uma teoria para explicar como o gigante gasoso pode se manter tão perto da estrela - no Sistema Solar, os gigantes gasosos ficam muito afastados da estrela.
Créditos: Inovação Tecnológica
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