Pensa-se que uma porção de matéria escura, como se fosse um "esqueleto", sustente a teia cósmica do Universo. Os cientistas acreditam que, pela primeira vez, conseguiram encontrar este "esqueleto" de matéria escura. Os astrofísicos do Observatório da Universidade de Munique detectaram um filamento que sustenta aglomerados das galáxias Abell 222 e Abell 223, localizadas a 2,7 bilhões de anos-luz da Terra. As provas dos achados foram publicadas na revista Nature, usando lentes gravitacionais e raios-X. Os astrônomos e físicos há muito tempo propõem que as teias de estrelas e galáxias que compõem o Universo sejam sustentadas por "andaimes cósmicos" compostos de linhas finas de matéria escura invisível, assim como nosso esqueleto sustenta todo o corpo, tecidos e órgãos. Acredita-se que a matéria escura faça parte de 80% de toda a matéria do Universo, sendo considerada com um fator importante na teia cósmica. O "esqueleto" de matéria escura poderia ser descrito como uma espinha dorsal, sustentando a imensidão do espaço profundo. Estes filamentos filiformes foram formados logo após o Big Bang, quando porções mais densas do Universo atraíram a matéria escura, até que entrou em colapso e formou discos achatados com finos filamentos desse tipo de matéria em suas junções. É justamente na seção transversal destes filamentos que as galáxias foram e estão sendo formadas. Os resultados do astrofísico Joerg Dietrich se encaixam perfeitamente na teoria do esqueleto. A equipe do pesquisador espera que os resultados possam ajudar a descobrir como a matéria comum e a matéria escura trabalham juntas para construir filamentos. Os astrônomos sabem muito pouco sobre a matéria escura e mais estudos são necessários para compreender sua atuação e interação. O Japão lançará até 2014 um telescópio para monitorar o espaço em busca de informações sobre os filamentos de matéria escura e outro telescópio será lançado em 2019 com lentes gravitacionais potentes.
Créditos: Jornal Ciência
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