quinta-feira, 12 de julho de 2012

Com a iniciativa Clean Space, a ESA quer diminuir o lixo espacial

No filme Gravity, a estrear no próximo ano, George Clooney aparece encalhado em órbita por causa do lixo espacial. A ameaça é verdadeira, com o aumento constante dos detritos. A iniciativa da ESA, Clean Space, está a desenvolver formas de preservar o espaço próximo da Terra e o ambiente terrestre também. Em resposta às preocupações dos europeus, o programa Clean Space também pretende reduzir o impacto ambiental das atividades espaciais humanas, diminuindo o lixo e a poluição em Terra e em órbita. A indústria está a contribuir para os planos da ESA de desenvolvimento de tecnologias Clean Space. Através de novas ferramentas para avaliar os efeitos ambientais, pela introdução de materiais e técnicas mais amigas do ambiente e de formas de impedir a produção de mais lixo espacial e de baixar o nível de detritos no espaço. O Diretor Geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, sublinha que a implementação da iniciativa Clean Space é um objetivo prioritário na Agenda de 2015, o programa da Agência que se segue: “ Se estamos convencidos de que a infra-estrutura espacial se irá tornar cada vez mais essencial, então temos a obrigação de passar o ambiente espacial às próximas gerações tal como o encontramos, primitivo.” “Podemos assim dizer que o Clean Space não é um programa novo, mas em vez disso, uma nova forma de conceber todos os programas da ESA. Gostaria que a ESA se tornasse numa agência modelo, neste aspeto. Sozinhos, não conseguiremos ser bem sucedidos; iremos precisar da colaboração de todos. O setor espacial tem de estar todo conosco.” O centro técnico da ESA, o ESTEC, em Noordwijk, na Holanda, recebeu o workshop Clean Space em junho, organizado pela ESA e pela Eurospace. Na Terra, o Clean Space envolve a avaliação do impacto ambiental de futuros projetos espaciais, tal como a monitorização dos efeitos prováveis da nova legislação sobre a indústria espacial – o campo da legislação ambiental é um campo de rápidas mudanças. A avaliação do ciclo de vida será importante para o cálculo dos efeitos ambientais das tecnologias espaciais, do desenho inicial e manufatura ao fim de vida. No workshop, a consultora ambiental, BIO Intelligence Services, descreveu a vasta aplicação de avaliação do ciclo de vida noutros setores industriais. Regra geral, o respeito pelo ambiente vai de mãos dadas com a eficiência – oferecendo à indústria uma vantagem competitiva. Novos processos de fabrico, tais como a "manufatura aditiva", em que as estruturas são construídas em camadas, ou a "soldadura por fricção", em que a solda acontece a temperaturas mais baixas, necessitam de menos energia e de menos material, para melhores resultados. Reduzir a necessidade da eliminação de ruídos, um processo normalmente muito caro, é outro caso em que só há vantagens: o construtor de foguetes, Safran, está a trabalhar num método biológico de diminuir o lixo tóxico do combustível sólido. No filme Gravity, a órbita baixa terrestre é uma nuvem de detritos letais. Na vida real, dos 6.000 satélites lançados durante a Era Espacial, menos de 1.000 permanecem operacionais. O resto está abandonado e com tendência a fragmentar-se pela explosão das baterias ou do combustível que sobra. A uma velocidade de 7.5 km/s ou mais, até um parafuso com 2 cm tem um diâmetro suficiente para destruir um satélite. No workshop foram discutidas várias formas de minimizar a futura produção de detritos espaciais, tais como amarras ou velas para ajudar a rebocar satélites abandonados na órbita baixa, dentro dos próximos 25 anos. A reentrada dos satélites também precisa ser um processo mais seguro – por vezes acontece que bocados de satélites atingem o solo intactos. Está a ser pensado um novo design para o fim de vida, de forma a prevenir isto mesmo. BuMas mesmo que os lançamentos espaciais parassem amanhã, as simulações mostram que os níveis de lixo espacial continuariam a aumentar. A remoção ativa é necessária, incluindo as missões robóticas para reparar e tirar os satélites da órbita.
Para mais informações, visite o novo website da ESA, Clean Space.

Créditos: ESA

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