Observar a passagem de satélites é um dos hobbies científicos mais educativos que existem e em breve essa atividade ficará ainda mais interessante. Nos próximos dias um micro satélite japonês realizará um experimento inédito e cruzará o céu emitindo luz e palavras em código Morse! O objetivo do experimento, proposto pelo Instituto de Tecnologia de Fukuoka é avaliar a possibilidade da comunicação óptica com satélites e será feito por um dos microsatélites FITSAT-1 que serão entregues na sexta-feira (27 de julho) na Estação Espacial Internacional, ISS, por meio da nave robótica Kounotori 3, colocada em orbita em 20 de julho. Os microsatélites, também chamados de CubeSats, são satélites de pequenas dimensões desenvolvidos por radioamadores ou universidades com o propósito de realizar experimentos científicos. Normalmente, CubeSats têm cerca de 10 cm de lado e não pesam mais que 1.500 gramas. Um dos FITSAT-1, batizado de NIWAKA, foi projetado para operar como uma verdadeira estrela artificial. Uma de suas laterais está repleta de LEDs que produzirão intensos flashes luminosos durante a noite e que poderão ser vistos com auxílio de um pequeno binóculo ou até mesmo a olho nu. Além disso, o tempo que os flashes permanecerão acesos ou apagados formarão palavras em código Morse, que transmitirão informações telemétricas do satélite. Para manter NIWAKA na posição correta, com os LEDS apontados para a Terra, os criadores do equipamento farão uso de pequenos ímãs de neodímio, em uma estrutura capaz de manter o CubeSat sempre apontado para o norte, com a face luminosa para baixo. Apesar de poder ser visto de qualquer parte do mundo entre as latitudes +/- 51 graus, os flashes luminosos terão como destino principal a Universidade de Fukuoka, FIT, que usará um telescópio e um fotomultiplicador dispostos em uma montagem que seguirá o satélite. Durante as passagens sobre a estação o experimento será comandado a transmitir flashes com velocidades cada vez maiores, permitindo aos cientistas avaliarem a capacidade de comunicação do sistema. De acordo com Takushi Tanaka, líder do projeto junto à FIT, tanto à estação de terra como os LEDS estarão perfeitamente alinhados quando o satélite passar sobre a Fukuoka, o que permitirá pelo menos 3 minutos de experimento por passagem. Todos os FITSAT-1 permanecerão dentro da estação Espacial até 2 de setembro, quando serão colocados no espaço pelo astronauta japonês Akihiko Hoshide, com auxílio do braço robótico do módulo Kibo. Quando estiver em órbita, os interessados poderão rastrear o satélite NIWAKA através do site Satview.org. Além do FITSAT-1, o cargueiro Kounotori 3 está levando para a Estação Espacial mais dois experimentos projetados por estudantes ganhadores da competição "YouTube Space Lab". Promovida pelo Google, participaram da competição estudantes com idades entre 14 e 18 anos que criaram experimentos para serem colocados em órbita. Os vencedores foram Amr Mohamed, de 18 anos, de Alexandria, no Egito e Dorothy Chen e Sara Ma, ambas de 16 anos, estudantes em Michigan, nos EUA. Os projetos foram concebidos para estudar como a microgravidade afeta a estratégia de caça das aranhas zebra e entender como diferentes nutrientes e compostos afeta o crescimento e virulência de bactérias cultivadas no espaço.
Créditos: Apolo 11
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