quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

As galáxias anãs que orbitam Andrômeda

Localizada a cerca de 2,5 milhões de anos-luz da Terra, Andrômeda é a mais próxima galáxia espiral que conhecemos e, ao mesmo tempo, é o objeto mais distante que pode ser visto daqui a olho nu. Ao seu redor, orbitam pelo menos 27 galáxias anãs e, destas, 13 se juntaram em uma estrutura em formato de disco, com 42 mil anos-luz de “espessura” e a uma distância de 1,3 milhão de anos-luz de Andrômeda. “Essas galáxias anãs têm um brilho centenas ou milhões de vezes mais fraco que o de grandes galáxias espirais como Andrômeda ou a Via Láctea”, explica o pesquisador Nicolas Martin, do Observatório Astronômico de Estrasburgo (França). Ele faz parte da equipe que observou os “discos” ao redor de Andrômeda, usando o Telescópio Canadá-França-Havaí. As galáxias satélites anãs, acredita-se, são formadas por matéria que escapa das galáxias maiores. Contudo, os atuais modelos de formação de galáxias não explicam por que tantas se agruparam em forma de disco, já que normalmente elas simplesmente se dispersariam por orbitar em velocidades diferentes (conforme suas próprias dimensões). “Deve haver algo na maneira como essas galáxias se formaram ou evoluíram que as levou a traçar essa estrutura peculiar, coerente”, disse Martin. “Seja como for, não entendemos a razão por trás dessa estrutura, o que a torna ainda mais interessante”. Para o astrônomo, sua simples existência mostra uma forte relação entre Andrômeda e as galáxias que a orbitam. Alguns pesquisadores sugerem que o disco não passa de uma coincidência, sem um fenômeno específico que o explique. “Podem dizer que estamos vendo uma coincidência estatística, mas seria uma coincidência extremamente rara, de fato – cerca de uma chance em 10 mil”, argumenta Martin. Curiosamente, o disco de galáxias anãs está inclinado em 50° em relação ao eixo de Andrômeda, mas os pesquisadores ainda não sabem o porquê. Mais estranho ainda é o fato de que o eixo de nossa galáxia está alinhado com o disco, algo que ainda não foi explicado. “Isso pode indicar que a Via Láctea está de alguma maneira envolvida com a formação desse disco de galáxias anãs, mas também pode ser uma coincidência”, aponta. As demais galáxias anãs conhecidas que orbitam Andrômeda também formam um disco, “inclinado” 13° em relação à galáxia. O próximo passo dos pesquisadores é investigar as propriedades dessas galáxias anãs para descobrir se existe algo que as diferencia das demais.

Fonte: Hypescience

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