terça-feira, 8 de janeiro de 2013

NuSTAR registra buracos negros na "teia" de uma galáxia

O Nuclear Spectroscopic Telescope Array da NASA, ou NuSTAR, para simplificar, virou seus olhos de raios-X para uma galáxia espiral e registrou o brilho intenso de dois buracos negros nela escondido. As novas imagens foram lançadas segunda-feira, dia 7 de Janeiro de 2013, feita pelo NuSTAR no encontro da American Astronomical Society em Long Beach, Califórnia. “Essas novas imagens mostram porque o NuSTAR está nos dando uma visão sem precedentes do cosmos”, disse Lou Kaluzienski, cientista do programa NuSTAR na sede da NASA em Washington. “Com a grande sensibilidade do NuSTAR e a sua grande capacidade de imageamento, nós estamos recebendo uma grande quantidade de novas informações sobre uma grande variedade de fenômenos cósmicos na porção de alta energia do espectro eletromagnético”. Lançado em Junho passado, o NuSTAR é o primeiro telescópio em órbita com a capacidade de concentrar a luz de raios-X de alta energia. Pode-se ver objetos com detalhes consideravelmente maiores do que as missões anteriores que operaram no mesmo comprimento de onda. Desde o lançamento, a equipe do NuSTAR vem afinando o telescópio, que inclui um mastro com o comprimento de um ônibus escolar conectando os espelhos e os conectores. A missão está analisando uma série de objetos extremos de alta energia, incluindo buracos negros próximos e distantes, e os núcleos incrivelmente densos de estrelas mortas. Além disso, o NuSTAR começou a pesquisar buracos negros na região interna da Via Láctea em galáxias distantes do universo. Entre os alvos do telescópio está a galáxia espiral IC342, também conhecida como Caldwell 5, mostrada em um das duas novas imagens. Essa galáxia localiza-se a 7 milhões de anos-luz de distância na constelação de Camelopardalis (a Girafa). Observações anteriores de raios-X da galáxia, feitas com o Observatório de Raios-X Chandra da NASA revelaram a presença de dois buracos negros cegos, chamados de fontes de raios-X ultraluminosas, ou, do inglês ULXs. Como as ULXs podem brilhar de forma tão intensa ainda é um mistério para a astronomia. Embora esses buracos negros não sejam tão poderosos como os buracos negros supermassivos localizados nos corações das galáxias, eles são mais de 10 vezes mais brilhantes do que buracos negros de massas estelares salpicados entre as estrelas em nossa própria galáxia. Os astrônomos acreditam que as ULXs poderiam ser buracos negros intermediários mais comuns, sendo poucas milhares de vezes mais massivos que o Sol, ou buracos negros de massa estelar menor em um estado extraordinariamente brilhante. Uma terceira possibilidade é que esses buracos negros não se encaixem em nenhuma dessas categorias. “Os raios-X de alta energia guardam a chave para desvendar o mistério que envolve esses objetos”, disse Fiona Harrison, principal pesquisador do NuSTAR no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Se eles são buracos negros massivos, ou se existe uma nova física na maneira como eles se alimentam, a resposta será de qualquer maneira fascinante”. Na imagem, os dois pontos brilhantes, que aparecem entrelaçados nos braços da IC 342 são os buracos negros. A luz raio-X de alta energia, foi traduzida em cores magenta, enquanto que a galáxia propriamente dita é mostrada na luz visível. “Antes do NuSTAR, as imagens de raio-X de alta energia dessa galáxia e os dois buracos negros eram tão confusos que eles pareciam como um pixel”, disse Harrison.

Fonte: JPL

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