A agência norte-americana anunciou que a sonda chegou a uma região totalmente nova nas fronteiras do Sistema Solar – a chamada “rodovia magnética”, a última região a ser atravessada pela sonda antes de chegar ao espaço interestelar. Até hoje, a Voyager 1 perambulou dentro da área chamada heliosfera, uma bolha cósmica de vento solar que cerca o Sol. Agora, ela está chegando ao extremo da área de influência desta “bolha”, onde há menos ventos solares, o que permite que elétrons altamente energizados do meio interestelar (ISM, na sigla em inglês; termo utilizado para designar o espaço entre sistemas estelares como o nosso) penetrem na heliosfera e empurrem os ventos para trás. Os astrônomos pretendem conseguir uma idéia do quanto esses ventos estão afetando a posição atual da sonda, usando um instrumento de partículas de baixa carga como uma espécie de biruta para partículas subatômicas. E os ventos têm sido bem bizarros, para ser preciso. Segundo informou a NASA: “Os cientistas se referem a essa nova região como rodovia magnética para partículas carregadas porque as linhas do campo magnético do nosso Sol estão conectadas a linhas de campos magnéticos interestelares. Essa conexão permite que partículas menos energizadas que se originam dentro de nossa heliosfera saiam e permita que partículas com mais energia de fora entrem. Antes de entrar nesta região, as partículas carregadas se agitaram para todas as direções, como se estivessem presas em rodovias locais dentro da heliosfera”. A equipe da Voyager infere que esta região está dentro de nossa bolha solar porque a direção das linhas do campo magnético não mudou. “Estamos prevendo que a direção dessas linhas do campo magnético mudará quando a Voyager entrar no espaço”. Este território é desconhecido, mas a NASA tem plena consciência disso, conforme afirmou Edward Stone, um cientista do projeto Voyager em um comunicado à imprensa: “Apesar da Voyager 1 ainda estar dentro do ambiente solar, nós agora podemos ter idéia de como é lá fora porque as partículas estão entrando e saindo nesta rodovia magnética. Nós acreditamos que esta é a última etapa em nossa jornada para o espaço interestelar. Nosso melhor chute é de que é algo para acontecer daqui a poucos meses ou alguns anos. A nova região não é como esperávamos, mas nós já começamos a esperar o inesperável da Voyager”.
Fonte: Jornal Ciência
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