Desde que um meteoro de 10 mil toneladas caiu na Rússia, muitos relatos de bolas de fogo cruzando o céu começaram a ser noticiados, o que deu a impressão de que estávamos sendo bombardeados por eles. Afinal de contas, os meteoros aumentaram mesmo ou foi somente impressão? Antes de avançarmos nesta questão, é muito difícil saber até que pontos os relatos que pipocaram recentemente, principalmente nas redes sociais, são de fato verdadeiros e estão mesmo relacionados a objetos vindos do espaço. Desde a queda do meteoro sobre a pequena cidade russa, milhões de pessoas que raramente olhavam para o céu passaram a olhar mais para cima e fenômenos óticos perfeitamente conhecidos foram interpretados erroneamente como meteoros. É o caso típico da fumaça de exaustão dos jatos comerciais em grande altitude, que iluminados pelo Sol da manhã ou final da tarde produzem um efeito visual muito parecido com a trilha de deixada por uma bola de fogo. A maior parte dos relatos que se seguiram à queda do meteoro não pôde ser comprovada, com a exceção de uma única bola de fogo vista no dia seguinte sobre a Califórnia, apesar de haverem relatos delas sobre a Itália e Cuba. No Brasil também tivemos relatos, mas apenas um deles, vindo do Espírito Santo, parece ser verdadeiro. O vídeo mostrado na TV de um possível meteoro no Rio de Janeiro é na realidade uma cena típica da trilha de condensação de aeronave. Imagens de câmeras de céu amplo (allsky cameras) do dia 15 registraram a passagem de um pequeno meteoro sobre o Brasil, mas foram divulgadas juntamente com as cenas do meteoro russo, do avião no Rio de Janeiro e também de uma câmera de segurança do Espírito Santo. Isso fez o público leigo achar que todos os eventos estavam relacionados. Mesmo com um maior número de relatos, ao que tudo indica o número de eventos desse tipo não aumentou ou diminuiu e ao contrário do que pensam alguns, não existe qualquer tipo de "abafamento" para não criar pânico na população. O fato é que diariamente a Terra é constantemente bombardeada por pequenos asteróides e outros detritos espaciais, criando uma espécie de garoa de meteoros, alguns deles tão brilhantes que podem ser vistos até mesmo de dia, principalmente nas primeiras horas da manhã ou antes do anoitecer. De acordo com cálculos feitos pelo astrônomo Bill Cooke, ligado à Nasa, bolas de fogo tão brilhantes quanto o planeta Vênus ocorrem mais de 100 vezes por dia. Outras, com brilho semelhante à Lua crescente cruzam o céu pelo menos uma vez a cada dez dias. Segundo o astrônomo, existem ainda bolas de fogo extremamente grandes e brilhantes, com magnitude visual que pode chegar a -13 e que acontecem a cada cinco meses. Apenas para lembrar, magnitude negativa de -13 equivale ao brilho da Lua Cheia! No entanto, nem sempre essas enormes bolas de fogo são vistas. A maioria delas, cerca de 70%, cruza o céu sobre áreas inabitadas ou sobre os oceanos. A metade ocorre durante o dia, praticamente imperceptíveis devido à presença do Sol. Outra grande parte também não é vista simplesmente porque ninguém está olhando o céu naquele momento. No caso das bolas de fogo iguais as que caíram nas cidades russa de Chelyabinsk ou Tunguska, as estatísticas mostram que as chances são de aproximadamente uma a cada 100 anos. Como você viu, uma grande bola de fogo não é tão difícil assim de se ver, mas se você ficar olhando mais tempo para o céu com certeza terá mais chances de vê-las, já que a possibilidade de testemunhar grandes meteoros é bem maior do que você pensava!
Fonte: Apolo 11
Nenhum comentário:
Postar um comentário