Saturno é um planeta gasoso, composto principalmente por hidrogênio, e é o segundo maior planeta do Sistema Solar, depois de Júpiter. Ele é conhecido desde 1610 quando Galileu conseguiu observá-lo pela primeira vez. Este planeta tem um número elevado de satélites naturais, até agora 61 já foram descobertos. Dentre todas as luas de Saturno, Titã é a maior, cujo diâmetro é de aproximadamente 5.280 quilômetros, sendo maior que o planeta Mercúrio. Além disso, esse satélite natural possui características interessantes para os cientistas planetários, como por exemplo, a existência de água líquida a uma profundidade consideravelmente pequena de sua superfície, e também a existência de uma atmosfera rica em metano, o que se assemelha em muito com a atmosfera primitiva da Terra. A superfície de Titã possui temperatura máxima de - 180°C, entretanto é possível que haja ciclones tropicais próximo ao seu pólo norte. Esta informação parece estar totalmente equivocada, ou ao menos, não parece fazer sentido nenhum. Porém, segundo o especialista Tetsuya Tokano da University of Cologne, na Alemanha, Titã não tem apenas ocorrências de ciclones, mas também há chuva. O fenômeno tão conhecido aqui na Terra é, em Titã, um pouco distinto, já que o satélite apresenta uma temperatura tão baixa que a sua chuva esta sob a forma de metano líquido, e não de água propriamente. Embora já tenham sido detectados ciclones em Marte e Saturno, o que acontece no satélite Titã é algo raro de ser ver. O ciclone tropical é um caso especial que é impulsionado pelo calor de evaporação de mar quente. Estas tempestades envolvem uma grande quantidade de chuva e ventos fortes, aspectos naturais estes só encontrados na Terra, até então. Baseado nestas informações, Tokano decidiu calcular quais elementos eram necessários para que Titã pudesse ter seus próprios minifuracões. Segundo o pesquisador, a combinação certa de hidrocarbonetos presentes nos lagos e mares da lua seria fundamental neste processo. “Nós sabemos que provavelmente exista etano e metano lá”, diz ele. O metano é muito importante porque evapora com mais facilidade, e poderia provocar calor suficiente para produzir uma tempestade. A tempestade produzida não seria tão poderosa como os furacões e tufões que existem na Terra, mas ela pode conduzir ventos de superfície de até 20 metros por segundo (72 quilômetros por hora), o que significa que é 10 vezes superior a velocidade média de vento em Titã. Se fosse comparado com os efeitos na Terra, seria equivalente aos ventos de uma tempestade tropical média. Seriam necessários dois terços dessa velocidade para produzir um furacão de grande escala. Além disso, Tokano também considerou o local no qual essas tempestades poderiam se formar, e descobriu que os três mares de Titã: Kraken Mare, Ligeia e Punga, são os únicos que suportariam o crescimento de um ciclone tropical. Os três estão localizados próximo ao pólo norte de Titã. De acordo com o cientista, as tempestades podem se formar no verão do hemisfério norte de Titã e durar cerca de 10 dias. Com a primavera no norte de Titã, o aquecimento solar do pólo norte deve induzir ao desenvolvimento de possíveis tempestades entre 2015 a 2021. Vale ressaltar que Titã está tão longe do Sol, se comparado a sua distância em relação à Terra, que o seu ano e estações são, portanto, bem mais longos.
Fonte: Jornal Ciência
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