sábado, 27 de abril de 2013

Sonda Cassini observa meteoros colidindo com os anéis de Saturno

A sonda Cassini da NASA forneceu a primeira evidência direta de pequenos meteoróides invadindo os fluxos de escombros e colidindo com os anéis de Saturno. Estas observações fazem dos anéis de Saturno o único local, além da Terra, da Lua e de Júpiter, onde os cientistas e astrônomos amadores foram capazes de observar impactos à medida que ocorrem. O estudo da taxa de impacto de meteoróides fora do sistema saturniano ajuda os cientistas a compreender como os diferentes planetas do nosso Sistema Solar se formaram. O Sistema Solar está cheio de pequenos objetos velozes. Estes objetos frequentemente colidem com corpos planetários. Os meteoróides em Saturno têm tamanhos estimados entre 1 centímetro e vários metros. Os cientistas levaram anos até distinguir os rastros deixados por nove meteoróides em 2005, 2009 e 2012. Os detalhes das observações aparecem num artigo publicado na edição de 25 de Abril da revista Science. Os resultados da Cassini já mostraram que os anéis de Saturno agem como detectores muito eficazes dos mais variados tipos de fenômenos circundantes, incluindo a estrutura interior do planeta e as órbitas das suas luas. Por exemplo, uma ondulação sutil mas com 19.000 km, através dos anéis mais interiores, aponta para um impacto muito grande em 1983. "Estes novos resultados sugerem que as taxas atuais de impacto para pequenas partículas em Saturno são basicamente as mesmas que na Terra - duas vizinhanças muito diferentes no nosso Sistema Solar - e é emocionante ver isto," afirma Linda Spilker, cientista do projeto Cassini no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "Foi preciso os anéis de Saturno agirem como um grande detector de meteoróides - com 100 vezes a área da superfície de Terra - e a grande viagem da Cassini pelo sistema de Saturno para abordar esta questão." O equinócio de Saturno no Verão de 2009 foi um momento especialmente bom para a observação dos detritos deixados por impactos de meteoróides. O ângulo muito superficial do Sol sobre os anéis fez com que as nuvens de detritos aparecessem brilhantes contra os anéis escuros em imagens obtidas pelas câmeras da Cassini. "Sabíamos que estes pequenos impactos ocorriam constantemente, mas não sabíamos o tamanho ou frequência, e não esperávamos necessariamente que tomasse a forma de espetaculares nuvens de corte," afirma Matt Tiscareno, autor principal do artigo e cientista participante da Cassini na Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque. "A luz do Sol, que brilhava de lado em relação aos anéis no equinócio saturniano, agiu como um dispositivo anti-camuflagem, por isso estas características normalmente invisíveis tornaram-se evidentes." Tiscareno e colegas pensam agora que os meteoróides deste tamanho provavelmente quebram-se ao primeiro encontro com os anéis, criando pedaços menores e lentos que de seguida entram em órbita de Saturno. O impacto destes meteoróides secundários nos anéis forma as nuvens. As minúsculas partículas que criam estas nuvens têm uma gama de velocidades orbitais em torno de Saturno. As nuvens que produzem são riscos grandes, diagonais e brilhantes. "Os anéis de Saturno são invulgarmente brilhantes e limpos, levando a sugerir que os anéis são na realidade muito mais jovens que o próprio Saturno," afirma Jeff Cuzzi, co-autor do artigo e cientista interdisciplinar da Cassini, especializado em anéis planetários e poeira no Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, Califórnia. "Para avaliar esta dramática afirmação, temos que saber mais sobre a velocidade com que o material de fora bombardeia os anéis. Esta análise mais recente ajuda a preencher as lacunas na história com a detecção de objetos com um tamanho anteriormente impossível de detectar diretamente."

Fonte: Astronomia On-line

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