Cientistas japoneses criaram um “nanotraje” para larvas de mosca da fruta, tecnologia que poderia um dia acabar com a necessidade de trajes espaciais para humanos. Eles descobriram que é possível proteger as larvas dos efeitos da exposição ao vácuo bombardeando-as com elétrons. Sem tal tratamento, as larvas murcham e morrem dentro de poucos minutos. A viagem espacial humana vem com uma série de problemas, dada a nossa incapacidade geral de sobreviver no vácuo. A nova técnica que funcionou com as larvas poderia um dia ajudar-nos também a atravessar o vácuo ilesos. Os pesquisadores da Universidade Hamamatsu (Japão) inventaram uma espécie de “nanotraje” que funciona como uma miniatura do traje espacial e que poderia eventualmente ser usado por seres humanos, e aplicado usando um chuveiro de elétrons. Eles testaram o traje com larvas em laboratório. Imitando as condições do espaço, eles bombardearam algumas delas com elétrons, enquanto outras foram expostas sem proteção. Com o tratamento, as larvas sobreviveram à experiência e passaram a se desenvolver em uma mosca saudável. Já as larvas sem o bombardeio de elétrons rapidamente morreram de desidratação, porque, como previsto, o vácuo sugou toda a água de seu corpo. Quando os pesquisadores estudaram a pele dos insetos sobreviventes, eles descobriram que o tratamento com elétron tinha mudado a película fina que cobre a larva – assim, suas moléculas ficaram juntas, criando uma camada flexível o suficiente para permitir que se movessem, e forte o suficiente para protegê-las da desidratação. No entanto, a maioria dos insetos não tem tais camadas naturais que podem ser transformadas em “nanotrajes”, de forma que os cientistas decidiram criar uma alternativa artificial. Eles submergiram larvas de mosquito em um banho de água em Tween 20, um produto químico não tóxico, para em seguida cobri-las em plasma. Isto fez com que o Tween 20 criasse um nanoprocesso semelhante ao que foi naturalmente criado pelas larvas da mosca da fruta. Segundo os pesquisadores, a tecnologia poderia permitir que indivíduos, inclusive pessoas, sobrevivessem às condições extremas do espaço. A técnica poderia eventualmente substituir os trajes espaciais tradicionais dos astronautas, protegendo-os do ambiente hostil do espaço – o vácuo e as temperaturas extremas. “Imagine uma blindagem de espaço flexível, aproximadamente o diâmetro de um fio de cabelo humano, que pode proteger contra a desidratação e radiação”, comentou o astrobiólogo Lynn Rothschild, da NASA, que não participou do estudo. Apesar de incrível, no entanto, tal técnica não deve ser adotada em breve – muito estudo ainda é necessário.
Fonte: Inovação Tecnológica
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