sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Meteorito que caiu na Rússia era parte de asteróide já conhecido

Um novo estudo mostra que o meteorito que caiu na cidade russa de Chelyabinsk no início do ano não era totalmente desconhecido. O objeto pode ter sido um dos inúmeros fragmentos do asteróide 2011 EO40, detectado dois anos antes e que ainda está orbitando o Sol. No dia 15 de fevereiro de 2013, uma super bola de fogo rompeu o céu da pequena cidade de Chelyabinsk, na região central da Rússia, provocando uma violenta onda de choque que destruiu diversas construções e deixou centenas de pessoas feridas. Esse foi o maior acidente provocado por uma rocha espacial a atingir a Terra desde o evento de Tunguska, em 1908. A queda do meteorito levantou uma série de suspeitas de que o objeto poderia ser algum fragmento pertencente ao asteróide 2012 DA14, que naquele mesmo dia fez uma aproximação verdadeiramente rasante do nosso planeta. No entanto, a órbita do asteróide e o ângulo de entrada do bólido eram completamente diferentes e essa possibilidade foi logo afastada. Agora, utilizando métodos estatísticos e diversas simulações em computadores, os pesquisadores Carlos e Raul de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, concluíram que a rocha de 10 mil toneladas que atingiu Chelyabinsk pode ter como origem o asteróide 2011 EO40 de 200 metros de comprimento, que já havia sido detectado dois anos antes e era classificado pelos cientistas como "Potencialmente Perigoso". Para chegar a essa conclusão, a dupla de pesquisadores simulou diversas orbitas hipotéticas que cruzassem o caminho da Terra no momento da queda do meteoro. Em seguida buscaram na base de dados os asteróides que se encaixavam dentro dessas orbitas e encontraram como candidatos mais prováveis os objetos 2011 EO40 e 2007 BD7, sendo este último posteriormente descartado. De posse desses dados, os irmãos Fuente Marcos simularam a desintegração de um objeto com o tamanho de 2011 EO40 e através do método estatístico conhecido como Monte Carlo concluíram que o asteróide poderia produzir fragmentos similares ao que atingiu Chelyabinsk, inclusive com hora e ângulo de impacto compatíveis. 2011 EO40 é um asteróide de 200 metros de comprimento pertencente à classe Apolo, cujas órbitas estão localizadas próximas à da Terra e portanto são candidatos potenciais a uma colisão com nosso planeta. Se as afirmações dos Fuente Marcos estiverem corretas, 2011 EO40 não é uma rocha sólida, mas um aglomerado de fragmentos muito frágeis que ainda estão orbitando o Sol. Na opinião dos cientistas, somente com novas observações será possível afirmar se 2011 EO40 pode ainda oferecer risco de novas colisões. Para Jorge Zuluaga, que também vem estudando o impacto de Chelyabinsk junto à Universidade de Antioquia, na Colômbia, 2011 EO40 não representa mais ou menos risco que os outros objetos potencialmente perigosos já catalogados, mas que serão necessários novos estudos e observações para afirmações mais conclusivas.

Fonte: Apolo 11

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