quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sonda Cassini da NASA observa forças controlando os jatos de Encélado

A intensidade dos jatos de gelo de água e partículas orgânica que são atirados da lua Encélado de Saturno depende da proximidade que a lua está do planeta dos anéis, de acordo com dados obtidos pela sonda Cassini da NASA. A descoberta adiciona evidências sobre um reservatório de água líquida ou um oceano que existe abaixo da superfície congelada da lua. Essa é a primeira observação clara de que a pluma brilhante que é emanada do pólo sul de Encélado varia de forma prevista. As descobertas estão detalhadas num artigo da revista Nature. “Os jatos de Encélado aparentemente trabalham como bicos ajustáveis de mangueiras que irrigam os jardins”, disse Matt Hedman, o principal autor do artigo e um cientista da equipe da Cassini baseado na Universidade de Cornell em Ithaca, N.Y. “Os bicos estão quase fechados quando Encélado está mais perto de Saturno e estão na sua maioria abertos quando a lua está mais distante. Nós pensamos que esse comportamento está ligado a como Saturno aperta e libera a lua com a sua gravidade”. A sonda Cassini, que está orbitando Saturno desde 2004, descobriu os jatos que formam a pluma em 2005. O gelo de água e de partículas orgânicas são ejetados da lua a partir de algumas fissuras denominadas de listras de tigre. “A maneira como os jatos reagem de forma tão responsiva às mudanças de tensões em Encélado sugere que suas origens estão num grande corpo de água líquida”, disse Christophe Sotin, um co-autor do artigo e um membro da equipe da Cassini no Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena na Califórnia. “A água líquida foi fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, então essas descobertas abrem o apetite para saber se a vida existe em qualquer lugar onde a água esteja presente”. Por anos os cientistas desenvolveram hipóteses sobre a intensidade dos jatos variarem com o tempo, mas ninguém, até então tinha sido capaz de mostrar que elas mudavam num padrão reconhecível. Hedman e seus colegas foram capazes de ver as mudanças examinando dados infravermelhos da pluma como um todo, obtidos pelo espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho da Cassini, ou VIMS, e observando os dados adquiridos ao longo do tempo. O instrumento VIMS, que permite analisar uma grande quantidade de dados incluindo a composição de hidrocarbonetos da superfície de outra lua do sistema de Saturno, Titã, e sinais sismológicos das vibrações de Saturno em seus anéis, coletou mais de 200 imagens da pluma de Encélado, entre os anos de 2005 e 2012. Esses dados mostra que a pluma esteve mais apagada quando a lua estava em um ponto de sua órbita, mais próximo de Saturno. A pluma gradativamente aumentou de brilho até Encélado atingir o ponto mais distante do planeta, nesse ponto a pluma ficou de três a quatro vezes mais brilhante do que no ponto em que estava mais apagada. Isso pode ser comparado à diferença de iluminação observada entre um quarto apagado e um quarto iluminado. Adicionando os dados de brilho aos modelos anteriores de como Saturno espreme Encélado, os cientistas deduziram que a força gravitacional mais próxima do planeta espreme a lua mais reduzindo a abertura das listras de tigre e a quantidade de material que é expelido. Eles acreditam que o relaxamento gravitacional no ponto mais distante do planeta permite que as listras de tigre fiquem mais abertas e os jatos escapem em maior quantidade. “O tempo da Cassini em Saturno tem nos mostrado como esse planeta é ativo e como suas luas e seus anéis são verdadeiros caleidoscópios”, disse Linda Spilker, cientista de projeto da Cassini no JPL. “Percorremos um longo caminho desde que Saturno foi espiado de forma plácida pelo telescópio da sonda Galileo. Nós esperamos aprender mais sobre as forças que atuam ali como um microcosmo para entender como o nosso
Sistema Solar se formou”.

Fonte: Cienctec

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