segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rocha misteriosa aparece em frente ao rover Opportunity da NASA em Marte

Depois de uma década explorando a superfície marciana, os cientistas veteranos que trabalham com o rover Opportunity pensavam que já haviam visto de tudo. Isso até uma misteriosa rocha aparecer a poucos metros do rover de seis rodas alguns dias atrás. As notícias da pedra errante foram anunciadas pelo principal cientista do programa NASA Mars Exploration Rover, Steve Squyres da Universidade de Cornell, num evento especial do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech, em Pasadena, na Califórnia, chamado de 10 Years of Roving Mars, na última quinta-feira a noite, dia 16 de Janeiro de 2014. O evento público científico aconteceu para celebrar uma década do pouso dos rovers Spirit e Opportunity no Planeta Vermelho em Janeiro de 2004. Enquanto apresentava as descobertas científicas feitas por ambos os rovers durante os anos de Marte, Squyres discutiu as descobertas recentes de suspeita de gesso perto do anel da Cratera Endeavour – uma região de Meridiani Planum que o Opportunity vem estudando desde 2011 – e a descoberta de argilas que provavelmente se formaram num ambiente úmido de pH neutro no passado de Marte. Embora essas descobertas não tenham nada de inovadoras, Squyres compartilhou a animação da equipe dos rovers em Marte por encontrar uma nova e estranha rocha, exclamando: “Marte continua atirando coisas novas na nossa cara!” Em uma comparação de fotos recentes capturadas pela câmera panorâmica do rover, ou Pancam, no sol 3528 da missão, somente rochas tradicionais do embasamento podiam ser vistas. Mas no sol 3540, uma rocha do tamanho de um punho apareceu. Os cientistas do programa MER prontamente apelidaram o objeto de Pinnacle Island. “Ela é do tamanho de uma roquinha”, disse Squyres. “Foi uma surpresa total, nós falamos, ‘espere um segundo, ela não estava ali antes, não pode estar certo. Meu Deus! Ela não estava lá antes!’ Nós ficamos absolutamente surpresos”. Mas o rover nunca passou por essa área, então, de onde a Pinnacle Island veio? Somente duas opções foram identificadas como sendo a fonte da rocha: 1) o rover deslocou e virou a rocha enquanto ele manobrava, ou, 2) ela pousou ali, bem em frente ao rover, depois de um impacto de um meteorito próximo. A teoria do impacto, contudo, é menos provável das duas. “Assim, minha melhor aposta para essa rocha… ela era algo que estava próxima”, disse Squyres. “Devo salientar que eu estou fazendo essa suposição agora, mas eu acho que isso aconteceu quando o rover fez uma manobra no lugar a um ou dois metros de onde está a rocha agora”. O atuador da roda frontal direita do rover Opportunity havia parado de funcionar, então Squyres identificou essa rocha como sendo o possível motivo por trás de todo mistério. Cada roda no rover tem seu próprio atuador. No caso de um desses atuadores engriparem ou falharem, a mobilidade do robô será afetada. No caso dessa roda, ela não podia mais virar para esquerda ou para a direita. “Assim, se você virar o rover sobre um embasamento, à medida que a roda passa pela rocha, ela não tem um movimento suave. Esse movimentos com sobressaltos pelo embasamento pode ter tirado a rocha de sua posição e levado ela para frente do rover”, disse Squyres. Como nunca perdem uma oportunidade científica, os cientistas envolvidos na missão do Opportunity esperam estudar a rocha brilhante. “Ela parece estar de ponta cabeça, assim temos a chance de ver um lado dela que sofreu ação da atmosfera de Marte em bilhões de anos e que está aqui na nossa frente. É uma grande sorte”, disse ele. “Você pensa em Marte como sendo um lugar bem estático, e eu não penso que exista nenhuma nova cratera por perto, eu acho que isso é algo que nós mesmo fizemos… nós deslocamos essa rocha de seu local original”. Embora essa seja a principal teoria por trás do caso da rocha aleatória, Squyres apontou que a investigação ainda continua e que levará alguns dias para que a equipe possa dizer com precisão de onde veio a Pinnacle Island.


Créditos: Cienctec/Discovery News

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