terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Encontrado colossal “rio” de hidrogênio correndo pelo espaço

Usando o telescópio Robert C. Byrd Green Bank Telescope (GBT), da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, o astrônomo D. J. Pisano da Universidade de West Virginia descobriu o que poderia ser um “rio” de hidrogênio nunca antes visto. Este filamento muito tênue de gás flui no espaço para a galáxia próxima NGC 6946, e pode ajudar a explicar como certas galáxias espirais possuem um ritmo constante de formação de estrelas. “Sabíamos que o combustível para a formação de estrelas tinha que vir de algum lugar. No entanto, só havíamos detectado cerca de 10% do que seria necessário para explicar o que observamos em muitas galáxias”, explicou Pisano. “A principal teoria era de que os rios de hidrogênio – conhecidos como fluxos frios – podiam transportar hidrogênio através do espaço intergaláctico, clandestinamente alimentando a formação de estrelas. Esse tênue hidrogênio tinha sido simplesmente demasiado difuso para se detectar, até agora”. As galáxias espirais como a nossa Via Láctea normalmente mantêm um ritmo bastante tranquilo e constante de formação de estrelas. Outras, como a NGC 6946, localizada a aproximadamente 22 milhões de anos-luz da Terra, na fronteira das constelações de Cefeu e do Cisne, são muito mais ativas, embora menos do que galáxias de explosões estelares mais extremas. Isso levanta a questão do que está alimentando a formação de estrelas em NGC 6946 e galáxias espirais similares. Estudos anteriores da vizinhança galáctica em torno NGC 6946 com o telescópio de rádio Westerbork Synthesis (WSRT), nos Países Baixos, revelaram uma auréola prolongada de hidrogênio. Essa característica é comum em galáxias espirais. A auréola pode ser formada por hidrogênio ejetado do disco da galáxia pela intensa formação de estrelas e explosões de supernovas. Um fluxo frio, no entanto, seria formado por hidrogênio vindo de uma fonte completamente diferente: gás do espaço intergaláctico que nunca foi aquecido a temperaturas extremas por processos de nascimento ou morte de estrelas em uma galáxia. Usando o GBT, um telescópio muito mais sensível, Pisano foi capaz de detectar o brilho emitido pelo gás hidrogênio que conecta NGC 6946 a seus vizinhos cósmicos. Astrônomos teorizam há muito tempo que galáxias maiores poderiam receber um fluxo constante de hidrogênio frio ao puxarem o gás de outras companheiras menos maciças. Ao olhar para NGC 6946, o GBT detectou exatamente o tipo de estrutura filamentar que estaria presente em um fluxo frio, embora haja outra explicação provável para o que foi observado. Também é possível que, em algum momento no passado, esta galáxia teve um encontro próximo e passou por seus vizinhos, deixando uma “fita” de hidrogênio atômico neutro em seu rastro. Se for esse o caso, no entanto, deve haver uma população pequena, mas perceptível de estrelas nos filamentos. Mais estudos ajudarão a confirmar a natureza desta observação, e o possível papel que os fluxos frios desempenham na evolução das galáxias.

Créditos: Hypescience

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