sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Rosetta: ESA define o local de pouso da sonda Philae no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

A ESA deu sinal verde para o pouso do módulo Philae da sonda Rosetta, em 12 de novembro de 2014, no local escolhido do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, em uma inédita tentativa de realizar um pouso suave de uma sonda em um cometa. O local de pouso do Philae, denominado de Local J e localizado no meio dos dois ‘lóbulos’ do cometa, foi confirmado pela ESA (Agência Espacial Européia) em 14 de outubro de 2014, de acordo com uma revisão abrangente das opções possíveis pelos cientistas da missão. Desde o rendez-vous com o cometa 67P, a missão tem realizado um levantamento e uma análise científica inédita deste objeto remanescente da era primordial da história de 4,6 bilhões de anos do Sistema Solar. Gradativamente, a Rosetta tem se aproximando do cometa, tendo começado as manobras 100 km no dia 6 de agosto e está agora a apenas 10 km do centro do cometa, que mede cerca de 4 km de comprimento. Isto permitiu um olhar mais detalhado sobre os locais de pouso principal e secundário para completar uma avaliação de risco, incluindo um censo detalhado dos pedregulhos e rochas superficiais. A decisão de fazer pousar a mini sonda Philae no Local J também confirma a sequência planejada dos eventos que precedem o pouso. A Rosetta vai se desconectar do módulo Philae às 08:35 GMT/09:35 CET de dia 12 de novembro a uma distância de aproximadamente 22,5 km do centro do cometa. O pouso ocorrerá cerca de sete horas depois, cerca de 15:30 GMT/16:30 CET. Como o sinal unidirecional de comunicação entre a Rosetta e a Terra levará 28 minutos e 20 segundos no dia 12 de Novembro para viajar, isto significa que a confirmação da separação chegará às estações terrestres às 09:03 GMT/10:03 CET e a da aterragem por volta das 16:00 GMT/17:00 CET. Fred Jansen, gerente da missão Rosetta da ESA, comentou: Agora que sabemos o nosso local de pouso, estamos um passo mais perto de executar esta operação emocionante, mas de alto risco. No entanto, ainda existem uma série de marcos importantes a completar antes de darmos o ‘Go’ final para o pouso. Uma série de decisões críticas “Go/No-Go” (Sim, prossegue/Não, não prossegue) devem ser conduzidas antes da separação. O processo começa no dia 11 de novembro com a confirmação da equipe de dinâmica de vôo se que a Rosetta está na trajetória certa antes da liberação do “lander” Philae para a operação de viagem até o cometa. Outras decisões “Go/No-Go” serão tomadas na noite de 11 para 12 de novembro, relativas à disponibilidade e conexão dos comandos, culminando com a confirmação da prontidão do módulo para o comando de separação. Uma pequena manobra da Rosetta deverá acontecer cerca de duas horas antes da separação. O ajuste vai colocar a Rosetta na posição ideal para liberar o Philae. O “Go/No-Go” final para a separação ocorrerá logo depois desta manobra. Após a separação da sonda Philae, a Rosetta vai manobrar para cima e para longe do cometa, antes de se reorientar para estabelecer comunicações com o módulo Philae. Fred Jansen explicou sobre as decisões críticas: Caso alguma das decisões resulte num ‘No-Go’ (passo não autorizado para prosseguir), a equipe terá que abortar e revisar o cronograma de acordo com uma nova tentativa, certificando-se que a Rosetta está em uma posição segura para tentar novamente. Se tudo correr bem, Rosetta e Philae começarão comunicar entre si cerca de duas horas após a separação. Durante a descida, que levará cerca de sete horas, o módulo Philae vai aproveitar a aproximação para capturar imagens e proceder experiências científicas, coletando amostras do ambiente de poeira, gás e plasma que envolve o cometa. Philae vai registrar uma imagem de “despedida” da sonda Rosetta pouco depois da separação, juntamente com uma série de imagens à medida que se aproxima da superfície do cometa. Os cientistas estimam que as primeiras imagens dessa sequência sejam recebidas na Terra poucas horas após a separação. Uma vez em segurança na superfície do cometa, o Philae capturará um panorama da área em volta. Espera-se também receber esta primeira visão do cometa aqui Terra várias horas depois. A primeira sequência de experiências científicas na superfície começará cerca de uma hora depois do pouso e terá a duração de 64 horas, limitadas pelo tempo de vida da bateria primária do módulo. O estudo de longo prazo do cometa pelo módulo Philae vai depender de quanto tempo e da capacidade das baterias na atividade de recarga, que pode ser limitada pela quantidade de poeira que porventura se deposite nos seus painéis solares. De qualquer forma, espera-se que em março de 2015, quando o cometa se aproximar mais do Sol, que as temperaturas dentro do Philae alcancem níveis muito elevados para continuar as operações e a missão científica do Philae será encerrada. Por outro lado, a missão da espaçonave Rosetta vai prosseguir por muito mais tempo. A Rosetta vai acompanhar o cometa à medida que este cresce em atividade até à sua maior aproximação do Sol em agosto de 2015 e continuará monitorando, em seguida, enquanto se afastam novamente para o Sistema Solar exterior. Esta missão sem precedentes vai estudar como um cometa evolui e dar importantes pistas sobre a formação do nosso Sistema Solar, as origens da água na Terra e, possivelmente, até mesmo da origem da vida na Terra.


Créditos: Eternos Aprendizes

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