domingo, 9 de novembro de 2014

UR116: Asteróide recém-descoberto pode mesmo atingir a Terra?

Um novo asteróide classificado como potencialmente perigoso está causando bastante apreensão. O objeto tem cerca 360 metros de comprimento e segundo alguns sites pode se chocar contra a Europa nos próximos anos. Será que isso é verdade? Batizado de 2014 UR116, o objeto foi descoberto em 27 de outubro de 2014 por um dos telescópios robóticos da rede Master, Mobile Astronomical System of the TElescope Robots, mantido pela Universidade de Ural, na Rússia. Assim que foi descoberto, 2014 UR116 teve o eixo maior de sua órbita calculado em cerca de 311 milhões de km, com distância mínima de aproximação solar de 83 milhões de km, cruzando portanto as orbitas de Vênus, Terra e Marte. Asteróides com essas características são classificados como "Apollo" e por cruzarem o caminho da Terra, "potencialmente perigosos". Imediatamente após a notícia da descoberta, diversos sites e blogs começaram a repercutir uma possível chance de impacto, além de comparar as dimensões da rocha à do asteróide Chelyabinsk, que rompeu a atmosfera da Sibéria em fevereiro de 2013. Alguns sites foram ainda mais além e afirmaram que a rocha poderia atingir a Europa, mas não nos próximos quatro anos. Naturalmente, por cruzar a órbita da Terra, 2014 UR116 tem chances de atingir o nosso planeta, assim como outras centenas de asteróides do tipo Apollo. No entanto, em nenhum momento a afirmação de choque partiu de algum cientista. 2014 UR116 foi descoberto há alguns dias e a quantidade de observações ainda é muito pequena para se desenhar com precisão o shape de sua órbita e sem esse conhecimento é impossível afirmar se poderá ou não haver um impacto em algum momento. Pelo mesmo motivo, especular sobre o possível local de impacto é apenas um exercício de futurologia. O período de translação de 2014 UR116 é de 9164 dias e em 21 de outubro deste ano (2014) se aproximou a 12.8 milhões de km do nosso planeta. Apesar das poucas observações, alguns cálculos feitos pelo Apolo11.com mostram que não há risco de impacto contra a Terra, Marte ou Vênus nos próximos 120 anos. Para períodos maiores a precisão começa a ficar bastante deteriorada e será preciso aguardar os cálculos do Minnor Planet Center, MPC e do Solar System Dynamics, da Nasa, que conseguem realizar modelagens orbitais de longo período. Ao que tudo indica, ainda não chegou a hora.

Créditos: Apolo 11

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