segunda-feira, 15 de julho de 2019

Buraco negro supermassivo que não deveria existir intriga astrônomos

O Telescópio Espacial Hubble, da NASA, encontrou um disco fino de material orbitando em torno de um buraco negro supermassivo no coração da galáxia espiral NGC 3147, a 130 milhões de anos-luz de distância de nós.
O que há de errado nesse disco é que ele não deveria estar lá. O disco se encontra muito próximo do buraco negro supermassivo, e devido a essa aproximação, ele pode revelar pistas das teorias das relatividades de Albert Einstein.
As observações revelaram que o disco fino de material em torno do buraco negro está tão profundamente incorporado no campo gravitacional do buraco negro que a luz dele é alterada.
“Nunca vimos os efeitos da relatividade geral e especial à luz visível com tanta clareza”, disse Marco Chiaberge, membro da equipe que conduziu o estudo das observações feitas pelo Hubble, da Agência Espacial Européia.
“Este é um interessante vislumbre de um disco muito próximo de um buraco negro, tão perto que as velocidades e a intensidade da força gravitacional estão afetando a forma como os fótons de luz se aparentam”, acrescentou o principal autor do estudo, Stefano Bianchi, da Università degli Studi Roma Tre, em Roma, Itália. “Não podemos compreender os dados a menos que incluamos as teorias da relatividade,” completa.
Usando o instrumento STIS (Hubble’s Imaging Spectrograph), os pesquisadores puderam estudar a matéria que gira no interior do disco. O instrumento utilizado é uma ferramenta de diagnóstico que divide a luz de um objeto em seus vários comprimentos de ondas individuais para determinar sua velocidade, temperatura e outras características com uma precisão muito alta.
Sem o Hubble, os cientistas não poderiam observar e estudar as áreas de baixa luminosidade ao redor do buraco negro, que bloqueia a luz da galáxia. “Não teríamos sido capazes de ver isso porque a região do buraco negro tem uma luminosidade baixa”, disse Chiaberge.
A equipe espera usar o Hubble para caçar outros discos muito compactos em torno de buracos negros de baixa potência em galáxias ativas semelhantes.
“É o mesmo tipo de disco que vemos em objetos que são 1.000 ou mesmo 100.000 vezes mais luminosos. As previsões de modelos atuais para galáxias ativas muito fracas falharam claramente.”

Créditos: SoCientífica

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