segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Rover chinês manda mais fotos do gel misterioso achado no lado oculto da Lua

A edição científica chinesa Our Space, que anunciou os resultados em 17 de agosto, usou o termo "gelatinosa" para especificar a substância misteriosa encontrada na Lua, informou Space.com. A classificação despertou grande interesse e especulação entre pesquisadores.
Com novas fotos da substância gelatinosa no lado oculto na Lua, a agência chinesa detalhou como a equipe do Yutu-2 abordou cuidadosamente a cratera para analisar o gel, apesar dos riscos.
Uma das imagens mostra duas das seis rodas do rover e o conteúdo de uma cratera de aproximadamente dois metros de diâmetro.
Depois de obter os primeiros dados do espectrômetro, que foram coletados na cratera em julho, a equipe do Yutu-2 considerou os dados insatisfatórios devido às sombras, então os membros da equipe tentaram uma segunda abordagem e medição durante o dia lunar em agosto.
De acordo com a Our Space, foi feita uma detecção satisfatória, mas os resultados não foram divulgados. O cientista lunar Clive Neal, da Universidade de Notre Dame, afirmou ao Space.com que, embora a imagem não seja grande, ela ainda pode dar pistas da natureza da substância.
Segundo Neal, o material destacado no centro da cratera assemelha-se a vidro derretido encontrado durante a missão Apollo 17, em 1972.
A amostra 70019 foi recolhida pelo astronauta Harrison Schmitt, um geólogo treinado, de uma cratera fresca de 3 metros de diâmetro, semelhante à abordada pelo Yutu-2.
Neal descreve 70019 como sendo de partículas escuras e de fragmentos quebrados de minerais consolidados, ou seja, vidro preto e brilhante.
"Acho que temos aqui uma referência do que Yutu-2 viu", afirmou Neal. Vidro derretido na Lua poderia ter sido resultado de impacto de meteoros com o nosso satélite natural.
Dan Moriarty, pós-doutorando da NASA do Centro de Voo Espacial Goddard de Greenbelt, afirmou ser difícil fazer uma avaliação definitiva da composição química da substância, destacando que o material parece um pouco mais brilhante do que materiais circundantes, embora o brilho real seja difícil de confirmar a partir de fotografias.
"Chang'e-4 desembarcou em uma cratera cheia de basalto, que é tipicamente escura", disse Moriarty. "Materiais cristalizados são tipicamente luminosos, podendo ser um potencial candidato. Vai ser muito interessante conferir o que o espectrômetro vê, ainda mais se surgirem imagens de alta resolução", observa Moriarty.
Chang'e-4 e Yutu-2 estão realizando medições e coletando rochas que poderiam revelar novos detalhes sobre esta área inexplorada do nosso satélite natural.

Créditos: Sputnik

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