quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Planetas super-habitáveis podem ser melhores para vida que a Terra


A Terra não é necessariamente o melhor planeta do Universo, garante um trio de astrônomos da Alemanha e dos EUA.

Eles identificaram duas dúzias de planetas fora do nosso Sistema Solar que podem ter condições de vida mais adequadas do que as oferecidas pelo nosso planeta. E algumas das estrelas onde esses exoplanetas orbitam podem igualmente ser "melhores do que o nosso Sol" para sustentar a vida.

Dirk Makuch e seus colegas detalharam as características do que eles chamam de "planetas super-habitáveis", que incluem aqueles que são mais antigos, um pouco maiores, um pouco mais quentes e possivelmente mais úmidos do que a Terra.

A vida como a conhecemos também poderia prosperar mais facilmente em planetas que giram em torno de estrelas mais estáveis e com maior expectativa de vida do que o nosso Sol.

Infelizmente, para aqueles que possam imaginar que isso resolve qualquer preocupação com o nosso meio ambiente - poderíamos simplesmente migrar para um planeta melhor -, os 24 principais candidatos a planetas super-habitáveis estão todos a mais de 100 anos-luz de distância.

"Com os próximos telescópios espaciais chegando, poderemos captar mais informações, por isso é importante selecionar alguns alvos," disse Makuch, da Universidade Estadual de Washington. "Temos que nos concentrar em certos planetas que tenham as condições mais promissoras para a vida complexa. No entanto, temos que ter cuidado para não ficarmos presos à procura de uma segunda Terra porque pode haver planetas mais adequados para a vida do que o nosso."

Tendo usado dados do já aposentado telescópio Kepler, os astrônomos estão de olho nas observações mais detalhadas que serão possíveis com os telescópios espaciais James Webb, Plato e Luvior (Large Ultraviolet Optical Infrared Surveyor), este último um conceito anunciado no ano passado e ainda sem data de início de construção.

Makuch e seus colegas - que se intitulam geobiólogos - começaram estabelecendo critérios de super-habitabilidade, e então analisaram os cerca de 4.500 exoplanetas conhecidos além do nosso Sistema Solar em busca de bons candidatos - a propósito, habitabilidade, seja super ou não, não significa que esses planetas tenham vida, apenas as condições que poderiam sustentar ou conduzir à vida.

O ponto de partida foi a conhecida "zona habitável", a região de um sistema planetário onde a distância de um planeta à sua estrela garante uma temperatura capaz de manter a água em estado líquido.

O próximo item foi a "vida útil" da estrela. Embora o Sol seja o centro do nosso Sistema Solar, ele tem uma expectativa de vida de menos de 10 bilhões de anos. Visto que demorou quase 4 bilhões de anos antes que qualquer forma de vida complexa aparecesse na Terra, muitas estrelas semelhantes ao nosso Sol, chamadas estrelas G, podem ficar sem combustível antes que uma vida complexa se desenvolva.

Além de procurar sistemas com estrelas G mais frias, os astrônomos também analisaram sistemas com estrelas anãs K, que são um pouco mais frias, menores e menos luminosas que o nosso Sol. As estrelas K têm a vantagem de uma expectativa de vida entre 20 bilhões e 70 bilhões de anos. Isso permitiria que os planetas em órbita fossem mais antigos, além de dar mais tempo à vida para avançar até a complexidade encontrada atualmente na Terra.

Por outro lado, para serem habitáveis os planetas não devem ser tão velhos a ponto de esgotar seu calor geotérmico e não ter mais campos geomagnéticos de proteção contra a radiação da sua própria estrela e do espaço. A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos, mas os pesquisadores afirmam que o ponto ideal para a vida seria um planeta que tivesse entre 5 bilhões e 8 bilhões de anos de idade.

O tamanho e a massa também são importantes. Um planeta 10% maior que a Terra provavelmente teria muito mais zonas secas habitáveis. Os cálculos do trio indicam que um planeta com cerca de 1,5 vezes a massa da Terra seria ideal para manter seu aquecimento interno por mais tempo por meio do decaimento radioativo e também teria uma gravidade mais forte, para reter a atmosfera por um período de tempo mais longo.

Finalmente, a água é a chave para a vida, e os astrônomos argumentam que um pouco mais de água do que há na Terra ajudaria, principalmente na forma de orvalho, nuvens e umidade. Uma temperatura um pouco mais quente - cerca de 5 ºC mais alta do que a temperatura média da Terra, também seria melhor para a vida. Essa preferência por mais calor e maior umidade está associada na Terra com a maior biodiversidade nas florestas tropicais do que nas áreas mais frias e secas.

Créditos: Inovação Tecnológica

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