domingo, 27 de janeiro de 2013

Telescópio tenta capturar luz do Big Bang

Um telescópio levado aos limites do espaço por um balão está tentando capturar a luz do momento da criação do Universo. O objetivo do EBEX (E and B EXperiment) é registrar resquícios da radiação emitida pelo Big Bang - fótons emitidos quando o Universo tinha apenas 380.000 anos de idade. O telescópio está capturando fótons não de luz visível, mas de radiação na faixa das microondas, que compõem a chamada radiação cósmica de fundo - mais precisamente, ele está tentando capturar a polarização desses fótons. Pesando quase três toneladas, o telescópio foi lançado ao espaço na Antártica, suspenso por um balão do tamanho de um estádio de futebol. A maioria dos cosmologistas concorda que o Universo começou quente, denso e microscopicamente pequeno. O modelo adotado para preencher a lacuna de uma resposta a essas perguntas é que, em uma fração de segundo, esse embrião de universo expandiu-se mais rápido do que a velocidade da luz, aumentando de tamanho em um ritmo muito maior do que se expandiria nos próximos 13 bilhões de anos. Os físicos sabem que comprovar ou desmentir essa hipótese vai ajudar a entender o que existia antes do Big Bang e, se ele realmente ocorreu, por que ocorreu. Até há pouco tempo, os cientistas não tinham como colocar à prova essa hipótese, o chamado "modelo cosmológico inflacionário". Agora, a expectativa é que o telescópio EBEX capte um sinal dessa relíquia cosmológica, na forma de um tipo de luz chamada polarização do tipo B. "Conforme a luz se espalhou ele levou consigo uma estampa, uma fotografia da aparência do Universo antes que qualquer coisa houvesse se formado," explica Amber Miller, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos. As polarizações do tipo B que ela e sua equipe estão procurando foram criadas ainda mais cedo: pelas ondas gravitacionais geradas durante o Big Bang. "Se encontrarmos as assinaturas dessas ondas, elas nos dirão algo sobre o tipo de expansão que ocorreu no início do Universo e o que as gerou," explicou a pesquisadora. Os dados do telescópio EBEX vão complementar os resultados de uma outra câmera, instalada no solo, no Deserto de Atacama, no Chile. A equipe agora está analisando os dados, e espera publicar os resultados até o final do ano.

Fonte: Inovação Tecnológica

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