O rover Curiosity da NASA começou a usar seu sistema de navegação autônomo pela primeira vez, uma capacidade que leva o rover a decidir sozinho como deve dirigir com segurança por Marte. Essa última adição ao conjunto de capacidades do Curiosity ajudará o rover a cobrir o terreno que ainda falta para chegar no Monte Sharp, onde as camadas geológicas abrigam as informações sobre as mudanças ambientais ocorridas em Marte. A capacidade usa um software que os engenheiros adaptaram para esse veículo maior e mais complexo com as capacidades similares às usadas pelo Mars Exploration Rover Opportunity da NASA, que também está ativo em Marte. Usando a navegação autônoma, ou o autonav, o Curiosity pode analisar as imagens feitas durante a sua caminhada, para calcular o caminho seguro por onde deve passar. Isso permite que o rover caminhe com segurança mesmo além de uma área que os motoristas em Terra podem avaliar. Na última terça-feira, dia 27 de Agosto de 2013, o Curiosity usou com sucesso a navegação autônoma para se dirigir por um terreno que não poderia ser confirmado como seguro antes do trajeto ter sido começado. Essa foi a primeira vez que o Curiosity usou o sistema. Em um teste preparatório na última semana, o Curiosity definiu parte do trajeto por si só, mas se manteve dentro de uma área que os operadores já haviam identificado como segura. “O Curiosity fez alguns conjuntos de imagens estereográficas, e o computador do rover processou essa informação para mapear se existia alguma ameaça geométrica ou algum terreno acidentado”, disse Mark Maimone, engenheiro de mobilidade do rover e motorista do rover no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “O rover considera todos os caminhos que ele poderia fazer para chegar ao ponto final designado e escolhe o melhor”. A caminhada da última terça-feira, no dia marciano da missão número 376, ou Sol 376, levou o Curiosity através de uma depressão onde os detalhes do terreno não eram vistos do local onde o rover estava quando começou. Foi uma caminhada de 10 metros usando o sistema de navegação autônomo num total de 43 metros dirigidos naquele dia. “Nós podíamos ver a área antes do mergulho, e nós dissemos ao rover onde dirigir nessa parte. Nós podíamos ver o solo do outro lado, onde nós designamos um ponto onde deveria terminar a caminhada, mas o Curioisty descobriu por si só como dirigir por essa parte”, disse John Wright do JPL, um dos motoristas do rover. O Curiosity está a quase dois meses na sua caminhada desde a área conhecida como Glenelg, onde ele trabalhou na primeira metade de 2013, para entrar no maior destino da missão: as camadas inferiores da montanha de 5 quilômetros de altura chamada de Monte Sharp. A última caminhada levou o rover a uma distância desde que deixou Glenelg de 1.39 quilômetros. Ainda faltam 7.18 km até o ponto de entrada do Monte Sharp, ao longo de uma rota rápida. Essa rota foi definida com base nas imagens de alta resolução da câmera HiRISE a bordo da sonda MRO da NASA. A verdadeira rota, que será baseada nas imagens obtidas pelas próprias câmeras do rover Curiosity poderá ser maior ou menor. A equipe de ciência do rover tem identificado alguns pontos ao longo da rota rápida para o Monte Sharp onde a caminhada pode ser suspensa por alguns dias para realizar experimentos científicos. O rover precisa caminhar aproximadamente 500 metros para chegar ao primeiro desses pontos, que parece apresentar rochas do embasamento expostas nas imagens obtidas pela sonda MRO. “Cada um desses pontos representa uma oportunidade para o Curiosity parar durante a sua longa jornada até o Monte Sharp e estudar feições do local de interesse”, disse o Cientista de Projeto do Curiosity, John Grotzinger do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. “Essas feições são geologicamente interessantes com base nas imagens da HiRISE, e elas se localizam muito perto do caminho mais expedito definido até o Monte Sharp. Nós estudaremos cada um desses pontos por alguns dias, talvez selecionando algum para ser perfurado, logicamente se ele parecer suficientemente interessante”. Depois de pousar no interior da Cratera Gale em Agosto de 2012, o Curiosity se dirigiu para leste para a área Glenelg, onde realizou os principais objetivos científicos da missão, encontrando evidências para um antigo ambiente úmido que teve as condições favoráveis para o desenvolvimento da vida microbiana. A rota do rover agora é para o sudoeste. No Monte Sharp, no meio da Cratera Gale, os cientistas antecipam encontrar evidências sobre como o antigo ambiente marciano se alterou e se desenvolveu.
Fonte: Cienctec
Fonte: Cienctec
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