Esta nova imagem, obtida pelo telescópio VISTA do ESO, mostra uma anã marrom recém descoberta chamada VVV BD001, localizada no centro exato desta imagem, à qual pode ser feito zoom. Esta é a primeira anã marrom nova encontrada na nossa vizinhança cósmica, no âmbito do rastreio VVV. A VVV BD001 situa-se a cerca de 55 anos-luz de distância da Terra, na direção do centro muito populado da nossa Galáxia. As anãs marrons são estrelas que nunca conseguiram crescer e transformar-se em estrelas como o Sol. São muitas vezes referidas como “estrelas falhadas”; têm um tamanho maior que os planetas do tipo de Júpiter mas são menores que estrelas. Esta anã marrom é peculiar por duas razões: primeiro foi encontrada na direção do centro da Via Láctea, uma das regiões mais populadas do céu e segundo, pertence a uma classe invulgar de objetos conhecidos como “anãs marrons invulgarmente azuis” - não sendo ainda claro porque é que são mais azuis do que o esperado. As anãs marrons nascem do mesmo modo que as estrelas, no entanto não possuem massa suficiente para dar origem à queima do hidrogênio e transformarem-se em estrelas normais. É por isso que estes objetos são muito mais frios e produzem menos radiação, o que os torna mais difíceis de encontrar. Geralmente, os astrônomos procuram estes objetos com o auxílio de câmeras que trabalham no infravermelho próximo e médio e com telescópios especiais, sensíveis a estes objetos muito frios, mas normalmente evitam olhar para regiões muito populadas do espaço como, por exemplo, a região central da nossa Galáxia. O VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) é o maior telescópio de rastreio do mundo e situa-se no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. O telescópio encontra-se a executar seis rastreios independentes do céu e o rastreio VVV (Variáveis VISTA na Via Láctea) foi concebido para catalogar milhares de milhões de objetos no centro da Via Láctea. A VVV BD001 foi descoberta por acaso no decorrer deste rastreio. Os cientistas usaram o catálogo VVV para criarem um mapa tridimensional do bojo central da Via Láctea. Os dados foram também usados para criar uma enorme imagem a cores de 108.200 por 81.500 pixels, que contêm quase nove bilhões de pixels, uma das maiores imagens astronômicas já produzidas.
Fonte: ESO
Fonte: ESO
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