sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Vídeo mostra que sonda New Horizons está pronta para encontrar Plutão

Em menos de um ano, a partir de agora, a sonda New Horizons, começará seu encontro com Plutão. Enquanto a maior aproximação está programada para acontecer em Julho de 2015, o Long Range Reconnaissance Imager, ou LORRI, começará a fazer imagens do sistema de Plutão seis meses antes. A primeira missão a Plutão tem sido esperada por muito tempo, e o novo vídeo acima, gerado pela equipe da New Horizons conta o que tem sido feito para enviar a sonda mais rápida já construída a uma jornada de 5 bilhões de quilômetros para Plutão, sua maior lua, Caronte, e além do Cinturão de Kuiper. A sonda tem estado a caminho da fronteira do Sistema Solar, nos últimos 8 anos, desde que foi lançada em 19 de Janeiro de 2006. No final de Abril de 2015, a sonda em aproximação fará fotos de Plutão que irão superar as melhores imagens já feitas até hoje do planeta anão, pelo Hubble. No seu ponto de encontro mais próximo com Plutão, a sonda passará a 10.000 km do objeto – e aí um mundo totalmente novo se abrirá para as câmeras da sonda. Se a sonda New Horizons voasse sobre a Terra, a essa mesma altura, suas câmeras poderiam ver prédios individuais e as formas das construções no solo do nosso planeta. “A humanidade não tem uma experiência como essa, ou seja, encontrar com um novo planeta, a muito tempo”, disse Alan Stern, o principal pesquisador da New Horizons. “Tudo que observarmos de Plutão será uma revelação”. Provavelmente novos corpos planetários serão descobertos durante a missão em adição às cinco luas já conhecidas de Plutão: Caronte, Styx, Nix, Kerberos e Hydra. “Existe a possibilidade real que a New Horizons descubra novas luas e até mesmo um sistema de anéis”, disse Stern. Não importa o que ela descubra, disse Stern, será uma viagem fantástica. “Estamos voando em direção ao desconhecido”, disse ele, “e não se tem pista do que realmente podemos encontrar”. Acompanhe a contagem regressiva e muito mais sobre a missão New Horizons, em: http://pluto.jhuapl.edu/.

Créditos: Cienctec

Primeiro mapa meteorológico de uma anã marrom

O VLT (Very Large Telescope) do ESO foi utilizado para criar o primeiro mapa meteorológico da superfície da anã marrom mais próxima da Terra. Uma equipe internacional fez um mapa das zonas claras e escuras de WISE J104915.57-531906.1B, também conhecida pelo nome informal Luhman 16B e uma das duas anãs marrons recentemente descobertas que formam um par a apenas seis anos-luz de distância. Os novos resultados foram publicados a 30 de Janeiro de 2014 na revista Nature. As anãs marrons preenchem a lacuna entre os planetas gigantes gasosos e as estrelas frias tênues. Não possuem massa suficiente para dar início à fusão nuclear nos seus centros e apenas conseguem brilhar fracamente nos comprimentos de onda do infravermelho. A primeira anã marrom confirmada foi apenas descoberta há cerca de vinte anos e só se conhecem algumas centenas destes objetos tão evasivos. As anãs marrons que se encontram mais próximo do Sistema Solar formam um par chamado Luhman 16AB e situam-se a apenas seis anos-luz de distância na constelação de Vela. Este par é o terceiro sistema mais próximo da Terra, depois de Alfa Centauri e da Estrela de Barnard, mas só foi descoberto no início de 2013. Foi descoberto que a componente menos brilhante, Luhman 16B, variava ligeiramente em brilho a cada poucas horas, à medida que rodava - um indício de que poderia ter à superfície zonas bem demarcadas. Os astrônomos usaram agora o poder do VLT do ESO para, não apenas fotografar estas anãs marrons, mas também mapear zonas escuras e claras na superfície de Luhman 16B. Ian Crossfield (Instituto Max Planck de Astronomia, Heidelberg, Alemanha), autor principal do novo artigo científico que descreve este trabalho, sumaria os resultados: "Observações anteriores sugeriam que as anãs marrons poderiam ter superfícies sarapintadas, mas agora podemos de fato mapeá-las. Dentro de pouco tempo, poderemos ver padrões de nuvens a formar-se, evoluir e dissipar-se nesta anã marrom - eventualmente os exometeorologistas poderão prever se um visitante de Luhman 16B poderá contar com céus limpos ou nublados." Para mapear a superfície da anã marrom os astrônomos usaram uma técnica inteligente. Observaram as anãs marrons com o instrumento CRIRES montado no VLT, o que lhes permitiu não somente ver o brilho variável à medida que Luhman 16B roda, mas também observar se as zonas escuras e claras se estavam a mover em direção ao observador ou afastando-se dele. Combinando toda esta informação conseguiram recriar um mapa das zonas escuras e claras situadas à superfície. As atmosferas das anãs marrons são muito semelhantes às dos exoplanetas gigantes gasosos quentes, por isso ao estudar comparativamente anãs marrons fáceis de observar, os astrônomos podem também aprender mais sobre as atmosferas dos planetas gasosos jovens - muitos dos quais serão descobertos num futuro próximo pelo novo instrumento SPHERE, que será instalado no VLT ainda este ano. Crossfield termina com uma nota pessoal: "A nossa anã marrom ajuda-nos a aproximarmo-nos do nosso objetivo de compreender padrões de clima em outros sistemas solares. Desde tenra idade que fui educado para apreciar a beleza e utilidade dos mapas. É muito excitante começarmos a mapear objetos para além do nosso Sistema Solar!"

Créditos

Observatório SDO da NASA observa eclipse solar privado desde o espaço

Chame-o de o eclipse que ninguém vê. A sonda Solar Dynamics Observatory, ou SDO da NASA registrou seu eclipse solar privado ontem, dia 30 de Janeiro de 2014, desde sua órbita geosíncrona. Duas vezes por ano, durante a fase de Lua Nova, o nosso satélite passa em frente ao Sol, se observada desde a perspectiva do SDO. Embora nós não podemos estar lá para ver o eclipse em pessoa, nós podemos observá-lo remotamente. Os eventos são chamados de trânsitos lunares ao invés de eclipses já que eles são vistos do espaço. Trânsitos normalmente duram meia hora, mas o trânsito de hoje, durou cerca de 2.5 horas e foi um dos mais longos já registrados. O próximo acontecerá no dia 26 de Julho de 2014. Normalmente quando o eclipse acaba, acaba também toda a graça, mas não dessa vez. Logo depois da Lua ter deslizado na frente do disco solar, uma forte flare de Classe M6.6 explodiu de dentro de uma nova e muito ativa região de manchas solares no limbo leste e emitiu uma CME (Ejeção de Massa Coronal) no espaço. Veja essa explosão no vídeo acima. O SDO circula a Terra numa órbita geosíncrona a cerca de 22.000 milhas de altura e fotografa o Sol de maneira contínua dia e noite de um ponto de vista acima do México e do Oceano Pacífico. Cerca de 1.5 terabytes de dados solares, ou o equivalente a um milhão de músicas do iTunes são baixados pelas antenas de White Sands, no Novo México, diariamente. Para se ter uma comparação, a estação espacial que orbita a Terra de uma órbita muito mais próxima, seria um péssimo observatório solar, já que a Terra bloqueia o Sol pela metade a cada 90 minutos. Quando se olha as imagens do trânsito é possível notar quão distinta a borda da Lua aparece. Sem atmosfera, pelo menos virtualmente, a Lua mostra uma bela e nítida mordida no Sol. O observatório SDO surpreende com suas imagens espetaculares do Sol feitas em 10 diferentes comprimentos de onda de luz a cada 10 segundos. Instrumentos adicionais estudam as vibrações na superfície do Sol, os campos magnéticos e quanta radiação ultravioleta o Sol emite para o espaço. Comparar toda a ciência, duas vezes ao ano, durante os trânsitos é como se fosse a cereja do bolo de quem estuda e tenta entender por completo o nosso Sol.

Créditos: Cienctec

Diversidade de asteróides aponta para um Sistema Solar de "globo de neve"

O nosso Sistema Solar parece ser um lugar limpo e arrumado, com pequenos mundos rochosos perto do Sol e gigantes gasosos mais longe - todos os oito planetas seguindo percursos orbitais inalterados desde a sua formação. No entanto, a verdadeira história do Sistema Solar é mais turbulenta. Os planetas gigantes migraram para dentro e para fora, empurrando destroços e "sucata" interplanetária por todo o lado. Novas pistas deste passado tumultuoso vêm do cinturão de asteróides. "Nós descobrimos que os planetas gigantes abalaram os asteróides como flocos num globo de neve," realça a autora principal Francesca DeMeo, pós-doutorada Hubble no Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. Milhões de asteróides orbitam o Sol entre Marte e Júpiter, numa região conhecida como o cinturão principal de asteróides. Tradicionalmente, foram vistos como peças de um planeta impedido de se formar pela poderosa influência da gravidade de Júpiter. As suas composições pareciam variar de mais seco para mais úmido, devido à queda na temperatura à medida que nos afastamos do Sol. Esta visão tradicional mudou quando os astrônomos reconheceram que os atuais moradores do cinturão principal de asteróides não estavam lá todos desde o início. No início da história do nosso Sistema Solar os planetas gigantes "estavam loucos", migrando substancialmente para dentro e para fora. Júpiter pode ter estado à distância que Marte está hoje do Sol. No processo, varreu quase totalmente o cinturão de asteróides, deixando apenas um décimo de um por centro da sua população original. À medida que os planetas migravam, agitavam o conteúdo do Sistema Solar. Objetos próximos do Sol, à distância de Mercúrio, e objetos longínquos, à distância de Netuno, foram agrupados no cinturão principal de asteróides. "O cinturão de asteróides é uma mistura de objetos oriundos de vários locais," explica DeMeo. Usando dados do SDSS (Sloan Digital Sky Survey), DeMeo e o co-autor Benoit Carry (Observatório de Paris) examinaram as composições de milhares de asteróides no cinturão principal. Eles descobriram que o cinturão de asteróides é mais diversificada do que se pensava anteriormente, especialmente quando estudamos os asteróides menores. Este achado tem implicações interessantes para a história da Terra. Os astrônomos teorizaram que impactos de asteróides, há muito tempo atrás, entregaram a maior parte da água que hoje preenche os oceanos da Terra. A ser verdade, a agitação fornecida pela migração dos planetas pode ter sido essencial para levar estes asteróides até à Terra. Isto levanta a questão se um exoplaneta tipo-Terra também exigiria uma chuva de asteróides para trazer água e torná-lo habitável. Se sim, então estes mundos semelhantes à Terra podem ser mais raros do que pensávamos. O artigo que descreve estes resultados apareceu na edição de 30 de Janeiro da revista Nature.

Créditos: Astronomia On-line

Stephen Hawking diz que buracos negros não existem, mas sim os buracos cinzas

Na semana passada, o físico Stephen Hawking publicou um pequeno artigo que tem causado polêmica no meio científico. Hawking sugeriu que os buracos negros não existem – não da maneira como conhecemos. Ao invés disso, existem buracos cinzas. Apesar do artigo ter sido veiculado através de uma plataforma online e não ter sido publicado em nenhuma revista científica, nem trazer cálculos ou descrições complexas, as idéias sugeridas por Hawking tem grande peso. Principalmente porque ele próprio foi um dos criadores da teoria moderna sobre buracos negros. A existência e a compreensão dos buracos negros sempre dividiram opiniões dos cientistas por ser um assunto com muitos paradoxos. A principal contribuição de Hawking para a astronomia foi tentar explicá-los. O físico percebeu que a teoria da relatividade não se harmonizava com a física quântica para explicar os buracos negros. De acordo com a teoria quântica, a energia e a informação deveriam escapar de um buraco negro. Sob a ótica da relatividade – a teoria clássica – não. Hawking começou então a pensar em uma “Teoria de Tudo”, que desse conta da física quântica e da relatividade e mostrasse que as leis conflitantes podem ter coexistido em algum momento. Hawking propôs que mini buracos negros, do tamanho de fótons e com um bilhão de toneladas de matéria – que poderiam ter dado origem ao big bang criando o tempo e o espaço – poderiam obedecer às leis da gravidade por conta de sua enorme massa, mas estariam sujeitos às leis da mecânica quântica devido a sua ínfima dimensão. Em seu novo artigo, Hawking contesta a existência de um “horizonte de eventos” no buraco negro, uma região próxima de um buraco negro em que a gravidade seria tão forte que nada poderia escapar, nem mesmo a luz. Essa impossibilidade de fuga é prevista pela teoria clássica. E se não existe um “horizonte de eventos”, não há buracos negros, se considerarmos que eles funcionam como locais dos quais a luz não pode escapar para o infinito, de acordo com o físico. Isso não quer dizer que Hawking deixou de acreditar na existência de buracos negros perdidos pelo espaço. Em seu novo artigo, ele defende que ao invés de um “horizonte de eventos”, existe um “horizonte aparente”, um fenômeno consistente com a teoria clássica e a quântica. Para Hawking, esse fenômeno poderia reter a matéria temporariamente, podendo a liberar posteriormente, porém de maneira distorcida. Dessa maneira, não haveria perda de informação dentro de um buraco negro – as informações apenas se transformariam. Esses sistemas que liberam energia não seriam exatamente negros… mas cinzas. Sim, Hawking acredita que podem existir buracos cinzas, mas que ainda há muito a entender sobre eles. Embora a teoria seja plausível, alguns pesquisadores acreditam que a idéia de que qualquer matéria poderia sair de um buraco negro radical. No entanto, até poucas décadas atrás, a idéia da existência de buracos negros parecia absurda para a maioria da comunidade científica.

Créditos: Hypescience

Nanossatélite brasileiro pronto para ir ao espaço

O segundo nanossatélite brasileiro e primeiro Cubesat nacional, o NanosatC-BR-1, será levado ao espaço em maio próximo pelo foguete russo DNPER. De acordo com os pesquisadores Otávio Durão e Nélson Schuch, do INPE, o lançamento pode ser antecipado para abril, uma vez que a Agência Espacial Brasileira (AEB) já liberou os recursos necessários para a finalização, lançamento e operação do NanosatC-BR-1. Os últimos testes com o modelo de vôo - o satélite sem os painéis solares e antenas - serão realizados em Fevereiro, o que abre a possibilidade da antecipação do lançamento. O NanosatC-BR-1 é um pequeno satélite científico (pouco mais de um quilograma) e o primeiro cubesat desenvolvido no país, produzido em parceria pelo INPE e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O destaque tecnológico desta missão é o teste em ambiente espacial de um circuito integrado projetado na UFSM e fabricado por uma indústria brasileira. Ele também levará ao espaço dois instrumentos científicos, um magnetômetro e um detector de partículas de precipitação, para o monitoramento em tempo real do geoespaço. Os instrumentos permitirão o estudo da precipitação de partículas cósmicas e de distúrbios na magnetosfera sobre o território nacional, com vistas a determinar seus efeitos em regiões como a da Anomalia Magnética no Atlântico Sul (Sama, sigla em inglês) e do setor brasileiro do eletrojato equatorial. A Sama é uma "falha" do campo magnético terrestre nesta região, que fica sobre o Brasil, explica Durão. Como consequência desta anomalia, há um maior risco da presença de partículas de alta energia na região, que podem afetar as comunicações, redes de distribuição de energia, os sinais de satélites de posicionamento global (como o GPS), ou mesmo causar falhas de equipamentos eletrônicos como computadores de bordo. O primeiro nanossatélite nacional foi o Unosat-1, das universidades Norte do Paraná (Unopar) e Estadual de Londrina (UEL), que foi destruído no acidente com o VLS-1 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, em 2003. O segundo Cubesat do programa, o NanosatC-BR-2, está em fabricação e a expectativa é de que ele seja lançado em 2015. A Estação Terrena de Santa Maria, que monitorará o cubesat em órbita, e a que fica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), já estão em operação, recebendo dados de vários cubesats lançados por outros países. Para Durão, a tendência é de que o incremento do segmento de nanossatélites continuará em aceleração, "pois sua produção e desenvolvimento são rápidos, porque muitos dos componentes são ofertados por diversas empresas de vários países, facilitando a aquisição" - são os chamados componentes de prateleira. Outra vantagem é que o custo para a produção de nanossatélites é baixo em relação aos satélites de grande porte, e eles podem desempenhar várias das funções dos seus equivalentes maiores. Além da exigência de menos recursos, a difusão de informações entre as instituições de pesquisa e ensino permite que cada vez mais países tenham seus cubesats. Na América Latina, têm esses equipamentos a Argentina, o Equador, o Peru e a Colômbia, cujo nanossatélite é o mais antigo do continente em operação.

Créditos:  Inovação Tecnológica

domingo, 26 de janeiro de 2014

Opportunity completa 10 anos: novos achados do antigo rover

Novas descobertas em amostras de rochas recolhidas e examinadas pelo rover Opportunity da NASA confirmaram um ambiente úmido passado, mais ameno e antigo que as condições ácidas e oxidantes que rochas examinadas anteriormente indicavam. Na edição desta semana da revista Science, Ray Arvidson, investigador adjunto do Opportunity e professor da Universidade de Washington em St. Louis, EUA, escreve em detalhe acerca das descobertas feitas pelo rover e como estas descobertas moldaram o nosso conhecimento do planeta. De acordo com Arvidson e outras pessoas da equipe, a última evidência do Opportunity constitui um ponto de referência. "Estas rochas são mais velhas do que todas as examinadas anteriormente na missão, e revelam condições mais favoráveis para a vida microbiana do que qualquer evidência estudada previamente pelo Opportunity," realça Arvidson. Enquanto a equipe do Opportunity celebra o 10.º aniversário do rover em Marte, também anseiam descobertas por vir e como uma melhor compreensão de Marte irá ajudar a avançar planos para missões humanas ao planeta na década de 2030. A missão original do Opportunity tinha uma duração planejada de apenas três meses. No dia do seu 10.º aniversário no Planeta Vermelho, o Opportunity examina a borda da Cratera Endeavour. Já percorreu 38,7 km desde que aterrou no dia 24 de Janeiro de 2004. Encontra-se praticamente do lado oposto do planeta em relação ao rover mais recente da NASA, o Curiosity. Para encontrar rochas para estudo, a equipe do rover no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia, fez com que o rover andasse às voltas, estudando o terreno em busca de rochas promissoras numa área da borda da Endeavour chamada Matijevic Hill. A busca foi orientada por um instrumento de mapeamento mineral a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, que chegou a Marte em 2006, muito tempo depois do final originalmente esperado da missão do Opportunity. A partir de 2010, o instrumento de mapeamento, com o nome CRISM (Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars), detectou evidências em Matijevic Hill de um mineral argiloso conhecido como esmectita rica em ferro. A equipe do Opportunity definiu como meta examinar este mineral no seu contexto natural - onde se encontra, como está situado em relação a outros minerais e as camadas geológicas da área - um método valioso para a recolha de mais informações acerca deste ambiente antigo. Os investigadores pensam que as condições úmidas que criaram a esmectita rica em ferro precederam a formação da Cratera Endeavour há cerca de 4 bilhões de anos atrás. "Quanto mais exploramos Marte, mais interessante se torna. Os achados mais recentes apresentam ainda outro tipo de 'presente' que por coincidência coincide com o 10.º aniversário do Opportunity em Marte," realça Michael Meyer, cientista-chefe do Programa de Exploração de Marte da NASA. "Estamos descobrindo mais lugares onde Marte revela um passado mais quente e molhado. Isso dá-nos um maior incentivo para continuar a procurar evidências de vida passada em Marte." O Opportunity não sofreu muitas mudanças no estado de saúde ao longo do último ano e o veículo permanece um parceiro de pesquisa capaz para a equipe de cientistas e engenheiros que planeiam as atividades diárias do rover. "Estamos esta semana a olhar para o legado da primeira década do Opportunity, mas há mais coisas boas pela frente," realça Steve Squyres, da Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque, investigador principal da missão. "Estamos a examinar uma rocha mesmo em frente do rover que é diferente de tudo o que já vimos antes. Marte continua a surpreender-nos, tal como na primeira semana da missão." O gêmeo do Opportunity, Spirit, que trabalhou durante seis anos, e o seu sucessor, Curiosity, também contribuíram com valiosas informações acerca dos diversos ambientes úmidos do passado de Marte, desde fontes termais até cursos de água. As sondas marcianas em órbita, a Odyssey e a MRO, estudam todo o planeta e ajudam os rovers. "Ao longo da última década, os rovers fizeram do Planeta Vermelho o nosso local de trabalho, o nosso bairro," comenta John Callas. "A longevidade e as distâncias percorridas são notáveis. Mas ainda mais importante são as descobertas e a geração que estão inspirar."

Créditos: Astronomia On-line

Veículo de exploração lunar chinês sofre problema mecânico

O veículo teleguiado chinês de exploração lunar, o 'Coelho de Jade', registrou uma anomalia mecânica, informou neste sábado (25) a agência oficial Xinhua. A anomalia ocorreu devido a um 'ambiente complicado na superfície da Lua', indicou a agência, citando a administração estatal para a ciências, tecnologia e indústria da Defesa Nacional. Os cientistas já estão procedendo aos reparos, acrescentou a fonte, sem dar mais detalhes. A China lançou em 1º de dezembro seu primeiro veículo de exploração lunar. O nome do veículo, 'Coelho de Jade' ou 'Yutu', em chinês, é uma referência à mitologia chinesa. Segundo a lenda, um coelho vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua. Essa missão faz parte de um ambicioso programa chinês marcado pelo sucesso de duas sondas lunares precedentes. As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações detalhadas da Lua. O programa espacial chinês é chefiado por militares. Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua. O 'Coelho de Jade', equipado com painéis solares para gerar sua energia, fará análises científicas e enviará para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural. O veículo, com peso de 120 quilos, pousou na Baía dos Arco-íris, um território ainda inexplorado do satélite e deve funcionar durante três meses, podendo se deslocar a uma velocidade máxima de 200 metros por hora. A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como o símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder. As autoridades têm planos ambiciosos, como criar uma estação espacial permanente em 2020 e eventualmente enviar um ser humano à Lua, mas sua tecnologia atualmente carece da precisão que Rússia e Estados Unidos têm.

Créditos: G1

sábado, 25 de janeiro de 2014

"Feijão verde": astrônomos descobrem novo tipo de galáxia

Com o auxílio de três potentes telescópios - VLT, Gemini Sul (ambos no Chile) e o CFHT (Havaí) -, astrônomos descobriram uma nova classe de galáxias. Chamada de "feijão verde" ("green bean", em inglês) devido à sua aparência incomum. Elas brilham sob intensa radiação emitida por buracos negros centrais supermassivos e estão entre os objetos mais raros do universo. Segundo o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), responsável pelo VLT (sigla para Telescópio Muito Grande), os buracos negros centrais gigantes são comuns em galáxias e fazem com que o gás ao seu redor brilhe (na verdade, o que causa a radiação é o material que cria um disco de acreção antes de cair no buraco). No caso das feijão verde, a radiação faz brilhar não apenas o que está próximo, mas toda a galáxia. Mischa Schirmer, do observatório Gemini, procurava aglomerados de galáxias em imagens do universo distante. Ao analisar registros do CFHT (Telescópio Canadá-França-Hawaí), ele se espantou com um objeto estranho, que parecia uma galáxia, mas era verde e brilhante - algo diferente de tudo que havia visto. Para investigar mais, o astrônomo pediu para usar o VLT. "Dez minutos depois dos dados terem sido adquiridos no Chile, estavam já no meu computador na Alemanha. Rapidamente defini as minhas prioridades de trabalho de investigação, quando se tornou evidente que tinha encontrado algo realmente novo", diz Schirmer. O objeto recebou o nome de J224024.1-092748 (ou só J2240) e está a 3,7 bilhões de anos-luz da Terra. O próximo passo foi vasculhar uma lista com quase 1 bilhão de galáxias - e eles acharam apenas 16 objetos com propriedades semelhantes e que depois foram confirmados como "feijões verdes" pelo Gemini Sul. Essas galáxias são tão raras que se dividíssimos o universo em cubos de 1,3 bilhão de anos-luz, os cientistas acreditam que acharíamos apenas uma delas em cada cubo. O apelido tem dois motivos: o brilho verde e a semelhança com as galáxias ervilhas - mas são maiores que estas. A cor é causada por oxigênio que é ionizado pela radiação do buraco negro. "Estas regiões brilhantes são fantásticas para tentar entender a física das galáxias - é como enfiar um termômetro médico numa galáxia muito, muito distante", diz Schirmer. "Normalmente, estas regiões não são nem muito grandes nem muito brilhantes, e por isso só conseguem ser bem observadas em galáxias próximas. No entanto, nestas galáxias recentemente descobertas, as regiões são tão grandes e brilhantes que podem ser observadas com detalhes, apesar das enormes distâncias envolvidas". Os pesquisadores acreditam que estes objetos estão entre os mais brilhantes conhecidos. Outro dado interessante é que J2240 parece ter um buraco negro central muito menos ativo que o esperado para o tamanho e brilho dela. Os astrônomos acreditam que as regiões brilhantes sejam um eco de quando o buraco negro estava mais ativo e que a intensidade gradualmente diminuirá à medida que os restos de radiação passam através delas. Este novo grupo seria composto por galáxias em transição, de um momento muito ativo - como era comum no universo primordial - e agora se apagam lentamente, o que pode ajudar os astrônomos a entender esse processo. "Descobrir algo genuinamente novo é o sonho de qualquer astrônomo tornado realidade, um acontecimento único na vida", conclui Schirmer.

Créditos: Terra

Universo é medido com 1% de precisão

Astrônomos conseguiram medir as distâncias entre as galáxias no universo com uma precisão de 1%. Este levantamento incrivelmente preciso - feito ao longo de seis bilhões de anos-luz - é a chave para mapear o cosmos e determinar a natureza da energia escura. O novo padrão ouro de distâncias cósmicas foi definido pela colaboração BOSS (Baryon Oscillation Spectroscopic Survey). "Vinte anos atrás, os astrônomos estavam discutindo sobre estimativas que diferiam em até 50%. Cinco anos atrás, nós tínhamos refinado aquela incerteza para 5%; Um ano atrás era de 2%. Agora, 1% de precisão será o padrão por um longo tempo," estima o professor David Schlegel, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley. Como régua padrão para medir distâncias intergalácticas, a equipe usou um fenômeno chamado BAO, sigla em inglês para oscilações acústicas bariônicas. BAOs são os registros "congelados" das ondas de pressão que se moviam através do universo primordial, que ajudaram a definir a distribuição das galáxias que vemos hoje. "A natureza nos deu uma régua maravilhosa," disse Ashley Ross, membro da equipe. "Essa régua tem meio bilhão de anos-luz de comprimento, então podemos usá-la para medir distâncias com precisão, mesmo de muito longe." Determinar distâncias é um desafio fundamental em astronomia: "Uma vez que você sabe o quão longe algo está, aprender tudo sobre ele fica repentinamente muito mais fácil," complementa Daniel Eisenstein. As novas medições de distâncias cósmicas vão ajudar a calibrar as propriedades cosmológicas fundamentais - por exemplo, como a energia escura acelera a expansão do universo. Outra decorrência direta das medições é uma nova estimativa mais precisa da curvatura do espaço. "A resposta é: ele não é muito curvo. O universo é extremamente plano," disse o Prof. Schlegel. "Embora não possamos dizer com certeza, é provável que o universo se estende para sempre no espaço e vai durar para sempre no tempo. Nossos resultados são consistentes com um universo infinito," concluiu Schlegel.

Créditos: Inovação Tecnológica

Descoberta de rara anã marrom fornece as bases para a futura pesquisa de exoplanetas

Uma equipe de pesquisadores liderada por Justin R. Crepp da Universidade de Notre Dame em South Bend, Indiana, imageou diretamente um raro tipo de anã marrom que pode servir como base para estudar objetos com massa entre as estrelas e os planetas. Os dados iniciais vieram do TaRgetting bENchmark-objects with Doppler Spectroscopy, ou TRENDS, uma pesquisa de alto contraste que usa óptica adaptativa e tecnologias relacionadas para observar objetos apagados e mais velhos orbitando estrelas próximas, e fazer medidas precisas e que fica instalado no Observatório W.M. Keck, no cume do Mauna Kea, no Havaí. As anãs marrons emitem pouca luz pois elas não queimam hidrogênio e esfriam rapidamente. Crepp disse que elas poderiam fornecer a integração entre o nosso entendimento das estrelas de pouca massa e os objetos menores como os planetas. A HD 19467 B, uma Anã-T, é a companheira apagada de uma estrela próxima, parecida com o Sol, que é mais de 100.000 vezes mais apagada do que sua companheira. Sua distância é conhecida com precisão, e a descoberta também permite que os pesquisadores estabeleçam as fortes restrições para fatores importantes como a sua massa, órbita, idade e composição química sem a referência ao espectro de luz recebido da sua superfície. As medidas precisas de velocidade radial foram obtidas usando o instrumento HIRES instalado no Telescópio Keck I de 10 metros do Observatório Keck. As observações, duraram 17 anos, começando em 1996, e mostram a aceleração de longo prazo, indicando que a companheira de pouca massa estava sendo puxado pela estrela mãe. Observações de acompanhamento com imageamento de alto contraste foram feitas então em 2012 usando o instrumento NIRC2 no telescópio Keck II com o sistema de óptica adaptativa revelando a estrela companheira como mostrado acima. As observações foram concedidas por cada um dos membros do consórcio do Observatório Keck, incluindo a NASA, o Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade da Califórnia. Enquanto os cientistas entendem a luz recebida de estrelas relativamente bem, o espectro de planetas é complicado com pouco entendimento. Entender as anãs marrons, como a HD 19467 B, poderia ser um passo em direção ao completo entendimento dos exoplanetas. “Esse objeto é velho e frio e acabará reunindo muita atenção como uma das anãs marrons mais bem estudadas, analisadas e detectadas até o momento”, disse Crepp. “Com as contínuas observações de acompanhamento, nós podemos usá-las como um laboratório para testar modelos atmosféricos teóricos. Eventualmente nós queremos imagear diretamente e adquirir o espectro de um exoplaneta parecido com a Terra. Então, do espectro, nós deveremos ser capaz de dizer do que o planeta é feito, sua massa, seu raio, sua idade, etc.., basicamente entender todas as propriedades físicas relevantes”.

Créditos: Cienctec

Suoernova descoberta em M82

Uma estrela que explodiu apareceu subitamente no céu noturno, deslumbrando os astrônomos que não viam uma supernova tão perto do nosso Sistema Solar há mais de 20 anos. Só nos últimos dias, a supernova emergiu como uma luz brilhante (magnitude 10,5) em Messier 82 - também conhecida como a Galáxia do Charuto - a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação de Ursa Maior. A supernova, que um astrônomo descreveu como um potencial "Santo Graal" para os cientistas, foi descoberta pelos estudantes Ben Cooke, Tom Weight, Matthew Wilde e Guy Pollack, da University College London (UCL). A descoberta foi feita por acaso - um workshop telescópico de 10 minutos para os alunos - e levou a uma correria mundial para adquirir imagens e espectros do objeto. Posicionada entre a Ursa Maior e a Ursa Menor, a nova supernova deve ser fácil de avistar por observadores celestes no Hemisfério Norte; pode até chegar a ser brilhante o suficiente para ser observada por um pequeno par de binóculos, realça o astrônomo Brad Tucker, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Mas além da criação de um espectáculo celeste, o evento cósmico também dá aos astrônomos uma oportunidade rara para estudar um objeto que pode ajudá-los a compreender a energia escura. A supernova foi observada pela primeira vez na Terça-feira passada (21 de Janeiro) às 19:20 (hora local, bem como hora portuguesa) por um grupo de estudantes liderados por Steve Fossey da University College London. Segundo a UCL, o objeto pode ser a supernova mais próxima desde a intensa supernova 1987A que foi avistada em Fevereiro de 1987 na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã companheira da Via Láctea a cerca de 168.000 anos-luz da Terra. "Foi uma experiência surreal e emocionante, obter imagens do objeto não identificado enquanto Steve corria pelo observatório a verificar o resultado," realça o estudante Guy Pollack num comunicado. Os astrônomos do Caltech confirmaram a supernova e classificaram-na como uma supernova Tipo Ia jovem e avermelhada. Pensa-se que estes tipos de objetos sejam originários de um sistema binário íntimo onde pelo menos uma estrela é uma anã branca, o núcleo denso e pequeno de uma estrela que cessou as suas reações nucleares. Se a anã branca desviar muita massa da sua companheira, começa dentro da estrela morta uma reação nuclear em fuga, levando a uma supernova brilhante. Acredita-se que as supernovas Tipo Ia brilhem com intensidade igual nos seus picos, por isso são usadas como "velas padrão" para medir distâncias em todo o Universo. Na verdade, a medição detalhada de supernovas Ia levou à descoberta, recompensada com um Prêmio Nobel, da aceleração da expansão do Universo. Para aprender mais sobre a causa desta aceleração (o que os cientistas chamam de energia escura), Tucker disse que os astrônomos precisam de medidas mais precisas. "Os dois grandes problemas no uso de supernovas Ia para medições de distância, são os progenitores, o tipo de estrela que explode, e como a poeira afeta estas medições," explicou Tucker. "Por isso o fato de esta [supernova] ser do Tipo Ia, descoberta em tenra idade, significa que temos uma boa hipótese de encontrar pistas sobre a explosão." O Telescópio Espacial Hubble também capturou imagens detalhadas da Galáxia do Chaturo antes da estrela ter explodido, o que significa que os astrônomos podem ser capazes de observar diretamente a estrela em observações passadas, explica Tucker. Além do mais, esta é uma supernova "avermelhada", o que significa que ocorreu num ambiente empoeirado. "Ao saber que existe muita poeira, podemos analisar a forma como esta afeta as cores [da supernova] e, portanto, as medidas da distância, e usá-la para calibrar outras [supernovas]," acrescenta Tucker. "Em suma, este é o Santo Graal". O Departamento Central de Telegramas Astronômicos da União Astronômica Internacional listou algumas das observações da supernova sob a designação temporária PSN J09554214+6940260 (agora chama-se SN 2014J), começando com uma observação de 22 de Janeiro por um grupo de astrônomos amadores na Rússia. As imagens do telescópio robótico KAIT do Observatório Lick na Califórnia, caçador de supernovas, confirmam que o objeto não estava presente até 15 de Janeiro, o que significa que a supernova tem apenas poucos dias de idade," comenta Tucker.

Créditos: Astronomia On-line

Astrônomos fotografam teia cósmica que sustenta Universo

Astrônomos acreditam ter capturado a primeira imagem das estruturas filamentosas de grande escala que se acredita preencherem o espaço. Os cosmólogos calculam que a matéria no espaço intergaláctico está distribuída em uma vasta rede de estruturas filamentosas interligadas. Essa estrutura, formada essencialmente por gás, passou a ser conhecida como teia cósmica, e existem diversas simulações computacionais que tentam ilustrá-la. A grande maioria dos átomos existentes no Universo está nessa rede cósmica, incluindo o hidrogênio primordial, a matéria que teria "sobrado" do Big Bang e que não coalesceu para formar estrelas, planetas e outros corpos celestes. Agora, astrônomos da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos EUA, e do Instituto Max Planck, na Alemanha, capturaram uma imagem de uma estrutura filamentosa desse tipo pela primeira vez. Para isso, eles usaram a intensa radiação gerada por um buraco negro do tipo quasar - por estranho que pareça, eles puderam ver a teia cósmica porque ela foi "iluminada por um buraco negro". Na verdade, o gás brilha sob ação da radiação emitida pelo quasar, o mesmo efeito que faz as lâmpadas fluorescentes acenderem. A porção observada da teia cósmica tem um tamanho de cerca de 2 milhões de anos-luz, e está nas proximidades do quasar UM-287. Contudo, embora os autores do estudo acreditem que esta é a primeira imagem da teia cósmica, suas observações mostram a estrutura apenas à frente do quasar - o restante da ilustração está baseado em simulações computacionais. Ainda é necessário demonstrar que a estrutura filamentosa se estende por todo o espaço, o que outros grupos acreditam ser possível usando outros meios.

Créditos: Inovação Tecnológica

Cientistas europeus descobrem água em planeta anão

Dados registrados pelo telescópio espacial Herschel mostraram que o planeta anão Ceres não é apenas uma grande rocha no cinturão de asteróides. Segundo os pesquisadores, o objeto revela nuvens de vapor de água quando partes de sua superfície gelada se aquecem. Essa é a primeira detecção positiva da existência de vapor de água em um objeto localizado no cinturão de asteróides. Até agora, a existência de água em Ceres era apenas uma teoria, já que a detecção conclusiva não havia ocorrido. A confirmação de água no planeta anão foi obtida com base em imagens em infravermelho feitas pelo telescópio espacial europeu Herschel, cujas análises luminosas revelaram a clara assinatura espectral típica do vapor de água. Apesar da detecção inequívoca, os dados não mostraram a assinatura espectral em todas as observações, mas apenas quando Ceres estava no ponto da órbita mais próximo do Sol. De acordo com os cientistas, quando Ceres está no periélio, cerca de 6 kg de vapor por segundo escapam de sua superfície. Quando está distante, não acontece a evaporação. A detecção de água em Ceres veio em boa hora, já que a sonda estadunidense Dawn deve chegar ao planeta anão em 2015, onde fará imagens em close de sua superfície. O trabalho sobre a descoberta de água em Ceres foi publicado esta semana na revista Science e tem como principal autor o cientista Michael Küppers, da Agência Espacial Européia, na Espanha. Até o século passado, Ceres era conhecido como o maior asteróide em nosso sistema solar, mas foi reclassificado como planeta anão em 2006 devido ao seu grande tamanho, com cerca de 950 km de diâmetro. A primeira vez que os astrônomos viram Ceres foi em 1801, quando se imaginou que o objeto era um planeta que orbitava entre Marte e Júpiter. Mais tarde, outros objetos semelhantes foram encontrados, o que culminou com a descoberta de um gigantesco cinturão de asteróides entre a órbita dos dois planetas.

Créditos: Apolo 11

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rocha misteriosa aparece em frente ao rover Opportunity da NASA em Marte

Depois de uma década explorando a superfície marciana, os cientistas veteranos que trabalham com o rover Opportunity pensavam que já haviam visto de tudo. Isso até uma misteriosa rocha aparecer a poucos metros do rover de seis rodas alguns dias atrás. As notícias da pedra errante foram anunciadas pelo principal cientista do programa NASA Mars Exploration Rover, Steve Squyres da Universidade de Cornell, num evento especial do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech, em Pasadena, na Califórnia, chamado de 10 Years of Roving Mars, na última quinta-feira a noite, dia 16 de Janeiro de 2014. O evento público científico aconteceu para celebrar uma década do pouso dos rovers Spirit e Opportunity no Planeta Vermelho em Janeiro de 2004. Enquanto apresentava as descobertas científicas feitas por ambos os rovers durante os anos de Marte, Squyres discutiu as descobertas recentes de suspeita de gesso perto do anel da Cratera Endeavour – uma região de Meridiani Planum que o Opportunity vem estudando desde 2011 – e a descoberta de argilas que provavelmente se formaram num ambiente úmido de pH neutro no passado de Marte. Embora essas descobertas não tenham nada de inovadoras, Squyres compartilhou a animação da equipe dos rovers em Marte por encontrar uma nova e estranha rocha, exclamando: “Marte continua atirando coisas novas na nossa cara!” Em uma comparação de fotos recentes capturadas pela câmera panorâmica do rover, ou Pancam, no sol 3528 da missão, somente rochas tradicionais do embasamento podiam ser vistas. Mas no sol 3540, uma rocha do tamanho de um punho apareceu. Os cientistas do programa MER prontamente apelidaram o objeto de Pinnacle Island. “Ela é do tamanho de uma roquinha”, disse Squyres. “Foi uma surpresa total, nós falamos, ‘espere um segundo, ela não estava ali antes, não pode estar certo. Meu Deus! Ela não estava lá antes!’ Nós ficamos absolutamente surpresos”. Mas o rover nunca passou por essa área, então, de onde a Pinnacle Island veio? Somente duas opções foram identificadas como sendo a fonte da rocha: 1) o rover deslocou e virou a rocha enquanto ele manobrava, ou, 2) ela pousou ali, bem em frente ao rover, depois de um impacto de um meteorito próximo. A teoria do impacto, contudo, é menos provável das duas. “Assim, minha melhor aposta para essa rocha… ela era algo que estava próxima”, disse Squyres. “Devo salientar que eu estou fazendo essa suposição agora, mas eu acho que isso aconteceu quando o rover fez uma manobra no lugar a um ou dois metros de onde está a rocha agora”. O atuador da roda frontal direita do rover Opportunity havia parado de funcionar, então Squyres identificou essa rocha como sendo o possível motivo por trás de todo mistério. Cada roda no rover tem seu próprio atuador. No caso de um desses atuadores engriparem ou falharem, a mobilidade do robô será afetada. No caso dessa roda, ela não podia mais virar para esquerda ou para a direita. “Assim, se você virar o rover sobre um embasamento, à medida que a roda passa pela rocha, ela não tem um movimento suave. Esse movimentos com sobressaltos pelo embasamento pode ter tirado a rocha de sua posição e levado ela para frente do rover”, disse Squyres. Como nunca perdem uma oportunidade científica, os cientistas envolvidos na missão do Opportunity esperam estudar a rocha brilhante. “Ela parece estar de ponta cabeça, assim temos a chance de ver um lado dela que sofreu ação da atmosfera de Marte em bilhões de anos e que está aqui na nossa frente. É uma grande sorte”, disse ele. “Você pensa em Marte como sendo um lugar bem estático, e eu não penso que exista nenhuma nova cratera por perto, eu acho que isso é algo que nós mesmo fizemos… nós deslocamos essa rocha de seu local original”. Embora essa seja a principal teoria por trás do caso da rocha aleatória, Squyres apontou que a investigação ainda continua e que levará alguns dias para que a equipe possa dizer com precisão de onde veio a Pinnacle Island.


Créditos: Cienctec/Discovery News

O cometa de Rosetta

A sonda Rosetta da ESA despertou hoje depois de 31 meses em hibernação no espaço profundo, para finalmente se aproximar do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (67P/CG). Esta imagem mostra as mais recentes observações do cometa de 4 quilômetros de diâmetro, obtidas a 5 de outubro de 2013 pelo Very Large Telescope (VLT) do ESO, quando o cometa se encontrava a cerca de 500 milhões de quilômetros de distância - antes de passar por trás do Sol e ficar fora de vista relativamente à Terra. Para criar esta imagem foram processadas uma série de observações, que revelaram tanto o cometa sem o fundo de estrelas (no painel da esquerda), como com o campo estelar por trás e o percurso do cometa bem marcado (à direita). Observado sob um fundo de muitas estrelas, na direção do centro da Via Láctea, o cometa 67P/CG encontrava-se tão longe do Sol que o núcleo gelado ainda não estava a libertar gás e poeira, aparecendo-nos por isso sob a forma de um simples ponto. À medida que se aproxima do Sol, a superfície do cometa começa a aquecer e os gelos sublimam, libertando-se assim poeira que forma uma cauda. Estas observações marcam o início da estreita colaboração entre a ESA e o ESO, que visa monitorizar a partir do solo o cometa durante o seu encontro com a sonda Rosetta que ocorrerá na segunda metade deste ano. Rosetta foi lançada em 2004 e tem como objetivo explorar a superfície do cometa. Para isso vai fazer aterrar uma sonda exploratória no cometa 67P/CG, sonda esta que irá estudar a sua superfície in loco. O 67P/CG encontra-se numa órbita de 6,5 anos em torno do Sol e situa-se atualmente próximo da órbita de Júpiter. A maior aproximação ao Sol - que ocorrerá numa órbita entre a Terra e Marte - será em agosto de 2015. A imagem sugere que o cometa ainda não se encontra ativo, por isso os cientistas estão ansiosos por observar novamente este corpo em fevereiro, quando este estiver outra vez em posição capaz de ser observado pelo VLT e se encontrar muito mais próximo do Sol. Entretanto, as observações feitas em outubro foram utilizadas para confirmar a órbita do cometa, antes da fundamental manobra de encontro planejada para Rosetta em maio, que visa alinhar a sonda para orbitar o cometa em agosto. Serão executados cálculos adicionais quando Rosetta avistar o cometa no seu próprio sistema de imagem.

Créditos: ESO

Vendo em dobro

Nessa nova imagem do Hubble, dois objetos são claramente visíveis, brilhando intensamente. Quando eles foram descobertos em 1979, acreditava-se que eles eram objetos separados – contudo, os astrônomos rapidamente perceberam que esses objetos gêmeos são muito idênticos. Eles estavam muito próximos, estavam localizados à mesma distância de nós e tinham surpreendentemente propriedades similares. A razão para eles serem tão similares não era uma bizarra coincidência, eles eram de fato o mesmo objeto. Esses sósias cósmicos na verdade representam um objeto conhecido como um quasar duplo, denominado de QSO 0957+561, também conhecido popularmente como o Quasar Gêmeo, que localiza-se a cerca de 14 bilhões de anos-luz da Terra. Os quasares são os centros intensamente poderosos das galáxias distantes. Assim, por que nós observamos esse quasar em dupla? Localizada a aproximadamente 4 bilhões de anos-luz da Terra – e diretamente em frente à nossa linha de visão – está a imensa galáxia YGKOW G1. Essa galáxia foi a primeira lente gravitacional observada na história, um objeto com uma massa tão grande que pode distorcer a luz de objetos localizados atrás dela. Esse fenômeno não só permite que possamos ver objetos muito distantes, mas também, em casos, como esse que observamos esses objetos duas vezes. Juntamente com o aglomerado de galáxias onde reside, a YGKOW G1 exerce uma enorme força gravitacional. Isso não afeta a forma da galáxia, as estrelas que formam e os objetos ao seu redor – isso afeta o espaço em que ela se localiza, dobrando e distorcendo o ambiente e produzindo efeitos bizarros como essa imagem dupla de um quasar. Essa observação de uma lente gravitacional, a primeira desse tipo, significou mais do que apenas a descoberta de uma impressionante ilusão de óptica que permitiu que os telescópios como o Hubble pudessem efetivamente ver além da galáxia. Isso representou a evidência da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. A teoria tinha identificado as lentes gravitacionais somente pelos seus efeitos observáveis, mas até essa observação nenhuma lente havia sido observada desde que a idéia havia sido proposta em 1936.

Créditos: Space Telescope

Sonda Rosetta acorda e ruma em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

Exatamente as 16h20 BRT, a Agência Espacial Européia, ESA, reestabeleceu contato com a sonda Rosetta, a 807 milhões de km da Terra, rompendo um silêncio de quase três anos desde que o veículo entrou em processo de hibernação. Os sinais de beacon foram recebidos simultaneamente pela antena de 70 metros de Goldstone, da NASA e pela antena de 30 metros, de Camberra, na Austrália. Cerca de 30 minutos após a confirmação de que a nave estava de volta à ativa, a equipe de controle da missão, localizada em Darmstadt, na Alemanha, enviou os primeiros comandos ao computador de bordo solicitando informações sobre o estado de saúde de Rosetta. Na imagem, o gráfico mostra a tela do receptor de rádio onde se vê o "spike" na banda-S que todos aguardavam ansiosamente e que indicava que a sonda havia saído do estado de hibernação.

Créditos: Apolo 11

domingo, 19 de janeiro de 2014

Asteróide com 2 trilhões de kg poderá cair na Terra em 21 de março de 2014. Mito ou verdade?

Um asteróide com mais de 1 km de diâmetro estaria a caminho da Terra desde 2003 e poderia cair em nosso planeta no dia 21 de março de 2014. Segundo agências britânicas de astronomia, a chance de colisão, na época, eram cotadas de 1 em 250 mil. Apesar de pouco provável a chance existia. Para falar em probabilidade, podemos citar a Mega-Sena como um bom exemplo. Se você apostar 6 números com valor total de R$ 2,00 reais, sua chance de acertar é 1 em 50.063.860, ou seja, o asteróide teria 200 vezes mais chances de cair na Terra do que você um dia ganhar e ficar milionário. Seu nome é 2003 QQ47 e vem sendo acompanhado por inúmeras agências espaciais do hemisfério norte. Os cientistas, que coletam dados sobre ele há anos, afirmam que uma colisão de um corpo celeste com este tamanho teria impacto equivalente a mais de 20 milhões de bombas atômicas. A afirmação foi dada pelo porta-voz do Centro de Informação sobre Objetos Próximos à Terra, agência localizada no Reino Unido. Os primeiros estudos sobre o asteróide detectado em 2003 foram publicados na revista Impact Risk Page, mostrando que na Escala de Turim – que vai de 0 a 10 – recebeu avaliação 1, afirmando que está na posição 1 da escala e merece a atenção e monitoração por astrônomos e agências de todo o mundo, mas não deve levantar preocupação entre as pessoas. Os astrônomos amenizam afirmando que às chances são extremamente baixas e é improvável que isso ocorra, mas nenhum cientista, até aquele momento, tinha descartado 100% a possibilidade de colisão. Sua massa total é de 2 trilhões de kg. Os pesquisadores estudam há anos a possibilidade de abandonar o uso da Escala de Turim, isso seria motivado pelo fato de que, quando qualquer corpo celeste é detectado e entra nessa escala, um grande número de pessoas ao redor do mundo se preocupa com a possibilidade de “fim do mundo”. Poucos meses após a divulgação massiva da mídia em 2003, a NASA veio à público e divulgou nota dizendo que após diversas análises, estava descartada a possibilidade de qualquer impacto. Outros astrônomos argumentaram que um corpo celeste pode ter sua órbita influenciada por campos gravitacionais de planetas e até mesmo pelo Sol. A NASA rebateu e publicou vídeos mostrando que os cálculos indicam que o asteróide passará a uma distância de 0,13 UA (Unidades Astronômicas) da Terra, o que equivale a 19 milhões de quilômetros. Por tanto, ao que tudo indica, o asteróide 2003 QQ47 passará longe o suficiente, evitando qualquer risco de impactos.

Créditos: Jornal Ciência

Cientistas alertam que o Sol está diminuindo sua atividade, podendo nos conduzir a uma pequena “Era do Gelo”

A atividade do Sol está em sua fase mais baixa dos últimos 100 anos, afirmam pesquisadores. Eles dizem que as condições são assustadoramente semelhantes àquelas encontradas antes do Mínimo de Maunder, um tempo em 1645, quando uma mini Idade do Gelo congelou o rio Tâmisa, em Londres. As novas observações indicam que a calmaria do Sol pode causar grandes mudanças, existindo chances de 20% em interferências nas temperaturas globais. "Seja qual for a medida que usamos, os picos solares estão caindo”, comentou Richard Harrison do Laboratório Rutherford Appleton, do Reino Unido, em entrevista à BBC. "Eu sou físico solar há 30 anos, e eu nunca vi nada igual". Ele diz que o fenômeno pode levar a invernos mais frios do mesmo modo que ocorreu no Mínimo de Maunder: "Havia invernos frios, quase uma mini Era do Gelo, tão forte que congelou o rio Tâmisa”, disse. Lucie Green da UCL, rebate a teoria de Harrison. Ela acredita que as coisas poderiam ser diferentes desta vez devido à atividade humana: "Temos 400 anos de observações de uma forma muito semelhante à fase de quando tivemos o Mínimo de Maunder. O mundo em que vivemos hoje é muito diferente, a atividade humana pode neutralizar isso - é difícil dizer quais são as consequências". Mike Lockwood da Universidade de Reading, diz que as temperaturas mais baixas poderiam afetar o sistema global, fazendo com que os mecanismos meteorológicos entrem em colapso: "Nós estimamos que em 40 anos, teremos uma probabilidade de 10 a 20% de entrarmos novamente no Mínimo de Maunder”. No ano passado, a Nasa advertiu que ‘algo inesperado’ pode estar ocorrendo com o Sol. A agência afirmou que 2014 deveria ser o ano do “máximo solar”, o auge do ciclo das manchas que ocorre a cada 11 anos, mas as novas imagens revelam uma atividade relativamente baixa e isso não era esperado pelos astrônomos. Físicos da Nasa ficaram perplexos com a aparente ‘falta de atividade’ – alguns cientistas se perguntam se a agência espacial não teria interpretado de forma errada as imagens obtidas. No entanto, o físico solar Dean Pesnell do Goddard Space Flight Center acredita ter uma explicação diferente: “Este já é o máximo solar, mas parece diferente do que esperávamos. Os dois últimos máximos solares ocorreram por volta de 1989 e 2001. Tiveram não um, mas dois picos. A atividade solar subiu, caiu, e em seguida, levantou-se novamente, realizando um mini-ciclo que durou cerca de dois anos”, disse ele. Ele acredita que a mesma coisa está ocorrendo agora. Segundo sua análise, as manchas solares subiram em 2011 e caíram em 2012: “Eu me sinto confortável em dizer que um pico ocorreu em 2013 e, possivelmente irá durar até 2014”. Apesar da aparente confusão, os pesquisadores não entraram em um acordo comum sobre a “calmaria” do Sol e não sabemos se isso, de fato, pode afetar o clima na Terra de alguma maneira. Infelizmente, conexões diretas entre a atividade solar e o clima terrestre é um campo de pesquisa que ainda está em desenvolvimento. O Mínimo de Maunder, também chamado de Mínimo de Manchas Solares Prolongado, é um período que teve início no ano de 1645 e durou até 1715. Nesta época, manchas solares tornaram-se extremamente raras e quase não eram observadas na época. O fato provocou uma onda de frio que congelou rios famosos, como Tâmisa em Londres. Este período de aparente “inatividade solar” ocasionou o surgimento climático de uma “Pequena Era do Gelo”, tornado comum neve em locais de baixa altitude onde isso não ocorria anteriormente.

Créditos: JC/BBC

M83: Fluxo de estrelas

Grande, brilhante e bonita, a galáxia espiral M83, localiza-se a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância da Terra, perto da ponta sudeste do longa constelação de Hydra. Esta visão profunda dessa linda ilha do universo inclui observações do Hubble, juntamente com os dados de observatórios baseados em Terra, como as grandes unidades do Observatório Europeu do Sul, do Telescópio Subaru do Observatório Astronômico Nacional do Japão, e os dados fotográficos de D. Malin do Observatório Astronômico Australiano. Com aproximadamente 40.000 anos-luz de diâmetro, a M83 é popularmente conhecida como a Galáxia do Cata-Vento do Sul, devido aos seus braços espirais pronunciados. Mas a riqueza de regiões avermelhadas de formação de estrelas perto das bordas das espessas linhas de poeira dos braços tambem sugerem o outro nome popular da M83, a Galáxia dos Mil Rubis. Arqueando perto do topo do belo retrato cósmico acima, reside o fluxo de maré estelar do norte da M83, detritos do rompimento gravitacional de uma galáxia menor, satélite, mesclada. O fraco e fugaz fluxo estelar foi encontrado em meados de 1990, graças à melhoria nos registros fotográficos.

Créditos: APOD

sábado, 18 de janeiro de 2014

Cientistas japoneses desenvolvem novo método para limpar lixo espacial

Cientistas japoneses vão testar em fevereiro um novo método para limpar a órbita terrestre do lixo espacial, atraindo-o magneticamente à atmosfera para que ele se desintegre. Os pesquisadores da agência espacial japonesa (Jaxa) anunciaram nesta quinta-feira que desenvolveram uma espécie de cabo encapado com aço inoxidável e alumínio. O princípio do mecanismo consiste em atar o cabo a um dos milhares de destroços que flutuam no espaço, ao redor da Terra, para atraí-los magneticamente à atmosfera. Os cientistas esperam que a eletricidade gerada pelo cabo, enquanto gira pelo campo magnético da Terra, diminua a velocidade dos resíduos, levando-os a órbitas cada vez mais baixas em cada volta ao redor do planeta, até que entrem na atmosfera e sejam destruídos. Masahiro Nohmi, professor da Universidade Kagawa que trabalha com a Jaxa, anunciou que o lançamento de um satélite equipado com o cabo, e desenvolvido pela universidade, está previsto para o dia 28 de fevereiro. "Temos dois objetivos neste primeiro teste: lançar na órbita um cabo de 300 metros e observar a transferência de eletricidade", explicou. O cabo só entrará realmente em contato com os resíduos espaciais em testes futuros. Uma porta-voz da Jaxa anunciou que a agência lançará sua própria corda em 2015. Há estimativas de que mais de 20.000 objetivos de todo tipo giram ao redor da Terra, a uma altitude de 800 a 1.400 quilômetros.

Créditos: Terra

Descoberto primeiro buraco negro orbitando uma estrela

Astrônomos espanhóis descobriram o primeiro sistema binário formado por uma estrela e um buraco negro. A estrela é de um tipo que gira muito velozmente, uma estrela do tipo Be, ou Binário Emissor de Raios X - sua velocidade de superfície ultrapassa 1 milhão de quilômetros por hora. Estrelas do tipo Be são bastante comuns em todo o Universo. Só na nossa galáxia se conhecem mais de 80 delas, mas sempre formando sistemas binários com estrelas de nêutrons. "Sua propriedade distintiva é sua forte força centrífuga: elas giram muito rápido, perto da velocidade de ruptura. É como se fossem piões cósmicos," explicou Jorge Casares, do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) e da Universidade La Laguna. Não se conhecia nenhum caso de um binário de estrela com um buraco negro, embora essa possibilidade já tivesse sido prevista pelos teóricos. O buraco negro orbita a estrela conhecida como MWC 656, localizada na constelação do Lagarto, a 8.500 anos-luz da Terra. Uma análise detalhada do seu espectro permitiu aos cientistas deduzir as características do companheiro da estrela Be, um objeto com uma massa entre 3,8 e 6,9 massas solares. "Um objeto assim, invisível para os telescópios e com uma massa tão grande, só pode ser um buraco negro, porque nenhuma estrela de nêutrons com mais de três massas solares pode existir," defende Ignasi Ribas, coautor do estudo. Se as teorias e as deduções estiverem corretas e o companheiro for mesmo um buraco negro, ele deve estar sendo "alimentado" pela matéria ejetada da estrela, que possui muito mais massa. A detecção de buracos negros tem sido um desafio desde que a sua existência foi proposta por John Michell e Pierre Laplace, no século 18. Como eles são invisíveis - a sua enorme força gravitacional impede que a luz escape - os telescópios não conseguem detectá-los. No entanto, os buracos negros podem eventualmente disparar radiação de alta energia do meio que os rodeia, o que permite que eles sejam rastreados por observatórios de raios X. Pelo menos é assim no caso dos chamados buracos negros ativos, que absorvem matéria transferida de uma estrela próxima - quando detectam uma emissão de raios X violenta, sem que nenhuma estrela normal seja detectada nas imediações, os astrônomos concluem que lá existe um buraco negro. Usando este método, eles já descobriram 55 possíveis buracos negros ao longo dos últimos 50 anos. Dezessete deles têm o que os astrônomos chamam de "confirmação dinâmica": a estrela que cede matéria para o buraco negro foi localizada, permitindo calcular a massa do companheiro invisível. Quando essa massa fica acima de três massas solares, o objeto é considerado um buraco negro. Mas o problema é mais sério no caso dos buracos negros "dormentes", ou inativos, como este encontrado pelos astrônomos espanhóis, já que ele não emite raios X.

Créditos: Inovação Tecnológica

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Órion pelo Spitzer

Poucas visões cósmicas instigam tanto a imaginação como a Nebulosa de Órion, um imenso berçário estelar localizado a cerca de 1.500 anos-luz de distância. Essa impressionante visão de cores falsas, gerada a partir dos dados de infravermelho obtidos pelo Telescópio Espacial Spitzer, abrange um raio com aproximadamente 40 anos-luz e mostra toda a região. Comparada com imagens obtidas no comprimento de onda óptico do espectro, a parte mais brilhante da nebulosa é igualmente centrada nas estrelas quentes, massivas e jovens de Órion, um conjunto de estrelas conhecido como Aglomerado do Trapézio. Mas a imagem em infravermelho também detecta muitas protoestrelas da nebulosa, ainda em processo de formação, visto aqui em tons vermelhos. Na verdade, os pontos vermelhos ao longo do filamento empoeirado escuro à esquerda do aglomerado luminoso inclui a protoestrela catalogada como HOPS 68, onde recentemente se encontrou cristais do mineral silicato, olivina dentro do envelope protoestelar.

Créditos: APOD

C/2014 A4: Confirmada a descoberta do primeiro cometa brasileiro

Ao que tudo indica, o dia 16 de janeiro entrará para a história da astronomia brasileira. Utilizando um telescópio instalado no interior de Minas Gerais, um grupo de brasileiros conseguiu detectar e confirmar a descoberta do primeiro cometa brasileiro. Batizado de C/2014 A4 SONEAR, o objeto foi descoberto pelos astrônomos brasileiros Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros a partir de imagens feitas no dia 12 de janeiro de 2014. Os registros foram obtidos através de um telescópio de 450 milímetros instalado no observatório SONEAR, localizado na cidade mineira de Oliveira. A detecção do objeto foi primeiramente submetida à União Astronômica Internacional, IAU, e diversos pesquisadores, amadores ou profissionais, passaram a estudar e fazer as medições (astrometria) do novo objeto antes que a descoberta fosse confirmada. Em 13 de janeiro, um dia após a detecção inicial, os astrônomos Ernesto Guido, Nick Howes e Martino Nicolini, ligados ao Observatório Remanzacco, na Itália, coletaram 19 imagens a partir de um telescópio robótico instalado em Siding Spring, na Austrália, confirmando a existência de uma pequena coma ligeiramente elongada no sentido norte-este. Outra série de 25 exposições feitas no dia 14 de janeiro também confirmou que o objeto descoberto era de fato um cometa, com uma difusa coma de 8 arcosegundos de diâmetro. Finalmente, após 3 dias de observações, em 16 de janeiro de 2014 a União Astronômica Internacional confirmou a descoberta dos astrônomos brasileiros, batizando oficialmente de C/2014 A4 SONEAR o primeiro objeto desse tipo descoberto no Brasil. De acordo com os recentes elementos orbitais, C/2014 A4 SONEAR é um cometa de órbita parabólica, provavelmente originado na nuvem de Oort. Quando detectado, se encontrava a cerca de 5.68 UA da Terra e 6.33 UA do Sol. (UA=Unidade Astronômica, equivalente a cerca de 149.5 milhões de km). Sua orbita é altamente inclinada em 121 graus e atingirá o periélio em 11 de setembro de 2015, quando passará a 3.82 AU do Sol, cerca de 571 milhões de quilômetros. A descoberta do cometa foi feita a partir de imagens coletadas com câmera CCD acoplada a um telescópio de 450 milímetros de diâmetro, cujo espelho também foi fabricado no Brasil, pelo especialista em óptica Sandro Colleti. Ao que tudo indica essa é a primeira vez que um cometa é descoberto em nosso país. Sendo assim, parabéns a Cristovão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros!

Créditos: Apolo 11

Despina, lua de Netuno

Despina é uma pequena lua de Netuno. Com apenas 148 km de diâmetro, a diminuta Despina foi descoberta em 1989, em imagens da sonda Voyager 2 tomadas durante o seu encontro com o mais distante planeta gigante gasoso do sistema solar. Mas, olhando através dos dados da Voyager 2, 20 anos depois, o processador amador de imagens e o professor de filosofia Ted Stryk descobriu algo que ninguém havia reconhecido antes – imagens que mostram a sombra de Despina em trânsito sobre os topos das nuvens azuladas de Netuno. A imagem composta de Despina e sua sombra, é constituída de quatro frames de arquivo obtidos em 24 de agosto de 1989, separados por nove minutos. A lua Despina foi artificialmente iluminada para torná-la mais fácil de ser observada. Na mitologia grega antiga, Despina é filha de Poseidon, o deus romano Netuno.

Créditos: APOD

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Continente em exoplanetas podem sugerir vida extraterrestre

De acordo com investigadores, se não fosse a vida, a Terra poderia não possuir os continentes que tem, tornando-se um planeta coberto quase totalmente por oceanos. Estes novos resultados sugerem que quaisquer continentes que os astrônomos possam um dia ver em mundos distantes podem potencialmente ser sinais de vida extraterrestre. A Terra é atualmente o único planeta conhecido no Universo que se sabe ter água no estado líquido à superfície. Há vida praticamente onde quer que haja água líquida na Terra, por isso um dos focos principais na busca por vida extraterrestre como a conhecemos é a região em torno de uma estrela onde não é nem muito quente nem muito frio para água líquida existir à superfície de um planeta, uma área conhecida como zona habitável. Embora a água cubra a maior parte da superfície da Terra, quase 30% do planeta está coberto por terra, sustentando uma estonteante variedade de vida. Os cientistas podem um dia ser capazes de dizer se planetas distantes são igualmente cobertos por terra, oceanos e nuvens procurando tons avermelhados, azulados ou acinzentados na cor desses mundos. Os cientistas já desenvolveram mapas de nuvens num planeta gigante que orbita uma estrela distante. Agora, os investigadores sugerem que a Terra teria sido um mundo de água com muito poucos continentes, sem a presença de vida. Uma grande parte da pesquisa mostra que a vida teve um grande impacto na evolução da atmosfera e dos oceanos da Terra. As plantas e outras formas de vida fotossintética geram oxigênio, dando à Terra a única atmosfera conhecida no Universo com níveis significativos de oxigênio. A vida também influencia fortemente a quantidade de carbono presente na atmosfera e nos oceanos, sob a forma de dióxido de carbono e metano. Estes gases de efeito de estufa prendem o calor e podem afetar drasticamente o clima da Terra, que por sua vez tem um efeito sobre a quantidade de água da Terra no estado sólido. O oxigênio pode também, indiretamente, arrefecer o clima da Terra ao remover metano da atmosfera - na verdade, o aumento dramático de oxigênio na atmosfera da Terra há cerca de 2,4 bilhões de anos, conhecido como Grande Evento de Oxigenação, pode ter arrefecido o planeta o suficiente para se tornar numa "bola de neve global". "No entanto, sabe-se muito pouco sobre se a vida teve quaisquer efeitos no interior mais profundo da Terra," realça Tilman Spohn, autor do estudo e cientista planetário do Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão em Berlim. Pesquisas anteriores notaram que os sinais mais antigos da vida até agora encontrados têm cerca de 3,5 bilhões de anos, aproximadamente a mesma idade do aparecimento dos continentes, e sugeriram uma possível ligação entre estes eventos. Os cientistas então exploraram se a evolução da vida na Terra pode ter influenciado a evolução do planeta. Os investigadores focaram-se no intemperismo biológico, pelo qual a vida quebra rocha. Esta rocha quebrada é levada pelo vento ou pela água, sedimentos que eventualmente fazem o seu caminho até zonas de subducção, áreas onde uma placa tectônica da crosta da Terra mergulha para baixo de outra. "Os líquens que cobrem rochas fornecem humidade constante e isso pode enfraquecer a rocha, enquanto o ácido das bactérias pode dissolver rocha," afirma Spohn. Estes sedimentos têm até 40% de água na sua constituição. Isto significa que os sedimentos que sofrem subducção podem transportar grandes quantidades de água até ao manto que se encontra entre a crosta e o núcleo da Terra. Assim que estes sedimentos alcançam a pressão e calor encontrados a cerca de 100 km de profundidade, libertam a sua água, reduzindo a temperatura de fusão da rocha circundante. Isto faz com que a rocha derreta em maior quantidade e suba, eventualmente sendo expulsa através de vulcões como lava que acrescenta massa continental. Por outras palavras, embora a vida ajude a desgastar os continentes, também ajuda a construi-los. "Quando a superfície da Terra é reciclada em zonas de subducção, afeta processos no interior profundo," afirma o autor principal Dennis Höning, cientista planetário do Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão em Berlim. A magnitude dos efeitos que o intemperismo biológico tem na erosão continental global está atualmente em debate, com estimativas que variam bastante. Para ver quais serão estes efeitos, Spohn e colegas desenvolveram modelos de produção continental e erosão que assumem que um mundo sem vida tem uma fração da taxa de erosão continental atualmente estimada para a Terra. Quando os cientistas correram o seu modelo de uma Terra com taxas atuais de erosão continental, simularam um planeta com um manto molhado que, após mais ou menos 4 bilhões de anos, tinha uma superfície aproximadamente 40% coberta por continentes, mais ou menos semelhante à Terra real. No entanto, quando os investigadores correram o seu modelo com taxas de erosão continental 60% ou menos em relação aos valores atuais, que provavelmente se poderia constatar numa Terra sem vida, simularam um planeta com um manto seco que, após 4 bilhões de anos, "tinha continentes que cobriam apenas cerca de 5% da sua superfície," afirma Spohn. "Para mim, a maior surpresa foi a diferença pronunciada que vimos," realça Spohn. "Esperávamos ver uma diferença, mas não uma diferença tão grande". Höning, Spohn e os colegas Hendrik Hansen-Goos e Alessandro Airo relataram as suas descobertas na edição de 25 de Outubro da revista Planetary and Space Science. A evolução da fotossíntese, começando há pelo menos 3,4 bilhões de anos atrás, pode ter tido um impacto especialmente grande sobre os continentes da Terra. "A invenção da fotossíntese permitiu com que a vida fosse muito mais produtiva, permitiu com que a biosfera dependesse de uma fonte de energia muito maior e com que crescesse muito rapidamente em massa, o que teria aumentado o efeito de intemperismo biológico," comenta Spohn. Spohn realça que se o manto estivesse seco, talvez nem existissem placas tectônicas, manto este que conduz os movimentos das placas que formam a superfície do planeta e subjaz atividade tectônica como sismos e vulcões. "As placas tectônicas precisam de água para funcionar," comenta. O geofísico Norman Sleep da Universidade de Stanford no estado americano da Califórnia, que não fez parte deste estudo, acrescenta que a biologia pode ter outros efeitos no interior da Terra. Por exemplo, experiências laboratoriais mostraram que a atividade microbial pode ajudar a transformar a esmectite mineral mole em ilite muito mais forte e densa. Dado que a ilite é menos permeável à água que a esmectite, a atividade microbiana pode tornar a água mais disponível a maiores profundidades. Experiências preliminares que Spohn e a sua equipe levaram a cabo sugerem que este efeito pode aumentar ainda mais a diferença entre uma Terra cheia de vida e uma Terra sem vida. Estes resultados sugerem que "se encontrarmos um planeta algures no Universo com uma cobertura continental similar à da Terra, pode ser um bom lugar para procurar vida," realça Höning. Ainda assim, Höning adverte que planetas maiores, como as super-Terras com até 10 vezes a massa do nosso planeta, evoluem de um modo bastante diferente, por isso estes resultados podem não lhes ser aplicáveis. Além disso, um exoplaneta com uma superfície quente, uma atmosfera espessa ou ventos fortes pode também ter grandes taxas de erosão mesmo sem vida. "Todos estes fatores têm que ser tidos em conta quando tentarmos modelar crescimento continental em outros planetas," comenta Hönig. As pesquisas futuras podem examinar a tendência de formação de fissuras em sedimentos nas zonas de subducção e os efeitos que podem ter na atividade no interior da Terra, realça Sleep. Também podem investigar se a atividade vulcânica nas zonas de subducção varia com os níveis de fluxo sedimentar, onde a lava dos vulcões cria novas terras.

Créditos: Astronomia On-line

Encontrado primeiro planeta em torno de uma gêmea solar pertencente a um enxame estelar

Sabemos hoje que os planetas que orbitam estrelas fora do Sistema Solar são muito comuns. Têm-se detectado planetas em torno de estrelas de várias idades e composições químicas, espalhados um pouco por todo o céu. No entanto, e até agora, têm-se encontrado muito poucos planetas no interior de enxames estelares, o que é relativamente estranho já que a maioria das estrelas nasce precisamente no seio destes enxames. Os astrônomos têm-se perguntado se este fato não significará que existe algo diferente na formação planetária em enxames estelares que explique esta estranha escassez. Anna Brucalassi (Max Planck Institute for Extraterrestrial Physics, Garching, Alemanha), autora principal deste novo estudo, e a sua equipe quiseram investigar este assunto. “No enxame estelar Messier 67 as estrelas têm todas a mesma idade e composição do Sol, o que torna este local um laboratório perfeito para estudar quantos planetas se formam num ambiente são populado e investigar se se formam essencialmente em torno de estrelas de maior ou de menor massa.” A equipe utilizou o instrumento HARPS, o detector de planetas montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, no Observatório de La Silla. Os resultado foram complementados com observações efetuadas por outros observatórios do mundo. A equipe monitorizou cuidadosamente 88 estrelas selecionadas no enxame Messier 67, durante um período de seis anos, procurando os pequeníssimos movimentos das estrelas, que se aproximam ou afastam da Terra, e que revelam a presença de planetas na sua órbita. Este enxame situa-se a cerca de 2.500 anos-luz de distância na constelação do Caranguejo e contém aproximadamente 500 estrelas. Muitas das estrelas do enxame são mais tênues do que as que são normalmente alvo de buscas de exoplanetas, por isso tentar detectar o sinal muito fraco dos possíveis planetas levou o HARPS aos seus limites. Foram descobertos três planetas, dois em órbita de estrelas semelhantes ao Sol e um em órbita de uma estrela gigante vermelha, mais evoluída e de maior massa. Os primeiros dois planetas têm ambos um terço da massa de Júpiter e orbitam as suas estrelas hospedeiras em sete e cinco dias, respectivamente. O terceiro planeta demora 122 dias a completar a sua órbita e possui mais massa que Júpiter. O primeiro destes planetas mostrou estar em órbita de uma estrela extraordinária - uma das mais similares gêmeas solares identificada até hoje, praticamente idêntica ao Sol (eso1337). Esta é a primeira gêmea solar situada num enxame onde se encontrou um planeta em sua órbita. Dois dos três planetas são do tipo “Júpiter quente” - planetas comparáveis a Júpiter em termos de tamanho, mas muito mais próximo das suas estrelas progenitoras e consequentemente muito mais quentes. Os três planetas situam-se mais perto das suas estrelas do que a zona habitável, local onde pode existir água no estado líquido. “Estes novos resultados mostram que os planetas nos enxames estelares abertos são tão comuns como em torno de estrelas isoladas - no entanto, não são fáceis de detectar,” acrescenta Luca Pasquini (ESO, Garching, Alemanha), co-autor do novo artigo científico que descreve este trabalho. “Os novos resultados contrastam com trabalho anterior que não conseguiu detectar planetas em enxames, mas corrobora com algumas observações mais recentes. Vamos continuar a observar este enxame para descobrir como é que as estrelas, com e sem planetas, diferem em massa e composição química.”

Créditos: ESO

Robô marciano saltitante entra em fase de desenvolvimento

O conceito de jipes robóticos de seis rodas está bem estabelecido. Essa é cara do Curiosity, que está explorando Marte, e do Yu Tu, que explora a Lua. Por isso a idéia de engenheiros da Universidade de Leicester, no Reino Unido, andava meio esquecida. Em 2010, eles propuseram a construção de um robô saltitante, uma espécie de gafanhoto robótico movido a energia nuclear, para explorar Marte e outras terras alienígenas. O grande argumento é que um robô saltitante não precisará se preocupar com as pedras no caminho - ele simplesmente vai saltar sobre elas, pousando no próximo local limpo. A idéia agora foi encampada pela ESA (Agência Espacial Européia) e deverá ser testada na prática pela empresa do ramo aeroespacial Astrium. O projeto está sendo desenvolvido com vista a explorar Marte. Hugo Williams e seus colegas propõem que o robô capture CO2 da atmosfera de Marte, comprima e liquefaça o gás. Quando bombeado e exposto ao calor intenso gerado pela fonte radioativa, o CO2 líquido vai se expandir de forma explosiva, sendo liberado por um bocal. Os cálculos indicam que a energia de cada "explosão" dessas será capaz de fazer um robô de 1 tonelada saltar por 900 metros na gravidade de Marte. Isso permitirá muito mais do que saltar por pedregulhos incômodos, possibilitando cruzar canais e crateras ou subir montes inacessíveis aos robôs com rodas. Desde a divulgação da idéia original, o grupo trabalhou sobretudo no sistema de aterragem, usando um mecanismo de suspensão magnética que provê um amortecimento suficiente para evitar danos nos equipamentos científicos do robô. O grande inconveniente do conceito, no atual estágio, é a pequena carga útil do robô saltitante. Um robô com 1.000 kg e 2,5 metros de diâmetro, conforme projetado, deverá ser capaz de carregar 20 kg de equipamentos científicos. Além disso, o sistema de coleta e armazenamento de CO2 leva várias semanas para acumular gás suficiente para um salto.

Créditos: Inovação Tecnológica

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Nova descoberta da NEOWISE

O 2013 YP139 foi descoberto pela missão NEOWISE em 29 de Dezembro de 2013. O sofisticado software da missão registrou o objeto se movendo contra um fundo de estrelas estacionárias. Objetos próximos da Terra são asteróides e cometas com órbitas que chegam perto da trajetória da Terra ao redor do Sol. O 2013 YP139, está atualmente a 43 milhões de quilômetros da Terra. Com base no brilho infravermelho, os cientistas estimam que ele tenha aproximadamente 650 metros de diâmetro e é extremamente escuro. Pelo fato do telescópio do NEOWISE ser infravermelho, ele é sensível ao calor proveniente dos asteróides. O 2013 YP139 é um pedaço escuro de carvão, e brilha intensamente nos comprimentos infravermelhos. O comprimento de onda mais curto do infravermelho, ou seja, 3.4 mícron é colorido de azul, na imagem acima, e os comprimentos mais longos do infravermelho, ou seja, o de 4.6 mícron é colorido de vermelho. O asteróide aparece como uma corrente de pontos vermelhos, pois ele é mais frio do que as demais estrelas. As estrelas estão a temperaturas de milhares de graus infravermelho do NEOWISE é sensível ao calor, mas o asteróide tem uma temperatura semelhante à de uma sala, assim ele é vermelho nessas imagens. Enquanto o asteróide 2013 YP139, orbita o Sol numa trajetória elíptica, perto do plano do nosso Sistema Solar e é classificado como um asteróide de ameaça potencial, ele pouco provavelmente se aproximará das vizinhanças da Terra nos próximos 100 anos. Contudo, o movimento futuro do asteróide, pode trazê-lo a uma distância de 490.000 quilômetros da órbita da Terra, assim, seu movimento de longo prazo será monitorado de perto. A imagem acima tem cerca de 1.5 graus de diâmetro. O asteróide 2013 YP139 passou pelo céu, cruzando cerca de 3.2 graus por dia, quando essas imagens foram feitas. Só para se ter uma comparação, a Lua cheia tem cerca de 0.5 graus de diâmetro aparente. A NEOWISE, originada como uma missão denominada de WISE, que foi colocada em hibernação em 2011, uma vez que havia completado o objetivo original de sua missão que era pesquisar o céu como um todo na luz infravermelha. O WISE catalogou três quartos de bilhão de objetos, incluindo asteróides, estrelas e galáxias. Em Agosto de 2013, a NASA decidiu recolocar a sonda em atividade numa missão com o objetivo de caracterizar e encontrar mais asteróides. O JPL gerencia a missão NEOWISE para o Science Mission Directorate da NASA na sede da agência em Washington, D.C. O laboratório Space Dynamics Laboratory em Logan, Utah, construiu o instrumento científico da missão. As operações de ciências e o processamento de dados ocorre no Infrared Processing and Analysis Center no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. O Caltech gerencia o JPL para a NASA.

Créditos: SSERVI