segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Nebulosa Olho de Gato


A nebulosa Olho de Gato (NGC 6543) foi uma das primeiras *nebulosas planetárias a serem descobertas e permanece uma das mais complexas nebulosas que se conhecem. Em 1994, o Telescópio Espacial Hubble observou a nebulosa Olho de Gato e revelou estruturas complexas, tais como camadas concêntricas de gás e poeira, jatos de gás a alta velocidade e concentrações de gás induzidas por choque. Agora, novas imagens obtidas pelo Hubble, ainda mais detalhadas, mostram pelo menos onze anéis concêntricos à volta do Olho de Gato. Cada anel é, na verdade, o bordo de uma bolha esférica projetada no céu. As novas observações sugerem que a estrela ejetou a sua massa numa série de convulsões intervaladas de 1.500 anos. Cada convulsão criou uma bolha de poeira contendo tanta massa como a soma da massa de todos os planetas do nosso Sistema Solar (cerca de 1% da massa do Sol). A série de bolhas concêntricas formou a estrutura em camadas à volta da estrela moribunda, que lembra a estrutura de uma cebola. O Hubble observa como se visse a “cebola” cortada ao meio, de forma que cada camada é discernível. Há aproximadamente 1.000 anos, o padrão de perda de massa da estrela central do Olho de Gato mudou e a nebulosa começou a formar-se dentro das camadas de poeira. A comparação das imagens obtidas em 1994, 1997, 2000 e 2002 mostra que a nebulosa tem se expandido desde que se formou. Até recentemente pensava-se que a estrutura em camadas à volta das nebulosas planetárias era um fenômeno raro. Contudo, um artigo publicado em abril deste ano na revista científica Astronomy and Astrophysics mostrou que, pelo contrário, a formação destas bolhas concêntricas é provavelmente a regra e não a exceção. Explicar porque é que uma estrela no fim da sua vida repete episódios de perda de massa a cada 1.500 anos não é óbvio. Alguns astrônomos sugerem que pode fazer parte de um ciclo de atividade magnética, ou talvez seja a ação de uma companheira orbitando a estrela moribunda, ou ainda, deve-se a pulsações estelares. Outra idéia considera a hipótese do material ser ejetado suavemente da estrela e os anéis serem criados mais tarde, devido à formação de ondas no material em expansão pelo espaço. Serão necessárias mais observações e estudos teóricos para compreender o que realmente acontece.


*Nebulosa planetária: As nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas, mas obtiveram o seu nome porque quando observadas através de um pequeno telescópio, se assemelham a um disco de um planeta


Créditos: Portal do Astrónomo & Hubble

Nenhum comentário:

Postar um comentário